capítulo 33

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Jughead

Este foi o melhor dia que já tive em um longo tempo, desde o momento em que Noah e eu acordamos Betty para desembrulhar os outros presentes. Eu não posso esperar para passar horas vasculhando cada foto que Betty me deu. Mesmo que eu não esteja com eles, ter imagens de Noah, quando ele era bebê, criança e seu primeiro traje de Halloween significa tudo para mim.

Eu sei que eu disse a Betty que posso ser paciente, mas não tenho certeza se conseguirei. Vê-la em minha cama, com seus longos cabelos escuros espalhados pelo travesseiro me faz querer tomá-la como minha. Eu sabia que eu era um caso perdido quando entrei no andar de cima reclamando estar com fome e ela se ofereceu para fazer o almoço para Harrison e para mim.

Ao vê-la mover-se ao redor da minha cozinha, como se ela fosse a dona me fez querer tê-la aqui todos os dias, mas estou com medo. Ela ficou com Nick por um longo tempo e você simplesmente não consegue desligar suas emoções.

Eu deveria saber.
Eu tentei.

O som da campainha me salva de cometer um erro de julgamento. Quando abro a porta, as costas de Samantha estão à minha frente, mas eu conheço esses cabelos loiros em qualquer lugar. Ela se vira e sorri enquanto entra.

―Hei bebê― ela murmura. Eu bato em sua mão quando ela tenta tocar meu rosto com as unhas falsas.
Ela dá de ombros e abre o casaco, está vestida com uma calcinha e sutiã minúsculos. Suas meias estão seguras por ligas. Antes eu achava isso sexy, mas não mais.

―Sam, o que...
―Oh meu Deus!
Viro-me depois do arfar de Betty. O olhar em seu rosto não é de raiva, mas ferido. Ela sobe as escadas, e o bater da porta do meu quarto me faz saltar.

―Cubra-se. Há crianças na casa.
Eu ando longe dela em direção à sala de jantar. Não a quero em qualquer lugar perto da sala de estar com verônica e as meninas. Verônica vira a esquina e acena indicando que irá para cima. Concordo com a cabeça e me preparo para o que estou prestes a fazer.

―Sente-se, Sam, precisamos conversar. E mantenha-se coberta.
Sento-me em frente a ela. É uma distância segura, para que eu não bata nela e ela não tente me tocar. ―Eu falei com Brandon no outro dia.

―Eu também― diz ela feliz.
―No dia em que a mãe do meu filho apareceu exigindo que eu devolvesse meu filho para ela.
―Cuidei de tudo isso, bebê.
―Sam, eu não sou seu bebê e eu nunca vou ser. O que você fez foi errado em muitos níveis. Eu nunca duvidei que Noah fosse meu. Também não quero a custódia. Betty não era uma garota que eu conheci nos bastidores, ela era minha namorada. Como você ficou sabendo sobre Noah?

Ela encolhe os ombros e começa a olhar para as unhas. Eu conheço seu jogo, é eu tenho a resposta, mas eu não vou responder. Bato minha mão sobre a mesa para chamar sua atenção.

―Eu trabalho com a agência de seu pai desde que eu comecei e nunca, nenhuma vez, questionei a integridade de sua empresa, mas agora o seu trabalho depende disso. Eu sugiro que você me responda.
―Eu não sabia que você o queria― ela murmura.
―O que você disse?

Sam revira os olhos e suspira pesadamente. Ela parece entediada. ―Alguém alegando conhece-lo ligou para a agência quando você começou. Coloquei as mensagens em seu arquivo.
Eu mordo o interior da minha bochecha, minhas mãos apertando. ―Você sabia que eu tinha um filho e não me contou?
―Meu pai disse que era ruim para a sua imagem.

―Ele é o meu FILHO, pelo amor de Deus!
Eu me levanto e começo a andar de um lado ao outro, minhas mãos puxando meu cabelo. ―Ela disse que ligou e deixou mensagens. Você recebeu as ligações e a ouviu implorar. Você é tão vagabunda assim, Sam? Aquela mulher ligando para você era minha namorada e ela estava grávida e com medo e você a ignorou. Você manteve meu filho longe de mim. Meu Deus, o quanto você pode ser cruel?

Para sempre minha meninaOnde histórias criam vida. Descubra agora