| CAPÍTULO 13 | ANGEL

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Mais uma alma perdida

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Mais uma alma perdida. É a única certeza que tenho quando ouço meu celular tocando ao meu lado. Não muito diferente das outras vezes, estou na delegacia. Estamos todos aqui atentos, tentando encontrar qualquer coisa, qualquer pista que nos direcione para o assassino.

Paro por um momento e penso em tudo que aconteceu. A chegada repentina de Aleksander  e dois dos meus melhores oficiais encontrados mortos na cena do crime.

Fecho os olhos com força e tudo o que consigo lembrar é do grito agonizante de Joshua, o desespero evidente em seus olhos. A única coisa que ele repetia sem parar era a palavra lobo. Deveria estar alucinando... mas como?

Sete mortes. Sete vitimas. Sete corpos. Nenhuma pista que nos leve até o culpado. As mortes estão ficando cada vez piores, de modo que, uns aparecem sem partes do corpo, totalmente esquartejados.

Todos estão trabalhando duramente para encontrar qualquer evidência que possa ajudar. Há três dias, Aleksander  chegou, com uma equipe. Não tive outra opção a não ser chamá-lo. Qualquer ajuda era bem-vinda. Tudo com o que me importo no momento é encontrar o culpado.

Estamos todos no departamento, esperando o louco atacar novamente. 24 horas e nenhuma vítima, não sei se respiro aliviada ou se me preocupo ainda mais com esse sumiço repentino.

Pedro está nos ajudando mas ultimamente anda mais sumido. Quando perguntei para Aleksander onde ele estava, ele apenas me disse que o viu sair com o carro mais cedo. Quem não está gostando disso é o Pedro, ele parece incomodado com a presença deles, tanto que não fica muito tempo por perto, sempre arruma uma desculpa para poder sair.

— Não conseguimos encontrar nada, novamente. — Kaden diz. — Nem toda tecnologia está nos ajudando.

— É só questão de tempo. Iremos encontrá-lo. — Falo firme. — Alguma hora ele terá que cometer algum deslize e então o pegaremos.

— Nesse momento eu queria o Pietro aqui, ele teria resolvido isso em dois minutos. — Ouço Kaden resmungar e o encaro desconfiada. Desde quando eles se conhecem?

— Cala a boca! — Haelyn repreende e fico ainda mais curiosa. Nunca que eu imaginaria Haelyn mandando alguém calar a boca.

Vejo Kaden encarar o celular, boquiaberto e ficar pálido em questão de segundos.

— O que aconteceu? — Haelyn pergunta, se aproximando dele. Esse pessoal é um bando de incompetente. — Agatha, acho que você vai gostar de ver isso, ou não. — Me aproximo mais que depressa e pego o celular da mão do Kaden. Fico boquiaberta.

Existe uma mensagem que faz todo o meu corpo se arrepiar e uma sensação ruim se apossar de mim. Isso só pode ser brincadeira.

[Desconhecido] Bom dia, detetive! Como está o seu dia? Espero que excelente, pois o meu está maravilhoso.

Vim aqui provar minha bondade interior e então lhe avisar que nesse exato momento, corpos estão sendo deixados em algum lugar da cidade. Isso mesmo que leu, CORPOS, dessa vez eu estarei deixando mais de um, já que vocês estão muito lerdos para me encontrar.

Achem a cena do crime e então a pista que deixei nela, com essa pista você conseguirá decifrar o lugar que deixarei a próxima vítima, e se der sorte, até mesmo poderá chegar a tempo de salvá-la. Nos vemos em breve, Agatha Chermontt.

— Precisamos encontrar o lugar agora! — Grito e saio correndo até meu carro. Todos me seguem, mas antes percebo um olhar estranho que Aleksander, Haelyn e Kaden estão trocando, é como se eles soubessem de algo, mas isso não importa agora.

Em menos de trinta minutos conseguimos localizar com exito o local e fomos mais que rapidamente.

Os corpos estão jogados no chão, mas existem algemas em suas mãos, diferente dos anteriores. Eles seriam pendurados, mas quem os deixou aqui não teve tempo de concluir seu serviço, algo o atrapalhou. Mas o que pode ter atrapalhado?

— Alguém impediu que ele colocasse os corpos como desejava. — Kaden comenta, olhando seriamente a cena.

As correntes já estavam amarradas, era só encaixar nas algemas, isso é fato. Ouço o barulho de algo caindo e corro em direção ao som.

— Mas que porra é essa? — Grito ao ver um corpo caído. Diferente dos outros, esse possui um corte no tórax. Antes que eu possa me aproximar, algo cai e fico em choque ao ver o coração da terceira vítima.

Ouço alguns murmúrios e então Aleksander e Haelyn estão agachados ao lado do corpo. Os vejo trocar um olhar e então sorriem abertamente. Estou estática, de modo que todas as minhas reações estão paralisadas. Os dois se levantam e me encaram.

— Vamos lá detetive, reação! — Aleksander diz... contente?! — O jogo acaba de virar.

— VOCÊS ESTÃO FICANDO LOUCOS? — Grito e todos se assustam. — Ao que tudo indica, temos dois assassinos soltos pelas ruas da Itália e vocês estão felizes com isso? Porque claramente eu esperava qualquer reação, menos uma de felicidade.

— Você está trabalhando demais, Agatha, deveria ir descansar. — Aleksander fala somente e entra em seu carro, indo embora. 

Olho para o telhado do local e o vejo. A face angelical com os olhos do demônio que ele é. Não foi qualquer pessoa que impediu que o assassino arrumasse a sua cena do crime, foi ele. Pietro. O único que seria capaz disso. Aquele que eu fujo já fazem anos.

Não tenho mais como evitar o que está para acontecer. Pego meu celular e envio uma mensagem para o desgraçado.

I AGATHA I Veio terminar o serviço e me matar de uma vez? 

Clico em enviar, por um momento meus olhos se enchem de lágrimas. Tentava a todo custo, não acreditar que ele estava de volta, e vivo, depois do nosso último encontro. Por um segundo, realmente quis acreditar que estava tendo uma alucinação. 

I PIETRO I Claro que não, Agatha. Deveria me agradecer, facilitei o seu trabalho e livrei a cidade de três aspirantes a assassinos. Mas temos assuntos pendentes. 

I AGATHA I Vá para um local seguro e me mande a localização. Vamos conversar.


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