Capítulo 6

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11 de novembro 2198

Chamas do Sol

Ryu está passeando com Nice, mostrando para ele como está a nova cidade, clima frio nunca visto antes por eles naquele lugar após a morte do Dragão.
O primeiro e verdadeiro inverno chegando, sem aquele calor forte que eram obrigados a conviver.
O movimento de soldados se preparando para a batalha que poderá vir, não impede deles passarem um tempo juntos com certa tranquildade no meio do povo.

Ryu usando apenas uma blusa de capuz preta e calça jeans azul.
Nice ainda com vestido preto curto que foi para festa, mas agora com botas nos pés largando o salto alto.

Ryu aproveita a oportunidade de contar como foi que ele e Ury conseguiram os seus poderes.
Atenta a cada palavara do cavaleiro, Nice fica surpresa com tudo o que aconteceu e a ousadia dos irmãos Dost.
Não evitando de ficar emocionado ao relembrar que tudo que fizeram era pensando em resgatá-la algum dia.

Passado alguns minutos explicando, ele está mutio curioso com o que aconteceu no Reino Místico, quer saber de tudo que ela passou, os apertos, os dias calmos.

-Agora é sua vez, conte o que aconteceu com você em Bloodcity. -ele diz, sorridente, feliz por ter encontrado ela, sentados nos bancos de uma praça.

Ela suspira, trocando a posição das pernas cruzadas, agora a esquerda por cima da direita, afastando os fios de cabelo na frente do rosto, ela começa a contar:

-Infelizmente, a vida dos humanos do outro lado também não é nada fácil, sorte que alguns conseguiram refúgio em Waterfall, Sercity ou com a tripulação dos Piratas Fantasmas.
Ryu, a minha felicidade lá era ver os outros humanos bem para caso algum dia alguém me ajudasse ou se eu me desse bem ajudaria os outros.
Era uma inocência, ou esperança.
Sair dos domínios deles é muito difícil.
Torcia para qualquer um ter uma oportunidade e me levar.
Mas sobre minha chegada... assim que cheguei, fui vendida como escrava para um vampiro, ele é tipo um gângster, mas sem muita moral, há piores.
Antes ele só tirava meu sangue, esperando eu ficar mais velha, enquanto eu aprendia com as outras mais experientes como era a vida que eu teria que levar.
Já a transformação... o maldito esperou quatro anos.
Poucos meses depois de eu ter feito 19, ele me transformou no meio de uma festa.
Me mordeu, eu desmaiei e acordei no outro dia já transformada.
Não me lembrava muito da noite passada, mas foi algo terrível, me contaram que fiquei me contorcendo pelo chão sentindo dores por alguns longos segundos até morrer.
Além de nos comprar eles gostam de nos transformar, mulheres ou homens bonitos entre 18 e 25 anos. Eles ficam ostentando seus vampiros criados, exibindo seu controle e quantos de nós tem os servido.
Desde que cheguei fazia tudo que ele me pedia, e se dissesse não, iria fazer do mesmo jeito, ele ameaçava qualquer um, um soco dele poderia matar.
Eu evitando o pior, fazia tudo calada e dando meu melhor para passar despercebida.
E eles sempre comprando mais, trocando quando se enjoava do sangue ou da aparência.

Nice fecha os olhos, lembrando, abrindo-os continua a contar.

-Serviamos como prostitutas, empregada da casa, deixar tudo limpo e no fim estar bem linda, sorridente, para ir nas festas.

-Eu sinto muito, Nice. Eu queria ter chegado antes, mas...

-A culpa não é sua. A culpa disso tudo é daqueles do outro lado.
Você viu aquela cidade.

Ryu assente.

-Tudo aquilo foi reconstruído com trabalho de nós humanos.
Poderiam fazer rápido com a magia deles, mas ficavam satisfeitos quando demorava mais tempo com o trabalho braços e o esforço dos humanos.
Nosso suor e sangue escorrendo, os deixam felizes.
Quatro anos difíceis não só para mim.
É claro que vinha pensamentos de ser livre através da morte.
Mas eu me apeguei em querer ver o fim deles, me libertar e se fosse morrer um dia, levar alguns juntos.
Pensei em até caçar vampiros, mas não deu tempo, graças a Deus você chegou e me tirou de lá.
Melhor assim.
Eu poderia morrer em uma fuga suicida.
Para todos nós foi difícil, saí daqui triste, achando que nunca mais iria voltar e você hoje atravessou o portal para me procurar.
Tudo no momento certo, eu acredito.
Nós dois tivemos obstáculos para chegar aqui neste momento.
E eu vendo seus amigos e você na festa, me senti um pouco de novo em casa e agora estou em casa... tão rápido mas é real.

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