.25: O Estopim

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Mil pensamentos passam pela mente de Dylan, que tenta ignorar a dor da sua perna esquerda - e o sangramento -, aliada com o aperto em seu pescoço e a pequena dificuldade de respirar. Ele tenta arquitetar algum plano que o liberte desse cerco e ainda conseguir lutar; ele sabe das suas limitações nesse estado. O homem vira o rosto um pouco para a esquerda e observa a mulher portando uma MP5, já sabendo que a qualquer movimento, ela pode matá-lo. Seu turbilhão de pensamentos só é parado quando a voz do satânico que segura sua arma ecoa por todo o campo dentro do sítio.

ㅤㅤㅤㅤ- Vamos!! Ninguém mais vai sair, ou vamos ter que fazer o jeito difícil!? - Dean abre as braços, aguardando por uma resposta. - Não tem porquê vocês lutarem mais... seus amigos que estavam praticando tiro, aqueles lá, já eram também. Vocês já morreram no momento que recusaram Lúcios. Nós só viemos buscar suas almas miseráveis.

ㅤㅤㅤㅤ- A gente devia parar de enrolar; matar esse daqui e ir atrás do restante - comenta o loiro que segura Dylan, apertando mais o seu pescoço.

ㅤㅤㅤㅤ- Ainda não, nós sabemos que esse cara foi um dos que matou nossos irmãos. - Dean aponta o cano da Desert Eagle para o rosto de Dylan. - Quero que ele veja a gente matar os amigos dele, um por um.

ㅤㅤㅤㅤ- Tá, como sei que essa porra vai demorar, eu vou pegar a vadia que tá no celeiro e trazer pra cá pelo cabelo. -a morena passa a canhota nas mechas ressecadas e começa a caminhar na direção da construção vermelha.

ㅤㅤㅤㅤ- Só não maltrate tanto ela, Michelle. Deixe isso pra quando todos estiverem aqui. - Dean sorri, vendo sua parceira se distanciar.

ㅤㅤㅤㅤ- No segundo andar da construção, Max observa por uma fresta nas ripas de madeira, Dylan imobilizado e também a aproximação da satânica armada com a submetralhadora. A mulher também nota uma movimentação fora dos limites do sítio e identifica mais três satânicos, um deles segurando um rifle de precisão com silenciador.

ㅤㅤㅤㅤ- Droga... tem mais deles vindo. - Max se afasta e fica sentada sobre o feno, com os olhos vermelhos e a respiração ofegante.

ㅤㅤㅤㅤ- A gente pode com eles, Max. - Millie a olha. - Podemos lutar, temos que fazer alguma coisa.

ㅤㅤㅤㅤ- Aquele cara disse que os outros estão mortos... Jacob e Ashley...

ㅤㅤㅤㅤ- Max, me escuta. - a menina a segura pelos ombros. - Se a gente não fizer nada, eles vão matar a gente também. Não quero morrer e nem que o Dylan morra, mas se não pudermos fazer nada, temos que pelo menos tentar fugir.

ㅤㅤㅤㅤ- A mulher fica em silêncio. Seus olhos castanhos se enchem de lágrimas conforme ela imagina seus amigos mortos, mas principalmente, em Tommy, que está na casa que também vai ser alvo dos invasores. Millie apenas a encara e depois olha para baixo; a saída do celeiro.

ㅤㅤㅤㅤ- Merda... tá, fica aqui então. - imaginando que Max iria se opor, ela suspira ao não ter outra resposta além do seu choro. Millie cata a Kar-98 com certa dificuldade devido ao seu peso, mas consegue colocar a bandoleira ao redor do seu corpo e se dirige às escadas.

ㅤㅤㅤㅤ- Do lado de fora, Dean se aproxima do corpo do homem que Dylan atirou com a Desert Eagle e consta que o mesmo está morto, banhado em seu próprio sangue, que ainda jorra da enorme ferida em seu tórax. O satânico então puxa sua faca as bainha e crava a lâmina na cabeça do seu irmão.

ㅤㅤㅤㅤ- Ei, você... - Dylan olha na direção do invasor, falando com dificuldade. - Deixa as pessoas da casa em paz... fui eu que matei seu pessoal.

ㅤㅤㅤㅤ- Parece até irônico você dizer isso -Dean se levanta guardando a faca novamente. -, pois meus irmãos estavam justamente tentando salvar vocês e ainda assim, findaram mortos.

Sangrentos: Destinos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora