Cuidadosamente, coloquei a minha xícara para baixo, com medo de deixar minhas mãos trêmulas derramar meu café.
— A verdade. Sobre o quê?
Apesar de sua calma externa, vi uma torrente de emoção escondidas em seus olhos. Ela desviou o olhar, fitando a cidade, tomando seu chá, casualmente majestosa em sua beleza real.
— Você lembra-se o que lhe disse? - Engoli em seco. Eu quase tinha esquecido.
— Você tem um segredo que me preocupa. - Me sentei em linha reta, empertigada e apropriada, uma vã tentativa de me manter contida. — Você falou, que quando me contar isso mudaria as coisas.
Ela assentiu, finalmente colocando sua xícara para baixo e olhando para mim. Zhou descansou sua panturrilha no joelho, inclinando-se para trás.
— E quando souber, o que foi que eu disse que você provavelmente faria?
— Iria embora. - Foi um sussurro. Acho que eu não vou lhe contar como me sinto, ainda.
— Sim. - Ela engoliu em seco. Eu nunca tinha visto Zhou tão nervosa. — Antes de começar, saiba disso: Você é minha. Será minha para sempre. E eu cuido do que é meu. Então, se você for embora... não terá preocupações. Nunca mais, não importa o quê. Você entendeu? - Seu olhar exigia uma resposta, então eu assenti.
— Sim. Entendo. Mas não entendo o que você poderia me dizer que iria mudar...
— Basta ouvir. Não interrompa. - Zhou se sentou virada para a frente, com os cotovelos sobre os joelhos, as mãos cruzadas na frente dela. — Você me reconhece, Sana? Será que... quero dizer, acha que já me viu? - Fiz uma careta.
— Eu... pensei que poderia tê-la visto antes, mas nunca fui capaz de saber. Por quê?
— Eu conhecia o seu pai. Nós... nos encontramos antes. Brevemente. Sete anos atrás. - A compreensão me atingiu como uma tonelada de tijolos.
— Meu primeiro ano de faculdade. Estava visitando o meu pai no serviço. - Achei difícil me lembrar mas consegui. — Eu sempre entrava em seu escritório, quando ia vê-lo. Minhas aulas eram no centro bem perto, ia visitá-lo o tempo todo e tinha acabado entrar. Daquela vez, o seu secretário tentou me parar. Ouvi vozes em sua sala, vozes raivosas. Entrei de qualquer maneira. Papai estava em pé atrás de sua mesa, de frente para a janela. E... você estava lá. De terno e gravata. Ambos pareciam chateados. Assim que papai me viu, ele... mudou. Agiu como se nada estivesse errado. E você também. Essa foi a única vez que ele agiu como se não tivesse tempo para mim. E me disse para voltar mais tarde.
Fiz uma pausa, meu estômago estava revirando.
— Dois meses depois, a polícia o encontrou. Em uma garagem. Morto a tiros. Eles nunca descobriram quem o matou.
Eu não conseguia respirar enquanto os olhos de Zhou, agora frios como gelo ártico, encontraram os meus. Ela piscou duas vezes.
— Eu fiz. - Meu mundo girou e a minha visão estreitou como um túnel preto.
— Ooo... o quê? O que quer dizer? Você o matou? Por que... você iria dizer algo assim, Tzuyu? - Meus olhos piscaram, o meu coração batia forte e náuseas prendiam o meu estômago. Ela piscou de novo e não olhou para longe de mim.
— É verdade. Sinto muito, Sana. É... foi em legítima defesa. - Balancei minha cabeça.
— Não. Não. Isso não faz nenhum sentido. Auto-defesa? Quer dizer, como, se meu pai tentasse matá-la? Por quê? Eu não... não entendo o que você está falando, Tzuyu. - Ela se levantou de repente e se inclinou sobre o parapeito.
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Taken- Satzu version
AksiEu era a única fonte de renda da minha família, tinha acabado de perder meu emprego. As contas estavam acumuladas e minha esperança perdida. Até que, na minha caixa de correio encontrei um cheque de dez mil dólares destinados a mim. Se você recebess...