.30: Uma Chance

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As sequências de tiroteios pelas ruas de Nolbank City fizeram com que centenas de sangrentos se espalhassem pelas ruas, ainda procurando possíveis vítimas vivas. Alguns mortos arrastam os pés na neve, os afundando e caindo quando não possuem mais mobilidade. Por trás de um ônibus incendiado e com as rodas já soterradas pela neve, surge um trio de canibais formado por duas mulheres - uma delas já bem idosa - e um homem com o antebraço direito decepado. Todos se aproximam de um posto de combustíveis, mas a sangrenta mais nova é abatida por um tiro silenciado que atinge sua testa e a faz cair para trás, chamando a atenção dos outros dois, que se viram atiçados pelo som do corpo caído. O homem sem braço é devidamente morto ao ter sua têmpora esquerda atingida por outro disparo, seguido da idosa, atingida no topo da cabeça.

ㅤㅤㅤㅤ— Mais três pro saco. Quanto tempo mais a gente vai esperar? — indaga Butch, tirando sua SLR de cima do capô de um furgão abandonado.

ㅤㅤㅤㅤEle se vira e olha mais três satânicos próximos de uma caminhonete Hilux prateada e, espalhados sob a cobertura do posto, outros três se mantém em alerta, vigiando as proximidades.

ㅤㅤㅤㅤ— Se tá com tanta pressa assim, por que não foi embora com os outros, Butch? Eu disse que iríamos esperar o Karl aqui. — Elizabeth mantém os braços cruzados e permanece encostada na lataria do veículo.

ㅤㅤㅤㅤ— Eu achei que ele fosse demorar menos.

ㅤㅤㅤㅤ— Conhecendo o Karl, deve ter achado mais infiéis e agora tá matando eles. — a acobreada aponta com o queixo na direção da rua.

ㅤㅤㅤㅤO caucasiano se vira e identifica, à vinte metros, o bombeiro reanimado ainda usando seu capacete, de quando era um homem comum que combatia incêndios. O satânico solta o ar pela boca e ergue novamente sua arma, mirando no sangrento, mas antes que apertasse o gatilho, ele e todos os demais podem escutar um som de motor ficando cada vez mais próximo.

ㅤㅤㅤㅤ— É ele? — Butch, abaixa a arma e olha ao redor.

ㅤㅤㅤㅤSurgindo por trás do mesmo ônibus incendiado Karl surge montado no snowmobile, derrapando na neve e jogando uma grande quantidade para a esquerda. O som alto faz o bombeiro se virar na direção em que o veículo vem em alta velocidade e o satânico de cinza saca uma pistola do coldre, já atirando o projétil que perfura o visor sujo da máscara do sangrento e o mata. Após isso, Karl reduz a velocidade e para na entrada do posto, com o snowmobile ainda na neve.

ㅤㅤㅤㅤ— E aí, moças, sentiram saudade? — ele salta do veículo e guarda a pistola de volta no coldre, caminhando até os demais com um grande sorriso no rosto.

ㅤㅤㅤㅤ— Credo, o que houve com a sua cara? — pede Elizabeth, olhando seu rosto ainda sujo e com os cortes cobertos de sangue seco. — Tentaram consertar raspando ela na parede?

ㅤㅤㅤㅤ— Haha... muito piadista, Beth. Não tem graça brigar sem apanhar um pouco. Isso torna a luta menos divertida. — Karl retira suas luvas sujas de sangue e chega na caminhonete, abrindo a porta atrás da do motorista e as jogando no assoalho. — Tem água aqui ainda?

ㅤㅤㅤㅤ— Bolsa marrom. Mas enfim, conseguiu o que queria? — a satânica de cinza agora se encosta na caçamba da caminhonete.

ㅤㅤㅤㅤ— Digamos que uns noventa porcento. Eu dei uma surra federal no Vírus... sério, a cara dele ficou parecendo aqueles monstros de videogame. A coisa mais feia do mundo... Duvido que ele esqueça disso. — ele ri, se lembrando da sessão de socos enquanto pega a garrafa d'água.

ㅤㅤㅤㅤ— E os outros dez porcento?

ㅤㅤㅤㅤ— Ah, quando eu ia estourar a cabeça dele com uma barra de ferro, três infiéis apareceram e estragaram meu momento Tive que vazar. — ele abre a garrafa e molha a destra, a passando em seu rosto logo em seguida.

Sangrentos: Destinos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora