capítulo 21

305 26 3
                                    

Jughead

É bom estar de volta ao estúdio. Desde que voltei, tenho escrito como um louco. Acho que neste momento tenho o suficiente para um novo álbum. Hoje, o meu baixista, Jimmy, e o baterista, Harrison, estarão chegando para estabelecer algumas melodias.
Eu deveria estar feliz, mas não estou. Foi por isso que eu deixei minha vida para trás. Estou impaciente pra caralho e quero voltar para Riverdale. Os primeiros dias depois que voltei foram questionáveis. Tentei ligar para Noah algumas vezes, mas não consegui. E se ele não quisesse falar comigo, agora que eu fui embora?

O momento que eu vi o seu rosto iluminar minha tela, eu sabia que não era o caso. Ele parecia feliz, animado, fazendo um monte de perguntas sobre LA e o estúdio. Ele me pediu para enviar fotos do gato e eu enviei.

Agora eu não posso falar com ele o suficiente. As horas que ele está na escola e a diferença de fuso horário me deixa ansioso. Os fins de semana agora são meus amigos.

E odeio segunda-feira, matando efetivamente minha alegria em passar horas conversando com meu filho. Eu não contei a banda ainda, mas direi. Só quero continuar com Noah um pouco. Harrison é o único outro progenitor ao redor, ele tem um menino de sete anos. Quinn é o produto de um caso de uma noite que se transformou no bebê caindo de seu pacote azul de alegria na porta de Harrison. Papai instantâneo.

Quando vejo o rosto de Betty no meu identificador de chamadas, o pânico se segue. Algo deve estar errado com Noah caso contrário ela não teria ligado. Não falamos desde que eu vim embora. Não é que eu não quero, mas não quero estragar as coisas para ela e Nick.

―Olá?
―Olá. ― Ela está sem fôlego. Fecho meus olhos e conto até dez. Ela não pode falar assim comigo. Mata-me o fato de que ela não é minha.

―O que... ― Minha voz fica presa na garganta pela maneira como ela disse oi. Preciso controlar-me. Era apenas uma palavra de duas letras comuns. Não quer dizer nada. ―O que está acontecendo?
―Hoje é segunda-feira. ― Ela diz isso como se deveria significar alguma coisa para mim. Eu quebro a cabeça, imaginando se Noah mencionou algo especial sobre esta segunda-feira.

―A segunda geralmente segue o domingo― eu digo, com a esperança de aliviar seu humor.
—Archie enviava a verônica uma dúzia de rosas toda segunda-feira e hoje será o primeiro dia em que ela não vai receber flores desde... ― Se eu não soubesse melhor, eu diria que ela está chorando.

―Bem, não podemos deixar verônica sem sua entrega de flores, agora podemos? ― Acesso à internet e digito o endereço para os floristas globais. Escolho um buquê de lírios, ao invés de rosas e solicito que sejam entregues via loja de Betty. ―Tudo pronto.
―O que você quer dizer?
―Quero dizer, eu pedi flores. Ela vai recebê-las toda segunda-feira por um ano.

―Jughead... ― Sua voz pausa e agora eu sei que ela está tentando controlar suas emoções. Estas últimas semanas foram difíceis para ela. A Betty que eu conheci era sempre forte e confiante, então ela perdeu Archie e voltei, criando o caos. Ficamos no telefone por mais alguns minutos antes que ela tenha que ir atender meu pedido de flores. Desligar é a última coisa que eu quero fazer, mas o trabalho exige tanto de nós.

Quando os caras chegam, eles parecem felizes. Estas miniférias fizeram bem. Sentamos e mostramos as músicas que eu estava trabalhando. Harrison começa a rir em algumas delas, ganhando um soco de Jimmy. Sento-me estoicamente, esperando que eles digam alguma coisa.

―Será que você se apaixonou enquanto estava fora? ― Harrison pergunta. Sim, mas eu nunca deixei de estar apaixonado. E ela me mostrou o que eu estive perdendo todos estes anos.
―Não, vi um monte de velhos amigos. Meu amigo morreu e deixou para trás uma esposa e dois filhos. São músicas de volta para casa, eu acho.
―Bem, eu gosto delas― diz Jimmy. ―Colocar melodia para elas não levará muito tempo. Já tenho algumas ideias.

Para sempre minha meninaOnde histórias criam vida. Descubra agora