Parte 6

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O dia seguinte foi tranquilo. Fiquei no meu quarto vendo filmes a maior parte do tempo para me distrair e não pensar no Geto, na minha quase morte e nem no beijo do Gojo. Ele saiu com a equipe do primeiro ano em uma missão e eu pude ficar sozinha e descansar.

A enfermeira me disse que eu só tinha machucado a área próxima a costela. Se ela estivesse quebrada eu não conseguiria nem falar direito. Me passou medicamentos mais fortes para aguentar a missão de amanhã com o Sr. Kento.

Deixei todo o equipamento e uniforme separados. Fui dormir cedo.

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Acordei e o sol nem havia nascido ainda. Resolvi tomar um banho quente e tomar meu café da manhã com calma no refeitório. Voltei ao quarto, e fiquei pronta, sentada na cama, esperando o Sr. Kento.

Meu celular vibrou com uma mensagem:

"Bom dia Srta. Saito, estou aqui fora! Saia e me encontre no estacionamento onde te deixei!".

E depois, outra:

"O Gojo me passou seu nro de celular, espero que não se importe!".

E depois, mais outra:

"Sou eu, Nanami!".

"Nanami Kento".

"Santo Deus! Não consegue escrever tudo de uma só vez e mandar?", pensei irritada.

Respondi com um "OK", peguei minhas coisas e fui em direção ao carro. Eu estava apreensiva com essa missão. Mas havia me preparado mentalmente para ela.

Avistei o Sr. Kento encostado na porta do passageiro do carro. Ele vestia o mesmo modelo de terno. Estava impecável. Ao chegar mais perto, senti o cheiro do seu perfume. Era discreto, mas embriagante.

Ele me ajudou com o equipamento, abriu a porta do passageiro e eu entrei sem trocar uma palavra. Ele deu a volta e entrou no carro. Se virou para mim e disse:

- Srta. Saito, está tudo bem? Se preferir, eu removo seu contato particular do meu celular. - havia preocupação em sua voz.

- Não é isso! Só estou preocupada com a missão, só isso! - falei em tom emburrado e olhei nos olhos dele.

Ele veio se aproximando do meu rosto. Ele só desviou o olhar quando sua boca chegou até meu ouvido. Ele se movimentou bem devagar, para eu perceber o movimento que ele fazia e não me assustar.

- Ah ... ok! - ele suspirou aliviado - É que a senhorita não me deu bom dia ... e falou secamente comigo pelo celular. - ele sussurrou com aquela voz grave e sedutora - Muito mal-criada, não acha? - ele deu uma risadinha sarcástica, e começou a se afastar lentamente, passando a boca bem próximo da minha.

- Bo-bom ... dia ... - falei meio atordoada. Senti a calcinha molhar.

Ele se afastou sorrindo malicioso, ligou o carro e começou a dirigir.

- Espero que já tenha tomado café. Vamos direto para a missão. No porta luvas tem o relatório com os detalhes do que vamos fazer hoje. Leia, por favor. - ele mudou totalmente o tom de voz, voltando ao Sr. Kento sério.

O vazio da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora