Parte 33

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Abri meus olhos e a claridade me incomodou. Eu estava deitada. Logo percebi que estava em um leito de hospital. Logo me lembrei de tudo! Me sentei bruscamente.

- Nanami! - eu o chamei e senti muita dor nos braços e tórax.

Gojo descruzou as pernas. Ele estava sentado ao meu lado, com o rosto sério.

- S/N ... - ele colocou suas mãos sobre a minha. - Desculpe, eu quebrei sua costela. Agora sim você tem uma costela quebrada. Parabéns! - ele sorriu amarelo.

- Gojo, cadê ... o Nanami? Eu ... quero vê-lo! - eu mal conseguia falar.

Nem dei bola para minha costela. Isso era hora de ser debochado, Gojo?

Ele ficou em silêncio, me fitando sério por debaixo daquela venda.

- Ele ... morr... - eu deduzi na hora.

Pela cara do Gojo, só podia ser isso. Não! Não era verdade! Não podia ser verdade!

- Ele ainda não acordou, S/N! Por favor, se acalme! - ele respondeu rapidamente quando viu que eu estava ficando alterada.

- Quero ... vê-lo! - ele foi me deitando de volta no leito contra minha vontade.

- Ele está na UTI em estado grave, S/N! Não podemos vê-lo! Ele ... ele teve alguns órgãos perfurados e perdeu muito sangue! - ele fez uma pausa - Sorte que eu cheguei a tempo!

Me deu um beijo na testa.

- Por favor, descanse! Eu vou ficar por aqui! - falou se sentando na cadeira novamente e cruzando os braços.

Nanami corria risco de vida. E se ele morresse? Imaginar o Nanami morto me corroeu os ossos.

Morto? Lembrei do Takashi! Meu Deus, o doce Takashi. Não podia ser verdade! Eu o matei! Eu o matei! Minha mente trazia a cena do nosso beijo em minha memória. Aquele beijo doce de novo romance. E em seguida, minha memória me fez lembrar como foi fácil retirar a vida dele. Foi ... fácil!

- Takashi ... - eu comecei a chorar desesperadamente. Estava muito nervosa. O Gojo chamou a enfermeira e pediu para ela me medicar. Eu cai em sono profundo quase que imediatamente.

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Três dias depois, eu tive alta do hospital. O Gojo foi me buscar. O quadro do Nanami ainda era o mesmo. Gojo tinha conseguido a transferência dele para um hospital perto da escola. Ficaria mais fácil de acompanhar.

Eu estava com muito medo dele morrer.

Entrei no carro com a expressão depressiva. A imagem do Takashi morrendo não saia da minha cabeça.

- Vamos tomar um sorvete? - Gojo tentou me divertir. - Eu quero baunilha, e você?

- Gojo! - eu disse bem séria. - O Takashi ... - senti uma dor nos ossos - ele disse que o nome do homem que fez aquilo com ele era Mahito. O que o transformou em maldição. Ele toca as pessoas e as transforma. - era a primeira vez que eu conseguia conversar sobre o ocorrido.

O Gojo ficou sério e estático. Pegou o telefone, digitou algo e enviou.

- Você tem mais alguma informação, S/N? - ele falou com a voz branda.

Eu contei a ele todos os detalhes da missão. Inclusive do meu breve relacionamento com o Takashi.

- Por isso ... por isso você não parava de dizer esse nome! - ele fez gestos de quem chegou a uma conclusão de forma engraçada para me divertir. - E não parava de dizer o nome do Nanami também. - falou aborrecido.

O celular dele vibrou. Ele mudou sua expressão facial quando leu a mensagem:

- Temos que ir! - ele disse sério, dando partida no carro.

Me ajudou a colocar o cinto e logo estávamos em alta velocidade indo em direção à escola.

O vazio da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora