Stay With Me - [CNCO]

•.¸♡ Epílogo - part. 1 ♡¸.•

5 ANOS DEPOIS

POV CHRISTOPHER

_ Mas eles estão a coisa mais linda desse mundo – diz minha mãe olhando Alice e Miguel deitados no berço.

_ Pois é. Eles cresceram muito rápido – digo analisando o rostinho sereno deles dormindo. – O maior presente que eu podia ter ganhado.

_ Com certeza – ela diz e ouço a campainha tocar. Vou até a porta e me deparo com Aalyiah e Richard.

_ Até que enfim vocês chegaram.

_ O trânsito estava horrível. E olha que não teve acidente nenhum.

_ Não importa. Eu e minha mãe temos que comprar algumas outras coisinhas para a festa amanhã, vocês podem tomar conta deles para mim?

_ Lógico, tenho prática nisso – diz Richard olhando para a filha, com certeza deve está lembrando-se de quando ela era apenas um bebê.

_ E você pequena, fica de olho nos três para mim viu – digo para a Aalyiah e ela concorda balançando a cabeça. Me despeço deles, pego as chaves do carro e saio.

_ O que mais falta comprar além dos balões?

_ Temos que comprar os balões e algumas balas e pirulitos para fazermos as lembrancinhas – minha mãe diz e seguimos para o mercado. – Também temos que ir na Susana ajudar a montar as mesas e as cadeiras – ela diz assim que saímos do mercado e assim fazemos.

Susana e Antônio são os pais da Jade e se mudaram para Miami há um ano, assim que descobrimos a gravidez. Eles disseram que querem acompanhar de perto o crescimento dos netos, então estão morando em uma bela casa localizada em um condomínio localizado a quarenta minutos do meu apartamento.

O resto da nossa tarde fica por conta de toda a organização da festa. Montamos as mesas, as lembrancinhas e enchemos alguns balões. Durante toda a arrumação ligo para o Richard pelo menos uma vez a cada uma hora para me certificar de que as crianças estão bem. Será o primeiro aniversário dos meus filhos, estou ansioso e agradecendo o fato de nem a Clara nem Ali marcarem shows para essa semana.

[...]

Acordo, olho o relógio e vejo que já são onze da manhã. Pela primeira Alice e Miguel dormiram a noite toda, o que me permitiu descansar um pouco. Nunca pensei que vida de pai era fácil, mas também não achei que era tão pesada assim, ainda mais os criando sozinho.

Levanto, vou até a cozinha fazer um café e aproveito para cortar algumas frutas para as crianças comerem. Sigo até o banheiro para tomar um banho e lembranças do meu casamento vêm à mente. Apago-as imediatamente, fecho o chuveiro e coloco uma roupa confortável.

Volto para o quarto e pelo incrível que pareça eles ainda estão dormindo. Tenho que sair daqui a pouco então não vejo outra solução a não ser acordá-los. Alice como de costume começa a chorar, mas nada que uma mamadeira não resolva. Enquanto ela mama, aproveito para acorda Miguel e dou um banho nele. O coloco já arrumado na minha cama e o deixo mamando enquanto volto para dar banho na Alice.

Ambos de banho tomado, os levo até a sala e os apoio na poltrona para dar as frutas. De barriga cheia os coloco no carrinho e termino de arrumar a bolsa.

_ Fralda, pomada para assadura, mamadeira, uma peça de roupa. Eh, acho que não falta nada – digo fechando a bolsa. Pego a chave do carro e sigo até a garagem. Combinei de passar na minha mãe e pegá-la já que é caminho.

_ Os aniversariantes chegaram galera – diz Erick pegando Miguel do meu colo e todos começam a cantar parabéns enquanto Abraham aparece com o bolo.

_ Viva essas duas fofuras – grita minha sogra.

_ Viva – todos gritamos em resposta.

_ Agora é minha vez de ficar um pouco com a minha princesa – diz Zabdiel de aproximando de Alice e tirando-a do carrinho. Zabdiel é padrinho dela, assim como Erick é do Miguel, e quando os vejo juntos me lembro da Aalyiah. Acho que minha filha também gosta de loiros. Sim, Zabdiel pintou o cabelo de loiro novamente, nossas fãs estavam implorando demais então ele resolveu acatar o pedido.

Pela primeira vez em muito tempo eu estava feliz. Estávamos todos reunidos como antigamente e eu matava a saudade que estava do meu irmão. Papo vai papo vem, de repente Jonathan me abre a boca e fala:

_ A Alice realmente tem a cara da Jade não é?

Assim que ouço essas palavras meu corpo trava, meu sangue congela e não consigo fazer nada, apenas sinto uma grande tristeza me consumir por dentro. Olho em volta e vejo que todos estão me observando. Eu preciso sair daqui.

_ Eu preciso de ar – digo entrando na casa.

_ Aonde você vai Christopher? – pergunta Zabdiel ao me ver passar, quase que correndo, por ele. Nesse instante sinto um déjà vú, é como se eu já tivesse vivido esse momento.

_ Eu só preciso de espaço – digo assim que alcanço a porta de entrada e saio pela rua.

Já estava escurecendo e havia apenas resquícios do Sol quando chego ao lago do condomínio. Essa imagem me lembra a primeira vez que fui ao apartamento da Jade, era aniversário dela e os últimos raios de Sol faziam ela ficar ainda mais bonita, mesmo estando só com um blusão e os olhos vermelhos.

Sento ali mesmo e já não consigo mais controlar as lágrimas que escorrem copiosamente pelo meu rosto. Por muito tempo tentei lidar e aceitar o que havia acontecido. No primeiro mês eu só conseguia chorar, não tinha forças para levantar da cama e muito menos para comer, isso me fez ficar três dias internado no hospital e a Ali teve que cancelar alguns programas de TV. Era até difícil olhar para as criança e não me lembrar da Jade e de tudo que vivemos.

_ Sabia que você estaria aqui – ouço a voz de Zabdiel e ele se senta ao meu lado.

_ Como descobriu?

_ Você falou tanto do passeio de gondola em Veneza e como o único lugar com água é aqui, só associei – ele diz e ficamos em silêncio por um bom tempo, até o Sol sumir por completo dando espaço para a escuridão da noite. – Ela faz falta – Zabdiel diz rompendo o silêncio, mas não consigo dizer nada, apenas chorar. – Sinto falta dela enchendo nosso saco porque estávamos atrasados para algum compromisso, dela derrotando você no Call of Duty – ele conclui e eu consigo soltar um pequeno riso.

_ Sinto saudade de acordar de manhã e ver ela dormindo ao meu lado. Sinto falta das nossas noites de filmes no sofá, dá pipoca doce dela. Sinto falta dos beijos, dos cafunés – digo e novamente sinto as lágrimas em minha bochecha. – Foi tão pouco tempo ao lado dela. Porque isso tinha que acontecer?

_ Talvez isso já estivesse nos planos do cara lá de cima

_ Planos de merda.

_ Não fala assim cara. Foi bom o tempo que durou e vocês tiveram dois lindos frutos, pensa nisso. Não dá mais para voltar no tempo e mudar as coisas. Tente seguir sua vida e ser feliz. A Jade não gostaria de te ver assim, todo destruído e remoendo as coisas do passado.

_ Acho melhor eu ir para a casa, as crianças devem estar cansadas.