capítulo 18

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Betty

Minhas mãos estão suando.
Estou olhando para o relógio.
O ponteiro dos minutos se move impiedosamente lento. Cada tique taque ecoa por toda a loja. Enviei Jenna para casa mais cedo porque ela continuou rindo de mim e nada disso é engraçado. Eu teria ligado para ele e dito que iria a pé para casa, mas não tenho o número dele e não é como se eu pudesse chamar o auxílio à lista pedindo o maldito número de Jughead Page.

Eles ririam de mim, assim como Jenna fez todo o dia. Só que eles provavelmente cacarejariam porque o serviço de auxílio à lista é operado geralmente por mulheres idosas que não têm nada melhor para fazer a não ser dar as pessoas como eu um momento difícil quando você pede algo total e completamente estúpido.

Oh deus. Isto é como a escola mais uma vez.
Toda vez que ouvi uma moto do lado de fora corri para a janela e, quando Jenna ri eu finjo arrumar alguma coisa. Eu a odeio hoje.

Eu limpo as minhas mãos no meu jeans pela milionésima vez. Ele deve chegar a qualquer momento e vou lhe dizer que não poderei ir com ele porque não tenho capacete e eles são necessários e mesmo que não fossem eu não vou cair nessa armadilha mortal. Ele pode me matar para manter Noah com ele. Quero dizer, isso parece lógico, né?

A porta abre e antes que eu possa virar e cumprimentar o cliente, sinto seu perfume. Respiro profundamente antes de me virar. Não sei por que, mas isto parece um encontro, mas na verdade não é. Quer dizer, eu estou noiva de outro homem e vamos nos casar e não posso namorar Jughead independente da nossa história. Eu preciso desligar o meu cérebro.

Quando finalmente coloco meus olhos sobre ele, ele está delicioso, em todos seus um metro e noventa. Ele não está vestindo a jaqueta de couro preta com a qual me acostumei e mais uma vez eu me vejo olhando para seus braços. Minha mente vagueia pelo braço esquerdo e depois o direito. Meus dedos querem tocá-lo e traçar a tatuagem. Meu coração quer saber se fazer tatuagem dói e se ele tem mais.

Ele está permitindo olhar para ele, e acho que percebo que esta pode ser a última vez que o vejo. Ele pode não querer dizer a Noah que ele é seu pai. Inferno, ele pode não querer sequer saber de Noah depois desta viagem. Eu não tenho certeza se quero isso.

―Você está pronta, B? ― Meu coração sobe e não deveria. Devo dizer a ele para não me chamar de B, mas não falo nada. Ele está observando cada movimento meu, à espera que eu surte por causa dele.
―Eu posso andar― murmuro.

Jughead revira os olhos e balança a cabeça. Quando ele pega a minha mão eu o deixo pegar. Assim que ele me toca, é como milhares de borboletas esvoaçantes sobre a minha pele. Eu não me sentia assim há anos. Dou dois passos em direção a ele, deixando apenas um pequeno espaço entre nós. Em poucos minutos vou tocá-lo e não quero parar.

Minha mente está nebulosa, mas preciso manter meus sentidos claros. Lembro-me que sou uma mulher comprometida. O homem diante de mim, esse homem lindo e sexy que está pegando minha mão na sua, como fez tantas vezes antes, é o mesmo homem que quebrou meu coração.

Ele solta minha mão, assim que estamos do lado de fora. Quero tocá-lo, mas sei que não é a coisa certa a fazer. Ele tem um capacete na mão e sorri quando o mostra para mim.

―Eu trouxe isso para você― diz ele, antes de colocar sobre minha cabeça. Ele ainda está sorrindo quando arruma meu cabelo do lado de fora. Estou sorrindo também, mas ele não pode me ver. ―Onde você mora?

Dou o meu endereço e vejo como ele balança a perna por cima e atravessa a moto. ―Põe a mão no meu ombro e traz sua perna por cima. ― Faço o que ele diz. Uma vez que estou sentada ele coloca o capacete e liga a moto. A vibração envia arrepios na espinha e agora eu sei por que as mulheres adoram um homem com uma moto.

Para sempre minha meninaOnde histórias criam vida. Descubra agora