Enquanto dirige, Abraham alterna entre olhar para o caminho na sua frente e olhar no retrovisor do para-brisas, onde pode ver Angel brincando com Ashley. Yumi permanece sentada, quieta, com a M-24 sobre suas pernas e Dylan observa a paisagem branca pela janela da sua porta. A quantidade de neve na estrada não atrapalha em nada o furgão, que se comporta bem no terreno. Eles passam por uma placa que dá boas-vindas à Nolbank City e a paisagem rural dá lugar a pequenos estabelecimento de até três andares; lojas de bebidas, roupas, sapatos, oficinas e outras lojas menores.
ㅤㅤㅤㅤ— Esse lugar parece ser bem pequeno — comenta Abraham.
ㅤㅤㅤㅤ— Esse lado da cidade é todo de comércio. Residências ficam mais ao norte, mas aqui era um lugar conhecido por ter bastante mercados. Toda rua tem um e isso gerava muita renda pra cidade... lembro que tinham dias em que mais de trinta caminhões vinham abastecer cada mercado daqui — diz Ashley.
ㅤㅤㅤㅤ— Beleza... Conhece alguns outros, Dylan? — Abraham olha seu companheiro.
ㅤㅤㅤㅤ— Alguns, mas vamos focar só no que a Ashley trabalhava e voltar logo pra fazenda. Talvez possa nevar em breve e vai ser ruim se for forte. — o policial se mantém atento às ruas.
ㅤㅤㅤㅤ— Tá, vira à esquerda naquele cruzamento, Abraham. — Ashley coloca Angel no assoalho do furgão e fica atrás dos bancos, indicando o caminho que deve ser seguido.
ㅤㅤㅤㅤCom as instruções, não demora até que o grupo da incursão aviste um pequeno estacionamento do Piggly Wiggly, com suas vidraças ainda intactas e a grande fachada com a logo da empresa e o sorridente porco com chapéu de açougueiro. Mas o que mais chama a atenção dos sobreviventes é o fato do estacionamento ter bem menos neve do que no restante da rua.
ㅤㅤㅤㅤ— Limparam o lugar? — indaga Abraham, desconfiando.
ㅤㅤㅤㅤ— Bom, nós não somos os únicos sobreviventes. Vai ver outras pessoas vieram e fizeram isso. Mas nós podemos ir procurar outro lugar — sugere Ashley.
ㅤㅤㅤㅤ— Não, só vamos ser rápidos. Já estamos aqui mesmo. — ele segue na direção do estabelecimento.
ㅤㅤㅤㅤ— Quando fizeram isso aqui? — pergunta Dylan, olhando o edifício de um único andar.
ㅤㅤㅤㅤ— Inaugurou ano passado, eu trabalhava como caixa desde que abriu. — a loira apoia os antebraços no banco. — Era um salário bom e que dava pra me manter, mesmo gastando quase todo com roupas, sapatos e--
ㅤㅤㅤㅤ— Já entendi — Dylan a interrompe.
ㅤㅤㅤㅤ— Sangrentos no estacionamento — alerta Yumi, ficando ao lado de Ashley.
ㅤㅤㅤㅤ— Você e o Dylan podem cuidar deles? Não devem ter mais de dez aí. Eu vou pôr o furgão de ré e a Ashley fica aqui com a Angel. — Abraham vê o pequeno grupo de errantes saindo do mercado, atraídos pelo som do motor.
ㅤㅤㅤㅤ— Certo. — Dylan abre a porta do furgão e desce, já tirando um canivete do coldre e ejetando a lâmina.
ㅤㅤㅤㅤYumi também desembarca, pela porta lateral, carregando um silenciador que acopla ao cano da sua CZ-75 e deixa a M-24 presa às costas, pela bandoleira.
ㅤㅤㅤㅤ— Você é policial tá só com um canivete? — ela alcança Dylan, caminhando ao seu lado e erguendo a pistola, disparando na cabeça do primeiro canibal, com a farda do Piggly Wiggly.
ㅤㅤㅤㅤ— Não acho uma boa ideia gastar munição. — Dylan acelera o passo e crava o canivete no topo da cabeça de uma mulher com cabelo cacheado, girando a lâmina e a puxando quando o corpo cai.
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Sangrentos: Destinos Cruzados
TerrorUma pandemia causa o colapso mundial, tirando de circulação governos, comércios, emissoras de TV e a vida como era conhecida; uma praga que faz os mortos se erguerem para o topo da cadeia alimentar e dominarem o globo, banqueteando-se dos vivos. Na...