Parte 43

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P.O.V: S/N

Encostei minha cabeça na porta do quarto do Nanami e desabei em lágrimas. Eu estava sofrendo demais. Queria que a dor acabasse.

Me movi em direção a minha mala, que estava sobre o banco, e senti meu celular vibrar.

Era um e-mail do restaurante com vídeos do dia do arrepio. Finalmente!

Me sentei ali mesmo e fui abrindo vídeo após vídeo. Neles era possível ver o Gojo e eu. Me concentrei no vídeo que nos mostrava no momento em que senti o arrepio.

- O que? - meu coração gelou.

Voltei o vídeo de novo. Não era possível!

Na imagem, o Gojo estava mais a frente conversando com o garçom. Eles estavam de costas para mim. Eu estava alguns passos atrás, olhando o Gojo. De repente, um homem passou pelas minhas costas e ergueu a mão em direção a minha nuca. Foi um movimento muito rápido, como se fosse tocá-la. Ele nem olhou o movimento que fazia. Não me tocou e saiu rapidamente do local. Eu olhei para trás logo em seguida! Foi bem aí o momento do arrepio!

Era aquele homem! Mas, quem era ele? Tentei aproximar o zoom mas ele estava de costas. Ele também vestia um smoking preto. Estava vestido como os outros homens do local. Percebi que ele tinha o cabelo enrolado ... em um coque? Cabelos pretos. Engoli seco.

No vídeo seguinte, era possível ver nitidamente o rosto do homem. Eu congelei com o que eu vi. Era o Geto na imagem! Era ele!

- Não! - eu disse em voz alta, incrédula, esfregando meus olhos.

Eu estava vendo coisa! Não era possível! Devia estar muito abalada com o sonho de ontem. Eu ri, nervosa.

Coloquei o celular no banco e me apoiei com as duas mãos na lateral do corpo e olhei para baixo. Meus olhos arregalados fitavam o chão do hospital à minha frente. Eu definitivamente estava ficando louca.

Reparei num par de pés se aproximando e parando bem no meu campo de visão. Imediatamente minha espinha inteira se arrepiou de forma horripilante. Eu não conseguia me mexer.

A pessoa se ajoelhou e entrou no meu campo de visão. Era ... era o Geto! Eu tranquei a respiração, assombrada! Ele vestia uma vestimenta tradicional do Japão e estava com o cabelo meio preso. Na sua testa havia um corte seco, de fora a fora, costurado grosseiramente com uma linha preta.

Primeiro pensei que seu sorriso era alegre. Mas, não! Havia malícia. Muita malícia. Seus olhos estavam sem brilho e frios. Senti medo.

O arrepio tomou meu corpo. Tentei me mexer, mas foi em vão.

- Olá, cookie! - ele sussurrou. Levou as mãos em meu pescoço e segurou minha cabeça. - Se tem uma coisa que eu não sou é covarde!

Ele apertou a base da minha cabeça e minha visão começou a escurecer. Eu me senti desmaiando.

- Ge-to ... minha voz, foi a última coisa que eu escutei.

O vazio da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora