O vazio da morte

Parte 1

- Gojo, seu merdinha! Em que merda você me meteu? - esbravejei com os dentes cerrados de tanta raiva.

Aquela maldição com certeza era de grau 1 e aquele irresponsável me disse que era de grau 2. Não que eu não pudesse dar conta, mas que saco!

Me deu trabalho, minha energia estava no zero depois de lutar por 2 horas com aquela coisa nojenta, nessa escola abandonada! Eu estava toda suada, precisava de um banho urgente.

Senti um arrepio na minha nuca e ao me virar levei um soco que me jogou contra a parede. Cai atordoada.

"De onde essa maldição apareceu? Eu não percebi sua presença!" - pensava enquanto tentava me levantar.

A maldição veio em minha direção e rapidamente estava sobre mim. Me deu vários golpes na cabeça e na barriga. Eu não conseguia me mexer. Pegou em meu pescoço com uma única mão e abriu aquela boca nojenta e fedida. Ia me comer!

Eu não conseguia respirar. Estava tudo ficando escuro. Não era possível que eu ia desmaiar. Não acredito que eu morreria assim! Não acredito que uma feiticeira grau 2 como eu poderia ser morta assim tão facilmente, sem nem ver!

"Gojo, seu merdinha!" - lembrei do sorriso travesso daquele filho da puta - "Vou sentir saudades!".

Lutei para manter os olhos abertos e os sentidos atentos, mas estava tudo ficando escuro e eu não tinha mais controle dos meus movimentos.

- Mas que bagunça! - escutei uma voz calma e grave atrás da maldição. Ouvi um zunir seguido de um barulho de algo explodindo!

Eu cai! Bati a costela em algo no chão, mas nem consegui gritar porque a mão da maldição ainda segurava meu pescoço.

A força da mão começou a ficar cada vez mais fraca e pude respirar com alívio após alguns segundos. Que mão nojenta, tirei ela com esforço do meu pescoço e joguei longe! Meus olhos começaram a desembaçar. Tossia muito.

Percebi alguém perto de mim. Olhei rápido pra cima, assustada e, com dificuldade, vi um homem alto, de terno com uma espécie de faca na mão direita. Ele me fitava com um olhar de superioridade. Ao meu redor a maldição estava em pedaços. Ela havia sido esquartejada pelo homem com um só golpe?

- Srta. Saito, você está bem? - aquela voz grave de novo - Recomponha-se, precisamos sair daqui. - ele disse secamente.

- Quem é você? - minha voz mal saiu enquanto eu tentava me levantar. Senti a minha costela, com certeza estava quebrada.

- Sou Nanami Kento. Gojo me mandou para ajudá-la nessa missão. Me desculpe por não termos sido apresentados adequadamente. - ele disse isso enquanto olhava ao redor, em alerta. - Vamos, levante-se e vamos sair daqui!

Percebendo minha dificuldade, ele pegou um dos meus braços e me apoiou. Saímos do lugar em segurança. Havia um carro a alguns metros, ele me ajudou a sentar no banco do carona e dirigiu em silêncio até a escola de feiticeiros.