Surpresa

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Acordei aos poucos, de forma intermitente. Minha primeira sensação foi de calor e um tipo de sonolência que consumia tudo, como um casulo confortável que faz com que você nunca queira mudar, a não ser para escavar mais profundamente nos cobertores.

A sensação seguinte foi... não tinha certeza. Alguma coisa fora do lugar. Uma impressão estranha e desconhecida. 

Eu tentei desvendar sem abrir os olhos, sem me mover ou alterar a minha respiração. O que era?

Isso estava ligado ao sentimento de alma em conforto profundo. O calor, a suavidade. Enrolei nos cobertores, tentando voltar a dormir e foi quando percebi o que era.

Pele. Músculos. Um leve thump, thump, thump, thump, sob a minha orelha. Eu não estava deitada sobre um travesseiro. Estava nua e enrolada em lençóis, cobertores, braços, pernas e carne.

Zhou.

Na cama.

Comigo.

Eu não tinha a minha venda nos olhos. Tentei não surtar. 

O que estava acontecendo? Se ela tivesse adormecido por acidente? Isso não se parece com ela.

— Você não tem que fingir estar dormindo, Sana. Percebi o momento em que acordou. - Sua voz estava em meu ouvido, sonolenta e insípida.

— Você está na cama comigo?

— Sim.

— Eu não estou usando a venda.

— Não. - A pausa. Então, sua mão grande incomum segurou meu rosto. — Abra os olhos, Sana. Está na hora. (N/A: Que emoção zé)

Pisquei os olhos abertos. Sua pele era levemente bronzeada. Os lençóis estavam amassados em torno de seus quadris, vi um logotipo Armani Exchange escapando por eles.

Respirei, mudei ligeiramente a posição. Sua mão estava nas minhas costas, com o braço envolto em minha cabeça. Nós estávamos, abraçadas.

Eu nunca, nenhuma vez, tinha abraçado um cara durante, antes ou depois do sexo. Nem no sofá, enquanto assistíamos a um filme. Nem em um carro, ou em uma sala de cinema, ou na cama, e nem em pé ou sentada. Eu não abraçava.

Caras não tentaram. Mesmo Jaebum, que eu tinha namorado sério por mais tempo me abraçava. 

Nós nunca dormimos de conchinha, nunca passamos uma noite juntos. Nós fazíamos o que tinha que fazer e depois ele ou eu saía.

Agora, eu estava aqui, abraçada com Zhou. Isso, mais do que em qualquer outro momento, até agora, tinha me apavorado. Como o que estava se desenvolvendo entre nós.

O medo veio do fato de que nunca me senti mais segura, confortável e em paz. Eu gostava do carinho. Gostava de sentir seu braço em volta de mim. 

Sentir o seu peito debaixo da minha orelha, contra minha bochecha. Sua perna jogada sobre a minha.

Estava adiando. Zhou estava tranquila e simplesmente esperava. Inclinei a cabeça para cima, me afastei um pouco para que pudesse vê-la.

Puta merda!!!

Ela não era nada menos que a perfeição feminina. Maçãs do rosto salientes, um queixo bem desenhado com direito a covinha, gostosa, lábios rosados carnudos beijáveis, curvados em um leve sorriso, olhos castanhos brilhantes. Cabelo castanho, espalhado pela testa confusa e sem esforço, linda.

Quando ficamos frente a frente, meus dedos dos pés mal roçavam suas canelas. Senti meu coração inchar e rachar. 

É claro que ela era a mulher mais alta, poderosamente linda que eu já tinha visto. Claro que era.

Taken- Satzu versionOnde histórias criam vida. Descubra agora