| CAPÍTULO 18 | MARGARIDA

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Eu sempre tive tudo sob controle, todas as emoções, todas as dores, todas as confusões, todas as pessoas

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Eu sempre tive tudo sob controle, todas as emoções, todas as dores, todas as confusões, todas as pessoas... mas agora, tudo está diferente. Retornar ao passado muitas vezes te desequilibra.

Todos os indícios indicavam que existiam apenas um culpado por tanta dor, mas após estar aqui, sentir tudo isso novamente, já não sei no que devo acreditar. Dois jogos às vezes são muito para serem suportados.

O pequeno diário estava em minhas mãos, esse ninguém jamais teve acesso, ninguém pôde corromper, nem mesmo eu. Sento no banco, no seu local favorito, Jardins da Villa Borghese, onde seus olhos brilhavam como as estrelas.

Abro a primeira página do diário e prendo a respiração com o que leio, sendo mergulhado na mais terrível dor.

[...] Pietro sempre me dá rosas quando está sangrando por dentro, ele acha que não percebi ainda, mas fui capaz de decorar cada mínima mania sua. Hoje, ele me trouxe uma margarida dizendo que ela era pura e linda como eu. Ele não sabe, mas já o amo, não sei nem descrever quando esse sentimento começou, ele simplesmente se instalou em mim e eu sou grata por isso.

Existem pessoas ruins nesse lugar, sei que Pietro tenta me livrar de cada uma delas, mas não vai ser possível para sempre.

Hoje pela manhã tentaram invadir meu quarto, logo pela manhã quando a segurança é mais fraca, no momento em que meu pai e Agatha não estavam em casa, mas isso não contei para ele, acredito que sei como me manter segura.

Agatha estava estranha essa semana, distante e fria, não conversava comigo direito e sempre que perguntava se estava tudo bem, ela inventava que tinha uma reunião com Jackson e fugia de mim. Será que ela descobriu sobre mim e Pietro? Espero que não.

Voltando ao meu Pietro, decidi comprar um presente para ele, tomara que ele goste, estou roendo as unhas de ansiedade para entregar logo, mas quero esperar para o nosso próximo encontro.

Mas, meu querido diário, para você eu posso contar o que é, já que somente nós dois saberemos, para todo o sempre.

Amo os olhos dele, a tempestade que eles transmitem, por isso encomendei esse anel especialmente para ele, feito sob medida. Espero que ele saiba que aqui coloquei todo o meu amor, porque eu o amo, muito.

Ninguém vai ser capaz de nos separar, diário, guarde essas palavras eternamente. Agora, eu preciso ir, Max está me chamando.

Aiyana Caccini, e um dia,

Aiyana Lamartine.

[...]

Sorrio fechando o diário e olhando para o anel em meu dedo. Uma bela tempestade que nunca foi capaz de ser acalmada. Coloco o diário ao meu lado no banco e pego o envelope com todas as evidências que Kalel buscou para mim. Abro a primeira que está com o nome da Agatha e do Jackson.

Dentro do envelope constam diversas fotos dos dois conversando, rindo, brindando e um pequeno gravador que clico para acionar.

[...]

[AGATHA] Como você não conseguiu invadir o quarto dela, Jackson? Eu tive todo o trabalho de tirar nosso pai de casa e os seguranças também! — Agatha parecia nervosa. — E você está me dizendo que não conseguiu fazer um simples serviço?!

Ouço o barulho de algo se quebrando, provavelmente algo que foi jogado contra a parede.

[JACKSON] Eu tentei, Agatha! Mas não é tão fácil assim. Sabe que se ele descobrir o que você está tentando fazer, é uma mulher morta e eu também por aceitar a te ajudar. Não estamos jogando com qualquer um porra, é o Pietro quem está do outro lado.

[AGATHA] Não me importa Jackson, apenas siga a merda do plano e tudo dará certo. Aiyana vai ser fácil de manipular, e o Pietro, bom, não aceita traições, então com ele não teremos que fazer nada, apenas...

[...]

Quando Agatha iria falar algo, a gravação simplesmente é cortada. Aperto os olhos, sentindo uma dor de cabeça surgir, não querendo acreditar no que acabei de ouvir.

Sinto uma brisa leve bater em meu rosto e um cheiro familiar me atingir, olho as horas no meu relógio, 23:57. Sorrio e me levanto. Não está na hora de conversar somente com a Agatha, mas também com Jackson. Eu acreditei nela, acreditei nas suas palavras, acreditei nos seus sentimentos, quero poder dar um voto de confiança.

Me levanto do banco e vou em direção à saída, quando chego ao portão, paraliso. Após alguns segundos levo minha mão até a tranca e pego a pequena margarida que está lá. Dou um pequeno beijo entre as pétalas e abro o portão indo embora, mas escutando o farfalhar de folhas, que me fazem sorrir ainda mais.


Aiyana?

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Aiyana?

Agatha?

Jackson?

Meu Deus!! Quem está falando a verdade! 

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