O que dizem sobre a vida passar diante dos seus olhos um momento antes da morte é realmente verdade. Harry Hudosn vê vários momentos do seu passado. A primeira vez em que montou a cavalo na velha fazenda dos seus pais, seu primeiro romance clichê no banco de trás de um Mustang ano 77 e também alguns momentos ruins, como quando teve uma séria discussão com sua filha, culminando na saída dela de casa e em um sumiço que já dura dez anos. Apesar de não ter a chance de se desculpar com ela, algo ainda conforta seu coração nesse momento, que é poder reencontrar sua esposa, da qual se perdeu nas primeiras horas do distúrbio. Suas lembranças, arrependimentos e pecados são todos apagados quando ele sente seu corpo se chocar com o primeiro canibal da fileira. Caindo de lado, o cowboy logo é coberto por dezenas de mãos mortas, o puxando para o fim.
ㅤㅤㅤㅤA primeira mordida é dada acima da sua bacia. A grande barriga do velho é rasgada logo em seguida por três pessoas imundas, fazendo litros de sangue serem derramados junto de intestinos e órgãos no piso de concreto. Harry é impedido de gritar pois um garoto com menos de dez anos o morde no pescoço, juntamente de uma mulher de cabelos castanhos, que o ataca no olho esquerdo. Sentindo sua vista escurecer, a última visão que ele tem é a de Stevens correndo igual um covarde de volta para onde estão Dylan, Brad e Derick. Seu sangue cobre o olho direito antes que ele pudesse ver o desenrolar da cena.
ㅤㅤㅤㅤ— SEU FILHO DA PUTA ASSASSINO!! — Derick brande o taco de aço e corre furioso até o segurança, pronto para o atacar, mas Stevens executa um salto para a frente, projetando as solas das suas botas contra o tórax dele, o jogando para trás. Soltando o taco, o tesoureiro cai por cima de Brad, indo ambos ao chão. Eles também acertam Dylan, mas o policial consegue manter o equilíbrio, encarando Stevens com fúria nos olhos.
ㅤㅤㅤㅤSem mais gritos vindo da passarela, o único som que eles escutam é o dos vários canibais devorando Carlos, Danny e Harry. Ao som dessa orquestra grotesca, o segurança fecha as portas e tira um par de algemas do seu coldre, as prendendo nos puxadores, junto com o bastão que Derick soltou ao cair. Ele respira fundo, aliviado por aquilo ter terminado — ou pelo menos, a parte mais difícil.
ㅤㅤㅤㅤ— Cara, você matou o Harry... — Brad se levanta e olha para o segurança, temendo que seja atacado também.
ㅤㅤㅤㅤ— Eu só adiantei o inevitável. Ele não iria sobreviver muito tempo, lhe fiz um favor. Agora, chama o Holkins pra colocar correntes aqui — Stevens se vira para o mais jovem, mas fica olhando a porta por cima do ombro.
ㅤㅤㅤㅤ— Seu miserável. Você quem deveria estar sendo devorado agora. — Derick se levanta também e caminha na direção do assassino, com a mão no tórax.
ㅤㅤㅤㅤO segurança então saca e aponta sua Glock diretamente no rosto dele, que cessa seu avanço imediatamente, engolindo em seco e erguendo a canhota na altura dos ombros, em um pedido para que Stevens mantenha a calma.
ㅤㅤㅤㅤ— Eu ainda tenho munição o bastante pra atirar nos três e contar uma história pro Holkins e pras outras pessoas. Então, é melhor que todos vocês cooperem sobre o que houve aqui, pra que possamos chegar numa conclusão mútua sobre os fatos: Harry tropeçou e caiu em um monstro. Os outros dois se sacrificaram pra que pudéssemos sair vivos. Todos de acordo?
ㅤㅤㅤㅤDerick permanece calado e imóvel, sendo fuzilado pelo olhar amedrontador de Stevens — um olho inchado e outro com a esclera vermelha. Logo atrás, Brad se levanta e olha com medo para o segurança, apenas confirmando positivamente com a cabeça, temendo ser o próximo alvo do louco. Mas diferente deles, Dylan está tomado de raiva. Embora não conhecesse Harry o bastante, o modo como o cowboy foi morto fez seu sangue ferver. O policial leva a destra para trás da sua blusa e segura firme o cabo do pequeno .38, o puxando enquanto caminha para a direita, até que Derick não esteja mais na sua linha de tiro.
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Sangrentos: Destinos Cruzados
HorrorUma pandemia causa o colapso mundial, tirando de circulação governos, comércios, emissoras de TV e a vida como era conhecida; uma praga que faz os mortos se erguerem para o topo da cadeia alimentar e dominarem o globo, banqueteando-se dos vivos. Na...