Abrindo as portas do passado

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Feh on

    Bak foi embora no sábado, ele nunca tinha passado tanto tempo aqui. Achou que contamos pra galera da casa, até porque só a Rajah sabia daqui. Hoje é domingo, acabei de chegar do shopping com a Rajah, fui comprar uns biquínis novos, vou pra casa essa semana, passar uns 4 dias lá.

    Perguntei se Lessa queria ir, Lzin se auto-convidou e Thur só não vai por causa da escola. Gabriel decidiu hoje que vai sim, então vamos sair daqui amanhã de manhã. Vamos de avião e lá usamos o meu antigo carro. Nada caro, nada chique. Mas antes eu também não tinha condições e ainda n tenho.

    Rajah não vai porque tem vídeo pra gravar, mas na próxima ela com certeza vai. Vamos nós 3 só.

(...)

- Estão atrasados - falo quando Lucca estaciona o carro com os meninos.
- Bom dia pra você também- fala os 3 em coro.
- João Lucas, você está acostumado a perder o voo, eu não- falo e ele me da língua.
- Vamos logo então. - fala ele me puxando.
- Bom dia gata- Lessa me dá um selinho
- Bom dia lindo- respondo
- Já vi que vou ficar de vela a viagem inteira- Lzin fala
- Vai mesmo - Lucca concorda
- Ninguém mandou vir - Bak fala e eu dou um tapa de leve nele.

(...)

- Surpresa - falo assim que abro a porta de casa e vejo meus pais na sala.
- Ai Filha, que surpresa boa - minha mãe fala e me abraça
- Oi papai- falo e abraço ele
- Oi minha filha, como você está? - meu pai pergunta.
- Ótima, então deixa eu apresentar pra vocês
- Oi Sogrão- Lzin brinca com meu pai pra irritar ele e Gabriel- oi Suzana - cumprimenta minha mãe
- Toma rumo muleque - meu pai fala e da um tapa de leve na nuca dele, eles já conheciam Lzin e sabiam que não rolava nada entre a gente.
- E esse é o Gabriel- falo apresentando eles, Lessa tava calado, parecia estar com vergonha, o que é bem estranho pra ele.
- Oi garoto - meu pai estica a mão pra cumprimentá-lo
- Olha se não temos aqui o famoso Bak - minha mãe fala e Lessa sorri - minha filha sempre falou muito de você
- Então ele é o Bak- meu pai fala e parece analisar o Gabriel.
- Sou sim- Gabriel fala.
- Tem cuidado bem da minha filha, Lucas? - meu pai pergunta
- Não mais, isso virou obrigação do Gabriel desde que ele roubou ela de mim- fala se jogando no sofá. Lessa olha pra ele como se fosse matá-lo
- Roubou é? Como? - meu pai pergunta e Biel engole seco.
- Os dois estão juntos amor- minha mãe fala. Gabriel engasga e eu e Lucas começarmos a rir.
- Você confia nele Lucas? Ele é bomba suficiente pra ela? - meu pai pergunta
- Não, não sou- Gabriel fala e o encaro- mas quero ser. Sua filha merece o mundo e estou disposto a ajudar ela a conquista-lo. Eu gosto muito de sua filha e tentarei todo dia ser ainda melhor pra ela. - ele fala e sinto a lágrima escorrer pelo meu olho.
- Então acho que você é a pessoa certa sim- fala e estica a mão pra ele que pega- tem minha benção.
- Obrigada Pai- falo

Bak on

   Depois que ele fala aquilo solto até o ar que nem sabia que estava prendendo. O pai dela é bem mais sério do que eles falaram. Depois de ficarmos conversando um pouco, Feh me mostrou a casa e coloquei minhas coisas no quarto dela, eu não queria, estava com um pouco de medo do pai dela ainda, mas ele apareceu e falou que tudo bem, já que estávamos juntos.

    Depois do almoço Feh ficou conversando com a mãe dela, e eu e Lzin ficamos conversando com o pai dela sobre carros. Depois de um tempo Fernanda resolve ir ver alguns amigos aqui de BH, então fomos com ela. Lzin já conhecia todos, mas eu me infirmei fácil. Eram poucos, Fernanda era mais fechada do que parecia, não confiava em muita gente. Acho que foi isso que os meninos queriam dizer quando falaram que eu mudei ela. Agora ela conversa com todo mundo. Que bom que ajudei em algo.

(...)

   Já está de noite, acabamos de voltar da pizzaria. Fernanda tomou o banho dela primeiro e depois fui tomar o meu. Estamos deitados escolhendo um filme até que ela vira pra mim.

- precisamos conversar- ela fala e já me preocupo
- O que foi? - falo tirando a mecha teimosa do rosto dela
- Para que nós dois demos certo, temos que ser sinceros um com o outro- fala e me olha, seus olhos já estavam marejados
- E estamos sendo, não? - pergunto
- Eu não- fala e me olha
- Com o que? - pergunto
- Você sabe que algo aconteceu comigo no passado, desde a festa na casa do coringa, só que eu nunca te disse o que - fala e me lembro do dia " Por favor, não faz nada comigo, isso de novo não!" As palavras dela ainda ecoam na minha cabeça
- Sim eu sei, mas não precisa se sentir pressionada a me contar -  falo
- Mas eu quero, eu preciso - fala e senta na cama de costas pra mim.
- Certeza ? - ela assente e começa
- Eu tinha 18 anos... meus amigos viviam reclamando que eu não saía mais de casa, só ficava em casa estudando ou mechando nas redes sociais. Depois de muita insistência eu aceito ir pra uma balada com eles, o dia tinha sido estressante, então resolvi beber, meu maior erro - fala a última frase como um sussurro- acabei exagerando na bebida, e naquela época eu e meus amigos não estávamos na melhor fase da nossa amizade, então eles não tentaram me parar nem nada. Descido ir no banheiro, vou sozinha porque as meninas não queriam me acompanhar, o banheiro era num lugar mais isolado, quando estou saindo um cara entra no banheiro e me empurra na parede, bato a cabeça forte e tudo começa a rodar. Quando volto a consciência normal, ele já estava tentando me beijar e passava a mão pelo meu corpo todo. - fala e começa a chorar.
- Ei, calma, eu tô aqui. - falo e sento na frente dela.
- Eu comecei a gritar e tentar empurrar ele, mas ele me deu um tapa muito forte na cara. Eu tinha bebido de mais, então já estava fraca, eu ainda era virgem na época, então ele abaixou q calça e eu comecei a chorar, implorando pra ele me soltar e ele só dia de mim, falando que depois que me penetrasse eu ia implorar pra ele continuar, ele enfiou dois dedos em mim e eu gritei, de dor... meus amigos chegaram nessa hora, eles estavam me procurando e perceberam que eu já estava demorando muito. Chegaram e me viram com a roupa toda rasgada e o cara me segurando, ele estava quase conseguindo o que queria, então os meninos chegaram batendo nele já. - fala e começa a chorar sem parar, então abraço ela
- Eu me sentia suja, violada. Eu estava com nojo de mim Lessa, e fiquei assim por muito tempo. Por isso eu tenho tanta dificuldade de confiar em alguém, porque quando não estou na melhor fase, as pessoas sempre se afastam.
- Eu não vou me afastar Fernanda, nem se eu quisesse eu conseguiria - falo e seguro o rosto dela entre minha mãos- eu amo você- falo e ela me encara com os olhos marejados.
- E eu também amo você- fala e sorri. Meu coração acelera com aquelas palavras. A puxo para um beijo.

O melhor de mim - Bak Onde histórias criam vida. Descubra agora