capítulo 31

309 29 4
                                    

Jughead

Betty só bateu uma vez desde que me mudei, então quando eu abri a porta e ela está ali, sei que algo estava errado. Eu percebo que ela estava chateada. Sua postura na minha varanda era desafiadora. Ela estava chateada e eu não sei o que eu fiz, mas sei que sua raiva era por minha causa.

Sair para a varanda foi provavelmente a coisa mais estúpida que eu fiz durante toda a semana. Estava frio, nevando e eu não estava usando meias ou sapatos. Eu poderia me importar menos sobre não ter um casaco. Estava tentando ser sério com ela quando tudo que eu queria fazer é correr de volta para o calor da minha casa.

Não há nada mais frustrante do que uma mulher que não diz o que está errado quando você pergunta. Quero agarrá-la e tirar a resposta. Ela está na minha frente, com os ombros curvados, recusando-se a olhar para mim, para me mostrar seus belos olhos que eu posso ler como um livro aberto.

Rasgo o envelope que ela bate no meu peito. Meus olhos vão sobre as palavras como guarda, visitação, pensão alimentícia, e casa na Califórnia. A última página me deixa estarrecido, diz que eu estou pedindo um teste de paternidade para determinar se a criança conhecida como Noah Michael Cooper é meu filho.

Betty cruza os braços sobre o peito como se ela tivesse sido socada repetidamente. Ela não se preocupa em enxugar as lágrimas que descem em cascata pelo seu rosto bonito, agora marcado pela decepção por minha causa. Não é à toa que ela quer levar Noah embora. Eu disse a ela que eu nunca o tiraria dela e esses papéis estão dizendo que eu o farei.

Isso não é o que eu quero. Eu quero que sejamos uma família. Nunca pensei nisso quando descobri sobre Noah. Nunca em um milhão de anos esse pensamento sequer entrou em minha mente.

―Onde você conseguiu isso? ― Eu pergunto. Seguro os papéis, amassando na minha mão enquanto eu os sacudo. Ela revira os olhos e se afasta de mim, me irritando ainda mais.
―Eu só quero pegar Noah e ir para casa.
―Responda-me.
Ela balança a cabeça. ―Me dê o meu filho! ― Ela grita, com as mãos cobrindo imediatamente seu rosto.

Eu não posso, eu não vou. Não vou entregar Noah sem ter as respostas que eu quero dela. Agarro seu braço e a puxo para dentro da casa. Ela resiste, lutando contra mim, quando eu a arrasto até a cozinha e desço as escadas para o meu estúdio. É uma sala à prova de som, para que possamos gritar um com o outro e Noah não nos ouvir.
Eu a empurro para o quarto e fecho a porta, trancando-a atrás de nós.

―Quem te deu a porra desses papéis, Elisabeth? ― Eu odeio dizer seu nome completo, mas fiz isso para chamar sua atenção. Ela olha para mim, determinada.
―Sabe, pensei que poderíamos trabalhar essa coisa de co-parentalidade, mas eu estava errada. Eu não quero seu dinheiro, Jughead. Eu não preciso disso. Noah e eu conseguimos esse tempo todo com o nosso, então você não precisa se preocupar que eu vou deixa-lo seco.

―Betty...
―Não, deixe-me terminar. ― Ela levanta a mão, afastando-me, até onde ela pode chegar.
―Não! ― Eu grito com ela. ―Eu não vou. Diga-me quem te deu esses malditos papéis! Não há postagem, então sei que foram entregues em mão. Estou realmente prestes a perder a paciência aqui, então diga já.

―Por que isso importa?
―Porque isso é uma fodida mentira! ― Eu grito. ―Eu não fiz isso. Eu não quero isso. Não quero tomar Noah de você ou levá-lo de Riverdale.

Eu vou até ela e a empurro contra a parede. Meu corpo é pressionado contra o dela, enquanto minha mão prende seu rosto suavemente. Eu não quero fazer mais nada além de beijá-la. Extrair todas as volumosas roupas de inverno de seu corpo e sentir sua pele contra a minha.

―Eu amo o nosso filho, Betty. Eu o amo muito. Nunca faria nada para machucá-lo e levá-lo para longe de você. ―Eu tento acalma-la. Eu sei quem está por trás disso e para mim esta é a última gota.

―O nome dela é Sam― ela diz tão baixinho que eu quase não ouço, mas consigo entender o nome Sam escapando de seus lábios e é a única resposta que preciso.
―Ouça-me― digo, puxando seu queixo para que ela olhe para mim. ―Eu comprei esta casa com você em mente. Estou aqui porque é onde minha família está, você e Noah. Eu quero estar com vocês. Sam é minha empresária e ultrapassou claramente os seus limites. Eu não sei como ela sabe sobre Noah, mas vou descobrir. A última coisa que eu quero fazer é machuca-la. Eu amo você, B.

―Por favor, não o tome de mim― ela implora. Eu odeio vê-la chorar. Odeio o olhar de desespero em seu rosto. Eu vou matar Sam por fazer isso com Betty... Com a gente. Nós não precisamos deste drama em nossas vidas.

Empurro alguns fios de cabelo solto atrás da orelha dela. Ela se inclina para o meu toque, esfregando a bochecha contra minha palma áspera. Não consigo resistir. Eu beijo as lágrimas até encontrar sua boca. Coloco três beijos ao longo de seus lábios, os dois primeiros nos cantos antes de testar sua reação. Ela é receptiva. Suas mãos me puxam para frente, mais perto.

Eu paro cedo demais para nós dois. Eu a quero, mas não desse jeito.
―Você não me quer? ― Ela sussurra contra os meus lábios.
―Eu quero, muito, mas não assim. Não em meu estúdio onde Noah pode nos ver. ―Eu me afasto dela e olho em seus lindos olhos azuis. ―Eu quero cada parte de você em minha vida, B, quando você estiver pronta.

Andamos com as mãos dadas para cima, deixando os papéis em meu estúdio. Eu vou lidar com eles mais tarde. A primeira coisa que preciso fazer é ligar para o meu advogado e pedir que os cancele. Eu nem sei o que fazer com Sam. Outra questão para o meu advogado é se eu posso demiti-la? Quanto vai me custar sair deste contrato? Ela foi longe demais desta vez.

Noah e eu começamos a montar a árvore, centrando na frente da grande janela virada para a rua. Betty entra com o rosto reservado. Conheço cada expressão que ela tem e esta é hesitante, como se estivesse andando em cascas de ovos. Preciso corrigir isso e rápido.

Eu propositadamente inclino a árvore. Quando ela bufa, viro a cabeça e escondo meu sorriso. Ela começa a andar em torno de nós, nos dizendo direita, esquerda e, finalmente, joga as mãos para cima quando não a ouvimos. Ela nos deixa, homens, para a difícil tarefa de fazer a nossa árvore ficar de pé direito, enquanto vai para a cozinha e trabalha em fazer petiscos para esta noite. Verônica, as meninas, Harrison e Quinn estarão aqui em breve para a nossa festa de decoração.

Os homens Jones não têm nada com isso. Noah e eu caímos em cima dela na cozinha. Ele vai de um lado e eu do outro. Quando ela grita começamos a rir. Eu não posso evitar, então a beijo. Eu ouço Noah rir e sair, então eu a beijo novamente. Eu sei que não deveria, mas não consigo evitar, eu a amo.

Eu a beijo uma terceira vez brevemente nos lábios quando a porta da frente se abre intempestivamente. Verônica grita para as meninas serem respeitosas. Betty me empurra. Isso deveria machucar meus sentimentos, mas isso não acontece. Eu sei que ela quer se concentrar em verônica durante os feriados. Eu tomo a decisão de começar a cortejar a minha menina. Ela precisa ser cortejada.

Quando Betty e eu levamos a comida para a sala, as crianças, como abutres, atacam. Eu as deixo para atender a porta. Harrison e Quinn chegaram segurando buquês de flores.

―Você não deveriam ― eu digo, pegando as flores.
―Bem, você é uma besta sexy ― diz Harrison quando ele bate seus cílios. Os convido e os levo para as festividades. Betty e verônica olham para cima e sorriem quando entramos.
―Esta é minha Betty e nosso filho, Noah. ― Eu aponto para Noah, que olha para cima rapidamente acenando.

―Prazer em conhecê-lo, Harrison. Oi Quinn ― diz Betty, curvando-se ao seu nível.
Quinn acena quando ele chega mais perto do pai, mas dá a Betty o buquê de flores.
―Você sabe que ela é florista, certo?
―Cale a boca, Jughead. Elas são lindas! Obrigada Quinn. ―Os olhos de Betty estão em mim como se eu estivesse em algum tipo de problema. Eu meio que gostaria de ter tirado vantagem dela no térreo se ela olhasse para mim desse jeito.

―Harrison, esta é a nossa amiga, verônica, e suas filhas, Peyton e Elle. ― As meninas olham para cima e sorriem antes de voltar para a arrumação dos ornamentos.

Verônica aperta a mão de Harrison e em câmera lenta, ele entrega o buquê. Ela aceita as flores, levantando-as para inalar seu cheiro. Seus olhos olham para ele, com a mão ainda segurando o buquê.
―Oi― diz ele como se estivesse acabado de correr cinco quilômetros.

―Merda! ― Eu digo, balançando a cabeça. Betty olha para eles e para mim, os olhos arregalados.
Eu bato em Harrison no ombro e rio. Ele balança para frente antes de se controlar, sem tirar os olhos de verônica. O natal agora se tornou oficialmente interessante.

Para sempre minha meninaOnde histórias criam vida. Descubra agora