| CAPÍTULO 09 | AND YOU'LL NEVER BE PURE AGAIN

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Nothing in place of catalysts

And you'll never be pure again

And you'll never be pure again

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[...]

"Eu sabia o que era ser amada, eu sabia que todos os seus sorrisos eram sinceros, mas como amar alguém que estava predestinado a morrer?

Pietro precisava morrer, jurei lealdade ao meu pai. Uma guerra que começou sem sentido, envolvendo pessoas demais.

Agora, já não tinha mais volta. Não era comigo que ele deveria ficar, mas por coincidência do destino, ou infelicidade, eu havia descoberto primeiro. Mas, me sentia ameaçada a cada dia que passava, Kalel estava na cidade.

Kalel Donatti, unha e sangue do Pietro. Irmãos, não de sangue. Ele seria um problema.

Após diversas pesquisas, consegui descobrir que ele estava frequentemente no bar Víbora, o que não era uma surpresa, o local era um dos pontos de encontro de negociação da máfia.

Eu não teria que matar somente o Pietro, mas também Kalel."

[...]

Minha mente estava presa nas páginas daquele diário. Havia conseguido um nome e um local, mas será que realmente valeria a pena? Poderia muito bem ser uma armadilha. Tenho um lapso de memória e lembro do número desconhecido que havia me mandado mensagem. Pego rapidamente meu celular e entro no contato.

[AGATHA] Kalel Donatti. Bar Víbora. — É tudo que envio, não demora muito para receber uma resposta.

[DESCONHECIDO] Muito bem, já que foi tão rápida em descobrir o nome, vou te contar um segredo.

[DESCONHECIDO] O nome do bar é em homenagem a um veneno muito especial, nos últimos dias você teve a oportunidade de conhecê-lo. Negue tudo o que te oferecerem, aceite somente o que Kalel te entregar. No bar, costumo fazer alguns experimentos, a maioria deles envolve venenos. Cuidado por onde pisa, detetive.

[AGATHA] Por que você acha que vou ir até esse local? Não te conheço, não sou tão idiota. No diário, quem escreveu foi claro ao dizer que o local é de negociação da máfia. Pensa que sou burra?

[DESCONHECIDO] Na verdade, penso sim. Proponho deixarmos as coisas interessantes detetive... Se você não for até o bar, não saberá como impedir a próxima morte, talvez eu tenha um pouco de piedade e deixe você salvá-la.

[AGATHA] Não terei como salvar ninguém, se me matarem. — Envio a mensagem, sentindo meu corpo ferver de raiva.

[DESCONHECIDO] Ninguém daquele local tem autorização para tocar em você. Se o fizer, teremos mais de uma morte nessa noite.

Leio a última mensagem e respiro fundo, isso já está indo longe demais. Muitas coisas não fazem sentido na minha cabeça, talvez eu nunca devesse ter voltado para a Itália. Saio do meu apartamento indo em direção ao bendito bar. Poucos minutos depois chego até ele, um ambiente luxuoso, acolhedor.

Entro no bar e todos os olhares são direcionados para mim, como se estivessem me esperando, mas logo desviam. Perto de onde servem as bebidas, vejo dois homens sentados de costas. Um deles eu reconheceria há quilômetros de distância. Me aproximo e coloco a mão em seu ombro, que se vira assustado.

— Pietro? — Pergunto e o outro ao seu lado ri. O encaro.

— Errado boneca, esse daí não é Pietro, não é mesmo Pierry? — O outro, zomba.

— Como? Não estou entendendo. Você trabalha comigo, do FBI. — Sussurro a última parte. Ele permanece em silêncio.

— Que pessoal terrível eu sou, deixa eu me apresentar. — O outro homem sorri e se levanta, fazendo uma reverência exagerada. — Kalel Donatti, a seu dispor, detetive.

— Agora, não me importa quem você é, quero descobrir quem ele é e porque está mentindo. — Murmuro, irritada para Pietro ou Pierry, seja lá quem for.

— Todos nós temos segredos, Agatha. O meu nome verdadeiro é o menor dos seus problemas, seria o maior se eu estivesse tentando te matar, o que não é o caso. Decidimos no FBI que me chamariam de Pietro e assim vai ser.

Fico em silêncio por um instante, apenas observando os dois que estão em minha frente. Kalel tem um sorriso ladino em seu rosto, enquanto Pierry leva seu copo de bebida até a boca.

O assassino não me mandou aqui para impedir outra morte, isso eu tenho certeza. Pego meu celular, sendo acompanhada pelo olhar intenso do Kalel e abro nas mensagens.

[AGATHA] Você não me mandou até aqui para impedir outra morte. Me mandou para descobrir sobre Pierry. — Envio e a resposta logo chega.

[DESCONHECIDO] Muito bem... Agora fale para Kalel que eu autorizo o serviço.

Fico confusa com a última mensagem e olho para Kalel, que parece ansioso. Um brilho maligno no olhar.

— E então detetive, o que ele te falou? — Pergunta.

— Que autoriza o serviço... — Murmuro e Kalel rapidamente levanta da cadeira em que estava sentado.

Vejo o momento em que retira uma seringa do bolso e aplica no pescoço do Pierry. Grito com o susto e Kalel tampa minha boca com a mão.

— Xiu, detetive, quietinha. Apenas observe. — Kalel murmura e vejo o exato momento em que os olhos de Pierry se fixam em mim.

— No dia que tentaram matá-lo eu estava lá, vi o exato momento em que o gatilho foi puxado e seu corpo arrastado para o meio de um matagal, deixado para os animais comerem. Pensei que nunca mais o veria e seria apropriado para a Máfia que sua imagem não desaparecesse, então fizemos algumas mudanças e me tornei uma parte dele. Semelhança, digital e até mesmo a voz. Assim, tudo estaria sob controle, principalmente no FBI. Não é de mim que precisam ter medo. É dele. — Noto a respiração de Pierry ficar pesada, as veias em seu pescoço estão saltadas, uma camada de suor cobre sua face.

Quando ele está prestes a dizer outra coisa, seu corpo cai desacordado. Arregalo os olhos e tento me soltar de Kalel, o que é um fracasso.

— Relaxa Agatha, ele está vivo... por enquanto. — Kalel pisca um olho para mim e se afasta sorrindo. Sinto meu celular vibrar novamente e o pego.

[DESCONHECIDO] Está na hora de ir para casa. 


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