Cura

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Pov Sana

Acordei lentamente, fazendo um balanço. A última coisa que eu lembrava era o rosto de Zhou olhando para mim.

Joohyun. Tobias. Lisa. As memórias me agrediram e eu chorei.

— Sshh. - Tzuyu, murmurou em meu ouvido. Seu peito estava sob meu rosto, o braço em volta do meu ombro. — Está segura. Eu estou com você, Sana.

— Tzuyu? - O nome dela saiu em um murmúrio incoerente.

— Sim, amor. Sou eu.

— Você veio. - Seu peito balançou, como se estivesse sufocando seu próprio soluço.

— É claro. - Sua mão alisou meu couro cabeludo, delicadamente. — É claro que eu vim por você. Nada poderia me afastar.

— Dói.

— O que?

— Tudo. - Esfregou meu braço com a mão.

— Eu sei. Estamos quase lá.

— Sede. - Um canudo tocou meus lábios e tomei um gole hesitante. Água fresca e limpa molhando minha boca. Tomei um gole ganancioso, deixando a água banhar minha língua. Engoli e depois um pouco mais. — Onde?

— Estamos no ar agora. Estaremos em Atenas, em poucos minutos.

— Você... está bem?

— Eu? Estou bem. Nenhum arranhão.

Tentei pensar em algo a dizer, mas tudo doía. Tomei outro gole, e havia algo que ela deveria saber.

— Tobias. Ele... ele não. Eu... ele tentou. Ele ia. Eu o impedi. Eu... o matei. - Ela soltou um suspiro de alívio.

— Você fez um bom trabalho.

— Fiz xixi em cima dele. - Por algum motivo a admissão realmente me fez rir. Não foi engraçado na hora.

— Eu sei.

— Matei Joohyun também. Atirei nela... muitas vezes. Não conseguia parar. Ela era tão má. - Me senti tonta, cansada.

Eu estava exausta. Meu rosto doía. Meu nariz quebrado doía. Meu joelho latejava. Minhas costelas doíam também, graças a Tobias. No momento, nenhuma dor havia sido registrada, e depois, todo o resto estava latejando demais para notar.

— Tobias... ela trouxe uma garota, uma inocente... garota tailandesa. Ela me fez assistir enquanto Tobias... Deus... - Não consegui terminar, tremendo, estômago agitando com a memória.

— Eu sei, amor. Eu sei. Nós a encontramos. - Tzuyu beijou minha têmpora. — Shiii, agora. Acabou. Você está segura agora. Descanse, está bem?

— Eu gosto quando você soa inglesa. - Não tinha certeza de onde isso veio. O sono me derrubou.

_*_

Acordei de novo ouvindo um bipe suave e desta vez não doeu tanto. Me senti leve, como se pudesse flutuar, mas meu cérebro parecia pesado e lento.

Abri os olhos para a luz do Sol, as coisas são sempre um pouco mais brilhantes na costa. Tinha algo incomodo na minha mão, olhei para baixo e percebi ser um scalp ligado ao soro.

Senti o balanço de um barco abaixo de mim, suave, mas constante, o movimento profundo lado-a-lado de rolamento.

Passei bastante tempo em barcos com Zhou, em rios, no cais e no mar aberto, para que pudesse reconhecer o movimento em qualquer lugar.

Taken- Satzu versionOnde histórias criam vida. Descubra agora