capítulo 14

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Reyna Night-Thorn

A madrugada já havia chegado e eu ainda não conseguia dormir. O diário de minha avó ocupava cada centímetro da minha mente. Ao chegar no final do grande livro, havia um recado que me fez escancarar a boca.

"Para minha neta, Reyna Lilith Night-thorn, minha rainha do espinho da noite. Ainda não nascida quando encerrei esse livro, mas sei de você. Vi você em meus sonhos. Seu legado ainda será maior que o de Astrydge e Meliandy. Esse livro aparecerá para você quando estiver em um momento difícil, esse recado é apenas possível ser lido por você.
Tenho uma tarefa, encontrar as outras duas partes do livro. Encontrará a dica de uma delas no lugar onde sempre viveu, encontre a humana com cabelos de fogo, ela é a chave para a caverna do dragão.
Ao encontrar, as duas metades a terceira irão achar. Juntas acumulam um poder perverso, chame a fêmea de olhos prateados para auxilia-la no controle das Chaves do Além."

Eu não fazia ideia do que isso queria dizer. Como infernos eu iria encontrar a humana ruiva certa para abrir a tal caverna do dragão?

Ela usou meu nome completo, o meu nome verdadeiro. Não o que eu costumava usar, Reyna Roseak. As fêmeas de nossa família ao nascer usam apenas o sobrenome Night-thorn. Roseak foi para disfarçar, somos conhecidas até mesmo nas terras mortais. Minhas antepassadas estão e sempre estarão marcadas na história como as maiores guerreiras, até melhores que as destemidas valquírias.

Elas tinham um treinamento diferente, mas algumas coisas eram iguais as valquírias antigas, as guerreiras Nocturn treinavam desde crianças, se adaptando em climas variados e aprendendo a manusear das mais leves as mais pesadas armas de combate. Voavam em lindos pégasos em direção à batalha, sem medo do que aconteceria no final, o importante era vencer a batalha.

Eu fui treinada como uma, o fato de Rhysand querer que eu treine com Cassian porque acha que eu não tenho treinamento adequado o faz um tolo burro. Eu fui treinada por uma guerreira Nocturn, melhor, uma guerreira Night-thorn, e o mais poderoso guerreiro noturno. E eu adoro fingir que sou uma iniciante nessa dança da morte que eles chamam de luta.

E ele ainda se acha melhor que eu. Se eu quisesse poderia destruir ele e roubar a parceira dele pra mim, se ela não fosse tão apaixonada. Odeio casal feliz.

Eu preciso achar uma fêmea humana ruiva ou eu preciso achar uma fêmea com cabelos de fogo no sentido literal? Se tratando de minha avó não é difícil que ela estava falando literalmente uma fêmea com cabelos de fogo.

E ela estava onde sempre vivi, nas terras mortais. O que é meio óbvio, pois o novo Tratado ainda não foi aceito e ainda existem feéricos que matariam qualquer humano que ousasse pisar em Prythian.

Mas e se a fêmea morasse em New Lanke? Foi lá onde e morei por toda a minha vida e onde minha família morou por setecentos anos.

Os pensamentos tiravam qualquer resquício de sono que espreitava, me deixando meio burra e fazendo com que eu arrumasse uma mochila e colocasse um manto preto para esconder o rosto.

A roupa de bruxa nova me incomodava, a antiga tinha uma saia também, mas havia mais fendas e mais espaço para movimentar as pernas. Eu já havia lutado com a nova, era boa, eu sou boa. Mas a antiga aínda era melhor. Então desejo que a roupa volte para a forma antiga, mas ainda mantendo algumas coisas. Como o diadema, mas agora com a pedra da cor preta.

The Death Witch • acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora