Parte 77

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Não precisei abrir os olhos. Despertei do sono sentindo o corpo do Nanami me envolver. Eu sorri, feliz.

Era mágico o que estávamos vivendo. Achei que nunca mais veria o amor de novo. Não da mesma forma. Não achei que me entregaria por completo a outra pessoa de novo.

Agora eu não tinha mais medo de sofrer com a entrega. Eu tinha medo de acabar. Eu tinha medo de não dar tempo de entregar tudo que eu podia a ele. Se eu pudesse congelar o tempo naquele momento, eu o faria.

Virei o rosto e beijei o braço onde minha cabeça estava apoiada. Delicadamente o acariciei abrindo os olhos, fitando a pele macia e quente. Era mágico. Rezei em silêncio para aquilo tudo durar por muito tempo. Eu queria muito viver aquela felicidade. Frio na barriga. Choro.

Meus olhos marejaram e as lágrimas começaram a escorrer silenciosas. Eu tinha medo de perdê-lo. Ainda não o conhecia bem e mesmo assim, eu sentia uma saudade que não passava. Dizem mesmo que a paixão é como um vício. Que loucura!

- Bom dia ... - ele sussurrou com a voz rouca, sem se mexer.

Já estava acordado? Me assustei um pouco e meus olhos olharam para frente. Vi o nosso reflexo no espelho do quarto. Estávamos de conchinha. Seu braço abraçava a minha cintura e sua cabeça passava um pouco a minha, elevada pelo travesseiro.

Eu conseguia vê-lo me olhando, sorrindo bobo. Seu cabelo estava bagunçado e o rosto inchado do sono. Lindo! Sorri de volta. Um sorriso largo.

- Quase dá para escutar o que você está pensando, S/N! - ele afirmou me puxando mais para ele e me abraçando. - Com o que está preocupada, minha delícia? - beijou meu pescoço suavemente.

Minha mente não conseguia decidir por onde começar. Qual frase soltar primeiro. Me perdi na bagunça de pensamentos e nas sensações que o Nanami me trazia.

- Nós ... - exclamei baixinho.

- Nós? - continuou a me beijar.

- Não quero que acabe! Nanami, o que o futuro reserva para nós? - minha voz estava apreensiva.

- Ei! Calma! - ele puxou meu rosto para o dele. - Eu acho que nós estamos indo muito bem! Não adianta ficar pensando muito no que vai acontecer. O que nós temos é o hoje! Não concorda, que nos dedicamos mais, pensando que só temos o hoje?

- Mas ... você não está preocupado? - olhei fundo em seus olhos.

- Sim, me preocupo. Mas, se for parar para pensar, o que podemos oferecer um ao outro é o agora, então vamos vivê-lo. Está bem? - ele riu baixinho e me deu um selinho.

- Nanami, eu te amo! - dessa vez as palavras não emperraram, não precisei recorrer ao ritual. Elas saíram fluídas, levando com elas metade daquela saudade que eu tinha.

- Eu também te amo ... loucamente! - ele falou firme e me beijou. - Vem aqui! Feche os olhos, S/N!

Ele me colocou na posição de conchinha de novo e levou a boca na minha nuca. Conforme aquela voz grave e sedutora falava, o hálito quente batia nela e me embriagava.

- Vou te ensinar a sentir só o agora! Feche os olhos e preste atenção na minha voz, ok? - fez uma pausa, inalando fundo o ar e soltando devagar. - Eu posso te sentir aqui e agora, porque percebo seu corpo se mover enquanto você respira. Eu posso te sentir aqui e agora ... - levou o nariz ao meu cabelo e o cheirou devagar. - porque sinto que seu cabelo cheira a shampoo. É doce, é bom. - riu baixinho. Eu posso te sentir aqui e agora, porque sinto ... - seu tom de voz ficou inundado de desejo. - sinto o seu calor, S/N ... seu corpo pega fogo, mas não é quente a ponto de me queimar. É quente a ponto de me consumir. E eu sempre quero mais ... - ele se afundou no meu pescoço, beijando-o ardentemente.

Colou seu corpo ao meu e eu senti seu pau duro roçar minha bunda. Ele levou a mão aos meios seios e os massageou na mesma velocidade que sua língua percorria meu pescoço. Eu gemi baixinho.

- Agora é a sua vez! Vire aqui! - ele pediu gentilmente.

Eu me virei.

- Olhe para mim, S/N! - o olhei. - Grave bem em sua memória a minha imagem, como ... como se você nunca mais fosse me ver! - eu fiz uma cara triste. - Me desculpe por isso, mas ... só grave!

Eu olhei fixamente em seus olhos, no desespero de pensar que nunca mais o veria. Meus olhos percorreram todo seu rosto e involuntariamente uma mão minha subiu e o tocou na face. Como se quisesse prendê-lo ali, na minha frente.

- Sabe, eu não sou perfeito, S/N ... - ele falou baixinho.

- É sim! É sim, Nanami! - eu disse com todas as letras.

- Não sou! Mas quando você me olha assim, faz parecer como se eu fosse! E ... - ele trouxe a boca bem perto da minha. - Eu quero ser perfeito para você! - fez uma pausa. - Eu tenho cheiro do quê, S/N?

Encostei meu nariz em sua bochecha. Fechei os olhos. Inalei profundamente.

- Canela e madeira. É suave, mas eu sinto.

- Seu nariz é bom! - ele riu. - São algumas das notas do meu perfume.

Ele se moveu, encostando a boca dele ao meu ouvido.

- E você pode me ouvir, não é? - falou sedutoramente, de forma pausada. Eu fechei os olhos. - Pode me ouvir ... tentando te dizer ... o quanto eu sou louco por você ... o quanto ... o quanto eu me importo com você ... o quanto ... - ele gemeu me puxando para ele.

Eu não estava mais aguentando de desejo. Queria muito beijá-lo.

Ele colou a boca na minha e me deu um único selo.

- Eu tenho gosto do quê, S/N? - ele baforava ofegante na minha boca.

- De luxúria e p-paraíso! - eu estava ofegante, louca para beijá-lo de novo. - Você é meu pedaço de céu!

Não resisti e colei minha boca na dele. Nossos corpos estavam pegando fogo. Ele se ficou por cima de mim e enfiou o pau, bem devagar. Eu estava extremamente molhada e sentia o prazer daquilo me consumir. Eu gemi deliciosamente com a boca dele colada na minha.

Ele metia devagar e com intensidade, sentindo cada centímetro do meu corpo. Sua voz ofegante e grave me deixava alucinada. Eu gozei, gemendo baixo. Ele não esperou a onda de gozo passar, acelerou a velocidade e aumentou a intensidade. Meteu com tanto gosto que me excitou de novo. Dessa vez, ele gozou com a boca colada na minha, me olhando nos olhos, o ar mal passava pelas nossas bocas. Aquela voz grave e rouca. Me perdi.

O vazio da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora