Pausa na tempestade

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Pov Tzuyu.

A última vez que tirei um cochilo, eu tinha quatro anos e fiz isso a contragosto, com raiva. Sempre achei que era um desperdício de tempo.

Havia sempre uma centena de outras mil coisas que eu poderia estar fazendo em vez de dormir. E realmente, você se sente melhor depois de um cochilo?

Não, você apenas se sente sonolenta. Grogue, desorientada. E fica sempre muito mais difícil adormecer à noite.

Uma tarde ensolarada, balançando ancorada em algum lugar ao longo da costa da África, nós tiramos um cochilo juntas.

E aquele cochilo, com Sana?

Foi a melhor... coisa... do mundo.

Eu a abracei e inalei seu cheiro, sua presença. Pela primeira vez em muito, muito tempo, não me sentia preocupada, pressionada, ansiosa ou desesperada.

Sempre existia alguma coisa me direcionando, me empurrando. Primeiro, foi a necessidade de provar a mim mesma que eu conseguiria, que poderia sobreviver sozinha no mundo como uma garota de dezoito anos de idade.

Em segundo, foi a necessidade de provar meu valor para Joohyun e em seguida, para Dongyul. E sempre, no fundo da minha mente, estava a necessidade de me provar para o meu pai.

Ele não era alguém que eu pensava frequentemente. Não tinha falado com meu pai desde aquele dia, há vinte anos e não tinha certeza se nos falaríamos novamente.

Não conseguia perdoá-lo, mas eu estava grata, de uma forma estranha, porque ele me fez a mulher que sou hoje.

Tudo o que consegui, cada dólar que já ganhei, cada edifício que tinha comprado, restaurado e revendido, todas as empresas que comprei, dividi e revendi, cada contrato corporativo que assinei, fiz isso com ele em mente, provando que fui capaz. Que eu poderia fazer o meu caminho e fazê-lo tão bem quanto ele, senão melhor.

Ficaríamos bem, tínhamos o barco, mais dinheiro do que poderíamos gastar, vários homens bons que estavam de guarda. Isso era o suficiente.

Eu tinha Sana. Não a merecia. E sabia disso. No entanto, ela ainda me amava. Por quê? Eu não sabia. E não iria fazer essa pergunta a ela.

Eu não estava realmente acordada, mas não estava realmente dormindo. Estava na penumbra, entre o acordar e ciente de que não estava dormindo, mas não estava pronta para me mover. Estava quente. Satisfeita.

Sana era um peso agradável, suave em mim, com a mão no meu peito, seu rosto no meu ombro e sua respiração como um sussurro doce.

Deixei minha mão descansar em suas costas, sentindo o sobe e desce da sua respiração. Ela respirou profundamente, esticou e depois bocejou.

Minha camisa tinha levantado enquanto dormia e sua mão estava sobre a minha pele, debaixo do algodão acariciando meu estômago.

Abri os olhos e vi que Sana estava me observando, seus vívidos olhos castanhos suaves com ternura, amor e um milhão de outras emoções que eu não podia analisar ou nomear, todas elas de alguma forma dirigidas a mim.

Eu sabia que em meus olhos tinha uma pergunta: você me ama?

A resposta nos dela: sempre.

Sua mão explorou minha barriga, minhas costelas e meu peito, empurrando minha camisa. A minha estava ocupada, buscando sua pele, seu calor e sua suavidade.

— Você... é tão... linda. - Murmurei enquanto traçava delicadamente seu rosto. As palavras foram arrancadas involuntariamente, a verdade crua veio aos meus lábios por sua perfeição de Deusa.

Taken- Satzu versionOnde histórias criam vida. Descubra agora