capítulo 11

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Jughead

Quando eu deixo a casa de verônica decido parar na loja. Desta vez, não me importa que me vejam, porque se alguma tarada em um vestido curto e apertado quiser me seguir, ela pode. Diabos ela pode trazer suas amigas se elas trouxerem álcool. Eu pego uma caixa de cerveja, batatas fritas e alguns doces e ponho suavemente sobre a esteira rolante. Há uma mulher mais velha trabalhando agora, então acho que estou a salvo. Duvido que ela escute a minha música ou até mesmo saiba quem eu sou.

Prendo a respiração, esperando que ela não peça minha carteira de motorista. Faço muito pouco contato visual com ela e ofereço alguns sorrisos estrategicamente cronometrados enquanto ela rouba meus artigos.

―Será que sua mãe sabe que você está de volta na cidade?
Eu estudo a caixa para ver se consigo reconhecê-la. Seu crachá diz Shirley, e eu quebro meu cérebro. Eu não me lembro dela, mas isso não significa que não posso fingir que sim.

―Não, senhora― respondo, tentando ser o mais educado possível. Ela olha as tatuagens nos braços, provavelmente procurando a que diz MÃE. Infelizmente, ela não vai encontrar uma no meu corpo.

―Não, eu não acho que ela saiba. Parece que desde que escutou que você estava na cidade, as meninas daqui estão um pouco em frenesi.

―Eu não quero irritar ninguém. Só vim aqui prestar minhas homenagens.
―Uma vergonha o que aconteceu com Archie. Claro que espero que verônica possa cuidar daqueles bebês.

Concordo com a cabeça e começo desejando que ela se apresse. Realmente não quero conversar. Quero beber as minhas tristezas e prestar homenagem ao meu amigo.

― verônica vai ficar bem. ― Eu vou me certificar disso.
―Sim, acho que com todo o seu dinheiro da música você poderia ficar por aqui e cuidar dela.

Respiro fundo e giro meu pescoço. Não vou perder a paciência. Quando ela finalmente me diz o total eu entrego uma nota de vinte e digo para ficar com o troco. Agora ela tem uma boa gorjeta de meu dinheiro de música.

―Diga a minha mãe que eu disse oi quando você a vir. ― Pego os meus itens e vou embora e sua boca fica aberta. Estupida cidade fofoqueira. Depois de hoje todo mundo vai saber que estou aqui e não posso ir embora por mais alguns dias. Fiz uma promessa para Peyton e pretendo cumpri-la.

O percurso é familiar e quando paro no campo deixo escapar um suspiro de alívio por ninguém estar aqui. Subo a escada, a minha cerveja e petiscos no saco plástico. Chego ao topo e seguro no corrimão, olhando para o campo. Nunca apreciei a vista quando estava passando toda sexta à noite aqui. A visão no estacionamento era o que mantinha minha atenção. Betty e suas pernas longas, sempre nuas porque viríamos direto do jogo. Eu me trocava, mas ela sempre mantinha sua roupa de chefe de torcida. Ela sabia o quanto eu gostava dela.

Sento-me no mesmo local. Meu dedo traça o coração com minhas iniciais e as de Betty. Eu o coloquei lá depois do baile de boas vindas de nosso segundo ano. Eu sabia que naquela noite eu queria essa menina na minha vida para sempre e não tinha medo de dizer a ela.

Até que eu a deixei quando eu mesmo deveria ter feito as malas dela e levado para minha caminhonete.

Eu me pergunto se Betty teria gostado de Los Angeles.
Bebo minha primeira, depois segunda cerveja. Se estivesse com minha caminhonete estaria atirando as vazias na parte de trás para que eu pudesse ouvi-las quebrar. Então eu poderia ter algum tipo de alívio para essa dor.

Quando uma caminhonete para e faz a volta, sei que o meu tempo acabou. Fecho meus olhos e espero o riso aparecer. Archie e eu falávamos tão alto que as meninas estavam sempre dizendo para calarmos a boca. Eu não vejo quem saiu da caminhonete, mas posso ouvir subindo a escada.

Para sempre minha meninaOnde histórias criam vida. Descubra agora