capítulo 22

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- Um aviso, eu não fui para o inferno. Mas também não fui para o céu.

Percy pula e dá um gritinho bem agudo que fez meus ouvidos doerem. Seph simplesmente ficou paralisada. Peter estava com a mão no coração e Annabeth verificava se meu coração estava batendo mesmo.

Tinha um cara loiro lá. Muito bonito. E ele era tão quente...

- Em toda minha vida eu nunca vi alguém voltar da morte - murmura ele.

Seph se jogou por cima de cima e começou a me bater e me xingar. Eu apenas sorri e a abracei de volta.

- Eu vou te matar!

- Duvido.

O homem loiro chega mais perto e começa a me encarar sem parar. Então eu encaro de volta.

- Por mim! você é realmente a herdeira de Astrydge!

- Pensou que eu tava mentindo, raio de Sol?

- Prazer Apolo.

- Apolo? O deus do Sol.

- Em carne e osso.

- Lilith Night-thorn - digo estendendo a mão.

Ele pega minha mão e da um leve beijo. O deus ainda tem a audácia de piscar um de seus olhos para mim. Estranho.

- Você é linda.

- Eu sei.

Annabeth me enchia de perguntas e eu não sabia como falar que a vida após a morte era terrível. Ou que havia um caminho de volta. Mas poucos conseguiam voltar.

Seph não havia perguntado nada. Estava apenas parada, com os olhos vermelhos e inchados, mas com um sorrisinho no rosto.

- Nós vamos para o acampamento meio-sangue - diz a loira por fim.

- Tá bom. Acho que eu deveria trocar de roupa. Creio que os filhotes de deuses como vocês não se vestem assim? - digo apontando para minhas roupas.

- Não. Não usamos isso.

Mando Peter ir no carro ensanguentado dele e pegar nossas sacolas de roupa. Ele voltou me xingando por causa do banco sujo, mas depois murmurou algo sobre ir limpar.

Apolo me olhava, e isso me deixava incomodada. Então eu soquei ele. O deus me olhou indignado e me socou de volta.

- Seu vagabundo! Foge não.

- Tenta me pegar, bruxa!

Percy teve que entrar na briga, ele disse que era porque já havia muito sangue na casa.

Peço desculpas pela sujeira e com um gesto de minhas mãos tudo fica limpo. Os móveis voltaram aos seus devidos lugares e Estelle fica encantada. Crianças humanas.

- Pode fazer isso no meu carro?

Faço um gesto vulgar e procuro uma roupa, com Seph me acompanhando.

- Eu deveria usar algo mais formal ou informal?

- Informal - diz Annabeth.

- Quem sabe você poderia não usar nada? - murmura Apolo.

Olho incrédula para o deus que era um retrato de pura arrogância.

- É... Quem sabe.

Me senti orgulhosa por fazer um deus corar. Ele era lindo, de uma maneira surpreendente. Mais bonito que a maioria dos feéricos.

- Olha, o que tem para fazer aqui nesse seu mundo?

- Muitas coisas - responde Apolo.

- Tipo o quê? Nós não estamos com tanta pressa.

The Death Witch • acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora