capítulo 10

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Betty

Eu nunca pensei que veria esse dia. Eu tive muitos sonhos do dia em que Noah se reuniria com Jughead, mas nunca assim. Resignei-me a pensar que Noah procuraria Jughead quando ele completasse dezoito anos. Poderiam brigar ou criar um vínculo ou fazer o que pais e filhos fazem quando se encontram. A única coisa que eu não queria era que Noah odiasse Jughead por não estar por perto. Eu poderia ter tentado contar a ele com mais afinco, mas não fiz. Eu era egoísta e queria ouvir sua voz. Queria que ele ouvisse a minha voz e voltasse para casa. Eu estava com raiva e levei um longo tempo para superar essa raiva.

Agora os observando do lado de fora, em uma conversa profunda, eu queria envolvê-los em uma bolha apertada para que nunca estivessem longe um do outro. Sei que não é justo para Jughead, ele tem uma vida longe daqui, que é muito diferente. Ele é diferente, mas parece tanto com o garoto pelo qual me apaixonei tanto anos atrás.

O menino que eu nunca deixei de amar. 

Olhando para Noah e Jughead lado a lado, não há como negar que eles são pai e filho. 

Jughead mantém contato visual com Noah cada vez que fala. Eu sei que Nick está chateado que Jughead está aqui e honestamente eu também estou, mas o que posso fazer? Noah sabe que Jughead viveu em Riverdale. Ele só não sabe quem ele é e eu acho que quero deixá-lo dessa forma, pelo menos por agora. Jughead irá embora em breve e todos nós vamos voltar ao normal.

―O que você está pensando? ― verônica repousa a cabeça dentro da dobra do meu cotovelo. Ela tem um metro e cinquenta e cinco e não chega a atingir meu ombro o que me permite por meu braço em torno dela, puxando-a mais perto. 

―Eu não tenho certeza― eu digo. ―Há muitas emoções que fluem através de mim.

―Ele se parece com ele― diz ela mantendo a voz baixa e longe de convidados curiosos. ―O que você vai fazer?

Balanço minha cabeça, porque não sei. Não tenho ideia do que eu deveria fazer. Meu cérebro está dizendo ignore e Jughead irá embora de novo, mas meu coração está me dizendo para ir lá e exigir que ele seja parte da vida de Noah. É o mínimo que ele pode fazer, já que esteve ausente nos últimos dez anos. 

―Ele vai embora em breve. Talvez eu vá dar as cartas.

―Não muito em breve, querida. Ele irá assistir futebol com Peyton no domingo. Muita coisa pode acontecer em três dias. ― verônica me beija no rosto e me deixa olhando para fora da janela para dois dos três rapazes que possuem meu coração. 

A viagem de volta da casa de verônica foi tranquila. Nick segurou minha mão e Noah adormeceu antes que nos afastássemos da casa. Ele passou o resto do dia conversando com Jughead sobre estatísticas e posição em campo, enquanto Nick observava do lado de fora. Eu sei que houve alguns comentários sarcásticos feitos por Nick, mas ele se afastou. 

―O que você está pensando? ― Nick pergunta quando desliza na cama. Ele próprio fica sobre o cotovelo, claramente pronto para discutir tudo o que aconteceu hoje. Eu só quero dormir.

―Sabe que verônica me perguntou a mesma coisa? Ela estava mais preocupada comigo quando eu deveria estar cuidando dela.

―Ela sabe que você a ama. ― Ele coloca a mão na minha cintura, junta meu pijama de seda em seu punho. ―Hoje foi...

―Difícil, triste, inesperado, estranho. Eu poderia falar muitas coisas, mas nada realmente resume o que foi hoje. Fodido, talvez? ―Eu vou mais perto de Nick e ele traz o braço em volta de mim, me puxando para mais perto. Seus lábios trilham no meu pescoço até que ele atinja os meus lábios, beijando-me suavemente. 

―Devemos falar de Jughead e Noah. Eu sei que não sou o pai de Noah, mas eu quero ser, você sabe disso. Eu estava errado na maneira como agi hoje, errado por atacar você sobre Jughead e sinto muito. 

―Eu sei que você sente. ― Corro meus dedos através de seu cabelo. ―Eu não acho que Jughead vai querer ser uma parte da vida de Noah agora, mas talvez mais tarde. Talvez devêssemos deixar isso pra lá, ele vai embora em breve.

Nick empurra meu cabelo atrás da minha orelha. Segura meu queixo e me puxa para mais perto. ―Eu te amo Betty― diz antes de me beijar. Seu beijo é suave, não apressado, como se estivesse tomando seu tempo para me memorizar. Quase como se ele estivesse desesperado. 

Eu o amo, de verdade. Mas vendo Jughead com Noah não posso evitar me perguntar sobre o que o futuro nos reserva e como Nick e eu podemos nos encaixar.

Flash back

―Ei Betty! ― verônica e eu viramos para ver Jughead Jones caminhando em nossa direção. Verônica é uma traidora e sai do meu lado. Ela está rindo enquanto se afasta. Minhas mãos estão suando e minhas pernas de repente parecem gelatina. 

Este ano eu finalmente reparei nele. Ele cresceu muito durante o verão que eu realmente não prestei atenção antes, quando estávamos na casa de verônica. Em seguida, foi para o acampamento de futebol por um mês e voltou totalmente quente. 

Eu estava morrendo para ele tirar a camisa apenas uma vez para que eu pudesse ter uma visão clara de seus abdominais porque minha imaginação não era realista.

―Ei, ― ele diz. Ele está segurando o capacete de futebol em uma das mãos. A outra está puxando a gola da camisa, que eu quero arrancar. 

―Ei, ― eu digo estupidamente.

―Como foi o resto do seu verão?

―Foi bom. Eu li muito. ―Eu li muito? Oh meu deus, ele vai pensar que eu sou uma nerd. O que diabos há de errado comigo? O chão repentinamente torna-se muito interessante, olho para o meu sapato enquanto empurro uma pedrinha para lá e para cá.

Minha pele arrepia quando ele levanta meu queixo, seus olhos azuis da cor do céu perfurando os meus e tudo o que posso pensar é pular em seus braços e encher a minha língua em sua boca. Tenho apenas quinze anos, mas já assisti filmes. Tenho certeza de que posso descobrir isso.

―Você pode ir ao baile de boas-vindas comigo?

―Baile de boas-vindas? ― Minha mente mal consegue compreender o que ele está pedindo. Mas eu juro por Deus, ele disse baile de boas-vindas. Algo do tipo eu toda vestida para dançar. Isso significa que ele quer dançar comigo, me segurar contra seu corpo e balançar no ritmo de extravagantes canções de amor. As mesmas canções de amor que escuto à noite, quando estou escrevendo Elisabeth Jones no meu diário.

―Sim. Eu tenho minha carteira de motorista agora, então posso dirigir e pensei...

―Sim! ― Ele pula e começa a rir. ―Desculpe, ― eu digo cobrindo o rosto com as mãos.

Ele puxa minhas mãos, mas não as solta. Quando se inclina para frente eu me sinto como se estivesse prestes a desmaiar. Ele cheira a Old Spice, o meu novo perfume favorito. 

―Por favor, não cubra seu rosto. Você é muito linda para se esconder. ― Ele me beija na bochecha antes de caminhar em direção ao campo. ―Eu ligo para você esta noite. ― Ele se vira para trás e grita antes de começar a correr.

Eu acordo em um suor frio, com lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Nick está roncando baixinho ao meu lado, seu braço me prendendo na cama. Manobro para sair debaixo dele e ando para o banheiro. 

Com a luz apagada, sento na beirada da banheira e choro em uma toalha, abafando os soluços. Nunca pensei que veria o menino que roubou meu coração e não o devolveu. 

Eu não tenho certeza se quero meu coração de volta.

Para sempre minha meninaOnde histórias criam vida. Descubra agora