Parte 27

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Seguimos de carro e, com algumas horas, estávamos em Shibuya. Paramos em frente a um prédio imponente. Nanami me disse que nos encontraríamos com feiticeiros.

Ao adentrar uma sala elegante, vi uma mulher sentada, com as pernas e braços cruzados. Só havia ela na sala.

Nos aproximamos. Ela era deslumbrante. Tinha um batom vermelho sobre lábios carnudos e seu cabelo caía sobre um dos olhos em uma trança longa. Seu vestido colado evidenciava suas curvas. Ela era um mulherão.

- Mei Mei ... - Nanami a comprimentou com uma reverência. O tom de voz dele tentava ser seco.

Estranhei. Fiz a reverência também.

Ela descruzou as pernas e os braços em movimentos delicados e se levantou. Olhou para o Nanami, ainda curvado e disse:

- Pare com isso, Nanamizinho! Para quê tanta formalidade, docinho? - ela pegou o queixo dele com um dos dedos e puxou seu rosto para cima, para encará-la. Me olhou de canto de olho. - Quem é você?

Nanami voltou à sua postura. Ele estava corado. Eles eram ... íntimos? Senti uma fisgada de ciúme.

- Sou S/N Saito! Prazer em conhecê-la! - fingi que aquilo não me atingiu.

- É ela quem você está ensinando agora, Nanamizinho? - ela me ignorou e voltou os olhos para o Nanami.

- Pare com isso, Mei Mei! - ele a cortou, sentando-se no sofá. - Viemos a trabalho. Por favor, nos passe as informações! - ele estava afrouxando um pouco o nó da gravata.

Me sentei ao seu lado e cerrei os punhos. Nanami percebeu.

- Sabia que tudo que o Nanami sabe fui eu quem o ensinou? - ela riu maliciosamente. - Ele não entendia muita coisa, sabe ... - ela colocou a mão na boca como se estivesse me contando um segredo. - Mas, eu fui muito paciente e foi, digamos, um prazer ensiná-lo.

- Por acaso somos amigas íntimas? - a questionei fuzilando com o olhar. - Viemos atrás de informações!

Nanami percebeu que eu cerrava mais forte ainda minhas mãos e riu disfarçadamente. Ele descruzou as pernas e se curvou para frente, encarando a Mei Mei.

- Vamos! Não estamos com tempo para brincadeiras!

Ela passou os detalhes da missão e nos deu novas instruções.

Nos levantamos e ao nos despedir, ela disse:

- Nanami, deixe-a no hotel e retorne aqui. Quero falar com você em particular! Você vai jantar comigo! - ela sorriu de forma sensual.

"Sem chances!", eu pensei.

- Ok! Até breve! - Nanami a respondeu, colocou a mão em minhas costas e começou a me arrastar pela porta.

- O quê .. - eu balbuciei.

Parecia que ele sabia que eu ia me revoltar. Ele sorria de canto de boca.

O que eu estava fazendo? O Nanami tinha um passado, assim como eu. Tentei me controlar. Apertei as mãos contra o uniforme enquanto ele me guiava pelo corredor até o elevador. Ele chegou rápido. Estava vazio.

Eu entre e em seguida o Nanami entrou e parou atrás de mim. A porta se fechou.

- Você fica muito fofa com ciúmes, S/N! - ele riu baixinho e beijou meu pescoço enquanto o elevador descia.

- Eu não ... - comecei a falar emburrada, mas fui interrompida com um solavanco.

O elevador havia parado. Fiquei um pouco apreensiva, mas o Nanami não se mexia.

- Hum, que interessante! - ele disse passando a mão pela minha cintura e subindo-a até a altura do meu umbigo.

Ele puxou a minha camiseta de dentro da calça do uniforme e colocou a mão por dentro, pegando nos meus seios. Ele me pressionou contra ele por trás.

- Será que devemos aproveitar ... aqui e agora S/N? - ele beijava meu pescoço e se esfregava em mim. - Sabe ... dá muito tesão fazer em locais assim, com risco de sermos pegos, não dá? - ele sussurrou em meu ouvido.

- Nanami ... - eu estava delirando.

- Se você preferir ... a gente pára! - ele me parafraseou e parou de acariciar meus seios e começou a descer os dedos pela minha barriga em direção ao zíper da calça. - Acha que devemos? ... Só que você precisa ser mais enfática ao negar, S/N! Você parece estar gostando. - ele apertou minha buceta com a mão cheia e riu malicioso.

Escutamos um apito e o elevador começou a se mexer de novo.

Ele suspirou frustrado e me soltou.

- P-poupe sua energia para o jantar, Sr. Kento! - me arrumei e cruzei os braços.

A porta do elevador abriu e eu sai batendo o pé. Ele saiu atrás, dando gargalhadas altas.

O vazio da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora