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Pov Tzuyu

Nós nos encontramos na pista e voamos de lá para Atenas, onde Henri e seu amigo se separaram do grupo principal, sem dizer nenhuma palavra.

JeongYeon tinha guiado o resto de nós para a Marina Zea, a uma doca onde um navio de pesca enferrujado balançava, esperando por nós.

O capitão era um pequeno grego enrugado, com a pele da cor de casca de noz que aparentava uma textura similar.

Esperamos por duas horas. Finalmente, Henri e seu amigo voltaram, notei que os dois haviam trocado as camisas e agora cheiravam a sabão. Henri acenou para mim.

— Os "Sombras de Joohyun"  agora são fantasmas. Vamos, ela não vai saber que estamos chegando.

Sacos de armas, coletes de Kevlar e caixas de munição foram abertas logo que chegamos a mar aberto, cada um de nós se preparando.

Fizemos um desvio, parando em uma pequena vila de pescadores, onde o amigo sem nome de Henri, que estava armado com um rifle MSR de JeongYeon, partiu em um helicóptero. Olhei para ele, com uma sobrancelha arqueada em questionamento.

— Andrei é um atirador perito. O outro é um piloto experiente. - Henri apontou para a aeronave subindo. — Nós temos um helicóptero, um favor do meu amigo. Agora temos apoio no céu.

Foi uma longa viagem, e eu adormeci inquieta enquanto o velho navio de pesca navegava pelas ondas, viajando para o leste e sul, através da escuridão da noite.

Uma palavra tranquila em grego do capitão, e estávamos todos acordados imediatamente, coletando nossa bagagem e movendo-nos para a popa.

Alexei e Matteo empurraram o Zodíac (N/A: Fabricante de botes, barcos infláveis, etc.) na água enquanto o navio de pesca flutuava até parar.

Os dois mercenários seguraram o barco no local ao passo que o resto entrou, então saímos, com o poderoso zumbido do motor de popa.

Ouvi o toque de uma âncora e as luzes do navio de pesca se apagaram, deixando-nos deslizar através do Mar Egeu, iluminados pelo luar. Ninguém disse uma palavra. O amanhecer manchava o mar com um brilho rosa.

Sentei-me na parte de trás do Zodíac, lutando contra o pânico, os nervos e o enjoo enquanto o pequeno barco cortava através da água, balançando-se nas ondas e caindo de volta para baixo.

Eu tinha um rifle Steyr AUG na mão, peças de reposição no bolso do meu colete tático, uma pistola em um coldre de quadril e um colete de Kevlar por baixo da minha roupa.

JeongYeon estava ao meu lado, vestida do mesmo modo e armada, assim como Henri e os outros três mercenários. A ilha apareceu à distância. A uns 400 metros, Matteo desligou o motor e distribuiu remos.

Nós remávamos através da água em silêncio agora, Henri e JeongYeon ajoelhados na proa com rifles de assalto mirando a ilha.

Ouvi distante, o som do helicóptero sobre a água do outro lado da ilha. Quando nos aproximamos da costa, a queda das ondas contra as rochas tornou-se um rugido.

Alexei ergueu o remo da água, apontou para nós com os quatro dedos da mão esquerda, seu dedo mindinho não passava de um toco, e todos pararam de remar.

Sasha cortou o remo na água, inclinando-nos em direção a uma dobra na face rochosa da ilha.

Uma vez que o arco de borracha do Zodíac colidiu contra a rocha, nos parando, Alexei amarrou a corda a um anel enferrujado em um afloramento de rocha. Ele apontou para cima.

— Isto costumava ser uma fortaleza em séculos passados. Existe uma escada na pedra. Vamos subir. - Olhando para cima, eu poderia muito bem acreditar que costumava haver uma fortaleza aqui.

Tinha visto uma imagem de satélite da ilha, era um dedo de rocha nua empurrando para fora do mar Egeu, com uma praia estreita no lado sul, junto com uma pequena baía natural.

Bem acima, tinha uma enorme casa construída diretamente sobre a própria rocha, uma estrutura de vidro e aço sobre as ruínas da antiga fortaleza.

Estávamos no lado norte da ilha, de frente para uma encosta vertical, quase pura de rocha nua.

Parecia impossível, mas eu assisti como Alexei pendurou o rifle em torno das suas costas e subiu com a agilidade de um bode.

Olhando de perto, pude ver um conjunto estreito de sulcos esculpidos na pedra antiga. Não poderia ser chamado de 'escada' mas nos permitiria subir despercebidos.

Demorou uma hora para escalar a superfície e quando nós chegamos ao topo atrás da mansão, eu ouvi a aproximação do helicóptero, o ruído dos rotores alto agora.

BOOM! O MSR explodiu, quebrando a janela de vidro ao lado da porta da frente. Homens fluíam para fora do edifício, empunhando Uzis e AK-47, gritando uns para os outros.

Eles nos viram e abriram fogo, enviando rajadas zunindo e estalando em nós. O MSR soou novamente, e vi um homem cair para frente.

BOOM! Um segundo corpo caiu. Alexei disparou para frente, pulverizando balas em rajadas curtas.

Ele saltou através do espaço onde a janela tinha estado, botas triturando o vidro, e eu podia vê-lo girando, escaneando.

Crack crack crack, então gritos foram interrompidos e corpos bateram no chão. Eu estava bem atrás dele, atirando com a minha MP5 (N/A: Pistola automática 9 mm) chacoalhando, rangendo contra o meu ombro.

Sana estava aqui, em algum lugar. Eu tinha que encontrá-la. A razão me deixou, então saí correndo.

Vozes atrás de mim gritaram para eu esperar, mas não houve espera. Formas surgiram na minha frente e eu as eliminava.

Passei através de cada porta, sem me importar com o perigo, pulverizando qualquer coisa que se movia, chutando corpos para fora do caminho, enquanto procurava a entrada para os níveis inferiores.

Eu não era uma soldada treinada. Minhas ações foram automáticas, instintivas, movidas à raiva. Meu único pensamento era encontrar Sana. Não havia mais nada.

Não me importava com o que aconteceria com ninguém, nem mesmo comigo, contanto que eu a encontrasse. Alexei gritou, apontando para mim.

— Aqui! As escadas para baixo. - Passei por ele, descendo os degraus de forma imprudente.

Alexei seguiu atrás de mim com mais cautela. Nós descemos uma escada em espiral para dentro da fortaleza, nos movendo por corredores estreitos e  salas vazias.

Um labirinto que nos levava para baixo em uma série de círculos concêntricos. Em um ponto, chegamos a uma interseção em T e Matteo passou na minha frente, fez uma curva para a esquerda, rifle no rosto, disparando.

Sangue espirrou e ele foi jogado para trás, apertando sua garganta. Alexei o puxou de volta ao virar em um canto, mesmo quando Matteo parou de engasgar, ficando imóvel.

Alexei rolou do canto, de cócoras, atirou e se afastou rapidamente, enxugando a testa com uma inquieta descrente gargalhada.

A bala tinha vincado o seu rosto, errando sua têmpora por uma fração de centímetro. Espreitei através da esquina, vi a luz do dia através de uma porta.

Um homem estava ali, com um rifle apontado para mim. Ele disparou, a bala rachou a parede ao lado da minha cabeça.

Mirei no seu tronco, apertei o gatilho e ele caiu. Silêncio então, nada além do helicóptero circulando à distância.

A entrada nos levou para uma varanda esculpida na própria superfície da rocha, o mar Egeu azul e turbulento à 15 metros abaixo.

Outra porta aberta surgiu à nossa esquerda, um buraco negro levando ainda mais para baixo, para as entranhas da antiga fortaleza.

Sasha, Henri e JeongYeon voltaram, procurando no resto dos quartos mais uma vez, certificando-se de que não havia surpresas esperando.

Eu ouvi o crack de uma pistola ecoar pela escada. Uma pausa momentânea e depois crack... crack... crack... crack.

Era uma pistola grande, pelo som. Silêncio. Em seguida, mais um zumbido crescente. Minha garganta apertou e minhas entranhas agitaram.

Meu coração batia forte, Sana está lá embaixo em algum lugar. Eu sabia. E sentia isso. Mas ela estava viva?

Taken- Satzu versionOnde histórias criam vida. Descubra agora