— Ali, olha elas! —Jason se põe a correr na direção de Millie e Madson, assim que as avista no meio da imensidão branca. Lydia e Dylan o acompanham e as duas param de andar ao vê-los, logo imaginando que sermões estão por vir agora e quando elas chegarem em casa — principalmente para Madson.
ㅤㅤㅤㅤ— Aconteceu alguma coisa? — indaga Mad, engolindo em seco. Ao seu lado, Millie já não controla mais seu queixo trêmulo e esfrega as mãos nos braços.
ㅤㅤㅤㅤ— Já começou. — usando um capuz que cobre todo o seu cabelo, Lydia aponta para cima. — Essa nevasca vai ficar ainda mais forte. Viemos atrás de vocês pois não sabíamos se iriam voltar logo ou esperar ficar pior.
ㅤㅤㅤㅤ— Nós já estávamos voltando — diz a pequena Lanson.
ㅤㅤㅤㅤ— Ótimo, vamos indo, então. — a fumaça oriunda da respiração de Jason cobre seu rosto. Ele é o primeiro a se virar e começar o caminho de volta.
ㅤㅤㅤㅤ— Ei, você tá legal? — Dylan se aproxima de Millie e se curva, olhando a menina já branca como papel.
ㅤㅤㅤㅤ— Mu--muito fri--o... — ela encolhe o corpo, encarando Dylan.
ㅤㅤㅤㅤ— Vamos, logo você se esquenta. — o policial põe a M-4 no chão e tira seu casaco, colocando-o sobre os ombros da menina. — Quando chegarmos, quero falar com você. — ele cata o fuzil e se levanta, guiando Millie com a mão em seu ombro.
ㅤㅤㅤㅤ— O quê? Po--por que...? — segurando o casaco, ela o olha. O frio não a permite demonstrar o quão assustada ela está, por causa dos cigarros e o temor de não saber se a conversa é sobre isso.
ㅤㅤㅤㅤ— Eu só quero... conversar, não é nada demais.
ㅤㅤㅤㅤ— Ok... — ela volta a olhar para a frente, trocando olhares com Madson, que a observa por cima do ombro.
ㅤㅤㅤㅤOs primeiros tiros vindos da floresta atingem o solo três metros atrás de Dylan, levantando pequenas colunas de neve e terra. O policial alerta para todos irem pro chão e rapidamente joga seu corpo por cima do de Millie, fazendo os dois caírem na neve fofa. Jason faz o mesmo com Madson e Lydia fica deitada no meio deles, enquanto a sequência de disparos parece interminável.
ㅤㅤㅤㅤJasper não tira o dedo do gatilho e parece disparar a esmo, vendo todos os tiros atingirem a neve que serviu como uma barricada, protegendo os seus alvos. O rapaz só para de atirar quando o punho esquerdo de Karl acerta sua têmpora e também seu supercílio, abrindo o corte que começa a expelir sangue. O mais novo do grupo bate com o ombro em uma árvore e solta o fuzil.
ㅤㅤㅤㅤ— Ficou maluco, porra?!! Você denunciou nossa posição!! — a voz de Karl ecoa pela floresta e pode ser ouvida pelos cinco sobreviventes jogados na neve. Ele segura Jasper pelo sobretudo.
ㅤㅤㅤㅤ— Eu precisava fazer isso, pelo meu pai! — o rapaz o encara, furioso.
ㅤㅤㅤㅤ— Seu pai é Lúcios, caralho!! — Karl fala mais alto ainda, dando um intervalo maior até gritar o nome do seu deus com ainda mais ênfase. — É ele que você devia chamar de pai, não o inútil do Liam!!
ㅤㅤㅤㅤNesse instante, um tiro disparado de onde os sobreviventes estão atinge diretamente o ombro esquerdo de um dos cultistas de Lúcios, arrancando um grande pedaço com músculos, pele e ossos, o levando ao chão. Do outro lado, Lydia puxa levanta o ferrolho da sua AWM, o encaixando novamente.
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Sangrentos: Destinos Cruzados
TerrorUma pandemia causa o colapso mundial, tirando de circulação governos, comércios, emissoras de TV e a vida como era conhecida; uma praga que faz os mortos se erguerem para o topo da cadeia alimentar e dominarem o globo, banqueteando-se dos vivos. Na...