Adeus Manhattan

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Me sentei na parte de trás do carro, uma limusine preta Mercedes Maybach Pullman.

Ela era luxuosa e acolchoada com couro marrom, uma calma música clássica tocava em som surround pelos alto-falantes invisíveis.

Havia milhares de outros detalhes que faziam o carro valer mais de meio milhão de dólares. Eu olhava pela janela.

O vidro reflexivo colorido disparava em direção ao céu a uma altura vertiginosa e vi a fachada de um arranha-céu de Manhattan que foi palco de uma série de eventos para minha mudança de vida.

Lá em cima, nos últimos três andares, onde era a antiga casa de Zhou. Realmente, minha antiga casa.

No que pareceu uma outra vida, atrás de caríssimas portas francesas de mogno, com meu coração disparado, à espera de conhecer a mulher que essencialmente se apropriou de mim.

Eu estava de olhos vendados. Meu coração martelava como um tambor. O medo bombeava em minhas veias no lugar de sangue. Mesmo com tudo isso, havia um elemento de emoção.

Sedução, que começou desde o momento que ouvi a sua voz, senti sua presença, o cheiro refrescante de sua colônia, o toque de seus dedos em meu ombro.

Ela tinha me possuído, financeiramente, mas a partir desse primeiro momento, também possuía o meu corpo, a minha alma e o meu coração.

Quando fizemos amor pela primeira, ela tomou posse de todo o meu ser. Agora, eu nunca mais seria a mesma. Nunca poderia ser uma garota normal que namorava caras normais.

Mesmo se quisesse, e eu não queria, a experiência com Zhou Tzuyu me arruinou para todos, homens ou mulheres. E tudo começou a poucos metros de distância de onde eu estava sentada.

O lugar onde Zhou foi agora, tratar pessoalmente da venda, o seu prédio. Sua casa e o núcleo de sua empresa.

Eu me perguntei se ela andaria pelos corredores, mais uma vez, visitaria o chuveiro, onde fizemos... essas coisas deliciosas uma para a outra.

O quarto, onde finalmente me permitiu, de todas as pessoas, vê-la realmente, conhecê-la, saboreá-la, senti-la.

Eu pensei sobre a biblioteca, onde Bae Joohyun me deu um tiro no joelho e depois me sequestrou.

O corredor perto do hall de entrada, onde encontrei Tzuyu pela primeira vez... onde vi o corpo de Mina.

Mina, a governanta, a amiga de Zhou e uma das poucas pessoas, além de seu sócio, JeongYeon e eu, que ela verdadeiramente confiava ou cuidava. Mina, o homônimo do nosso barco.

Eu respirei fundo, então pisquei. Ignorei o olhar curioso de NaYeon e foquei na respiração, fingindo que era apenas mais um dia.

As pessoas passavam na calçada a pouca distância, olhando com curiosidade, mas as janelas eram espelhadas, impedindo que alguém visse dentro.

Longos minutos mais tarde, quinze ou talvez uma hora, perdi a noção do tempo imersa em lembranças, JeongYeon saiu pelas portas giratórias da entrada, seguido de perto por Zhou.

Uma Deusa, de olhos e cabelos castanhos, gloriosamente lindos, vestida com um terno sob medida preto, camisa branca de botão, sem gravata, com os dois primeiros botões abertos, caminhando confiante em direção à limusine, desabotoando o botão central do paletó quando JeongYeon abriu a porta traseira para ela.

Eu sabia, pela sua expressão, que minha Tzuyu não estava de bom humor. Ela tinha a expressão que eu chamava de "chutando merda" em seu rosto, sobrancelhas franzidas, lábios apertados em uma linha fina e plana, músculos da mandíbula flexionando, olhos brilhando.

Taken- Satzu versionOnde histórias criam vida. Descubra agora