Parte 51

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Chegando ao local indicado pelo aplicativo, não encontrei nenhum sinal da S/N. Era uma antiga estação de metro. Estava abandonada. Só me restava descer os níveis do prédio, à procura dela.

No piso -2, avistei uma pessoa no chão, com uma vestimenta branca. Ao redor, rastros fortes de maldição. Um rastro mais fraco seguia por um dos corredores escuros e tinha um outro rastro mais forte, um tanto quanto recente, seguindo por outro corredor. Se eu seguisse, com certeza, alcançaria.

Ao me aproximar vi a S/N. A roupa estava com sangue e em volta de sua cabeça havia sangue também. Ela respirava com dificuldade e estava desacordada.

Era algum tipo de armadilha? Cadê as maldições? Fiquei em alerta e cheguei mais perto.

- Droga, S/N! - meu coração gelou. Me abaixei e vi que ela estava em estado grave. Tinha que tirar ela dali o mais rápido possível!

Peguei ela nos braços e me retirei. Levei ao hospital mais próximo.

Fiquei com os braços vazios, vendo os enfermeiros correrem com ela para dentro do hospital. Havia sangue da sua cabeça no meu uniforme.

Me sentei num banco de concreto do lado de fora do hospital. Abri as pernas e enfiei minha cabeça nelas. Levei as mãos à cabeça e puxei meus cabelos. Que raiva!

Como você deixou isso acontecer, Gojo? Ela estava debaixo do seu nariz! Você é mesmo um idiota! Se ela morrer, vai ser culpa sua! Culpa sua!

- Não, ela ... ela não pode! - bateu um desespero em pensar que isso poderia ser real.

Idiota! Eu sou um idiota! Fiquei relembrando a noite em que discutimos. Eu simplesmente sai, sem olhar para trás. A última imagem do rosto dela, antes disso tudo, foi ela me reprovando com aqueles olhos grandes. Me acusando de ciúmes.

Aquilo me subiu o sangue! Eu me senti desmascarado! Eu era uma criança birrenta! Não gostei e simplesmente virei as minhas costas e a deixei sozinha.

- Você é um idiota, Gojo! Seu ... merdinha! - eu ri nervoso, lembrando que ela me chamava assim.

Meus olhos encheram de lágrimas, molhando minha venda.

Levantei do banco. Peguei meu celular e disquei um número. Não adiantava ficar me lamentando. Vou voltar lá e descobrir o que aconteceu! Vou seguir o rastro nem que seja até o inferno. Mas eu vou encontrar respostas.

- Alô, Megumi? - falei sério. - Preciso dos seus cães de guarda! É urgente!

- Não são cães de guarda, Gojo! - Megumi disse entediado do outro lado.

- Vem logo! Estou te enviando a localização e as instruções! - Desliguei.

Mandei a localização e o orientei a vigiar os arredores do hospital e me informar imediatamente se ele visse qualquer traço de maldição por aqui. Contei o que aconteceu com a S/N. E pedi para um dos cãezinhos dele ficar no quarto onde a S/N está. Como era uma maldição, ninguém ia ver.

O vazio da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora