capítulo 15

302 25 2
                                    

Jughead

Eu não queria dizer assim, porque sabia que não seria capaz de lidar com a imagem na minha frente. Seus olhos caíram, ela recuou e seu peito começou a se mover intensamente enquanto ela tenta recuperar o fôlego. Meu coração se parte nesta visão, pior do que a noite, quando eu terminei com ela. Naquela noite, tomei o caminho covarde.

Flash back

―Estou feliz que você está aqui, você deve estar cansado. ― Sua mão encontra a minha, ela tenta me puxar para seu quarto do dormitório, mas não me mexo.
―Você não quer entrar?
Eu quero, mas não posso. Se eu entrar nunca vou sair e nada vai mudar. Minha vida será o mesmo padrão de uma e outra vez e se eu não mudar vou enlouquecer.
Eu balanço minha cabeça só um pouco, mas é o suficiente para chamar sua atenção. ―Alguma coisa errada, Jugg?
Minha garganta começa a fechar, meu coração... Parece que está prestes a estourar fora do peito. Eu sei que estou fazendo a coisa certa, mas por que isso parece tão horrível?
―Eu deixei a faculdade.
O primeiro olhar de que ela está prestes a ter um chilique aparece em seu rosto. Eu desviei do plano. O plano americano, onde eu me tornaria um jogador de futebol americano da NFL e nós viveríamos em um bairro tranquilo, criando nossos dois filhos, um menino e uma menina, e ela viajando para meus jogos e nunca perdendo um, porque ela é a minha líder de torcida pessoal.
―Okay, por quê?
―Eu... Hum... Eu não posso.
―Não pode o quê? Você está me assustando, babe. Venha e vamos falar sobre isso. Vamos chamar o seu treinador e corrigir isso.
Sinto uma sensação de alívio me lavar quando ela diz que vamos ligar para o meu treinador. Isso é exatamente o que não quero e sei que tomei a decisão certa. Não quero mais jogar futebol.
―Eu não posso mais ficar com você, Elisabeth. ― Eu não olho para ela quando digo essas palavras. Eu viro e vou embora, ignorando a voz dela quando chama meu nome. Corro pelo corredor, ziguezagueando através das pessoas que acabaram de presenciar a minha menina e eu terminando.

Quero dar um passo adiante e envolvê-la em meus braços e dizer que aquela noite eu cometi o maior erro da minha vida, quando eu a deixei lá. Eu deveria ter feito suas malas e tê-la levado comigo. A viagem de dois dias para Los Angeles teria sido muito melhor com ela enrolada em meus braços à noite, enquanto dormíamos na cama da caminhonete. Meu café da manhã de Doritos e Coca-Cola teria sido o melhor que eu já tive, porque ela teria compartilhado comigo.

Mas ao invés disso passei dois dias dirigindo com lágrimas escorrendo pelo rosto porque fiz a coisa mais horrível que eu já tinha feito. Eu quebrei meu coração quando terminei com ela.

―B...
Ela levanta a mão e eu paro de falar. Quando ela olha para cima, é aquela noite mais uma vez. Sua maquiagem está escorrendo pelo rosto, preta e pesada, deixando um rastro de dor arruinando sua beleza.

―O que era tão importante que você me deixou daquele jeito?
Eu suspiro. Não sei como explicar Marta e o dia que mudou a minha vida.
―Eu disse, eu precisava de algo diferente.

―Não fui eu?
―Não. ― Balancei a cabeça para enfatizar meu ponto. ―Não foi você. Nunca foi você. Eu me odeio por não tê-la levado comigo. Eu deveria ter, mas não achei que você iria e eu não queria ouvir você me dizendo não.

―Então, você simplesmente quebrou meu coração e me deixou criar um bebê sozinha?
―Puta que pariu B! Se eu soubesse sobre o bebê eu ficaria e teria feito outra coisa. Eu teria casado com você e voltado para a escola.

―Mas você não disse que não estava feliz?
Eu não posso responder e ela sabe disso. Meu silêncio é suficiente. 

Betty toma uma respiração profunda e assente. ―Então, você foi para a Califórnia e tornou-se um músico famoso. Você sabe o que é engraçado? Eu não achava que você gostava tanto assim da guitarra. Eu sei que você tocava enquanto cantava para mim, mas pensei que você estava sempre brincando. Isso me faz uma namorada de merda. 

Para sempre minha meninaOnde histórias criam vida. Descubra agora