Para sempre minha menina

capítulo 24

Betty

Eu fui capaz de evitar a maioria dos olhares de Jughead até este. Sei que minha boca está entreaberta como um peixe, a minha língua seca. Eu cruzo as pernas para afastar o latejar entre as minhas coxas. Sento-me para trás e sorrio, balançando a cabeça. Ele se levanta, parando atrás de mim.

―O que há de errado, B? ― Ele sussurra sedutoramente, o nariz roçando atrás da minha orelha tornando minha respiração difícil e instável. Quando ele morde minha orelha, me contorço no lugar. Tenho que me afastar dele antes que eu faça algo que do qual eu me arrependa.

Ele começa a rir e dá um beijo na minha bochecha. Quando retorna da cozinha está com outra garrafa de champanhe, e agora estou em apuros.

―Isso não foi bom― eu digo, tentando ser severa.
―Sabe, se você está tendo um pequeno problema, eu poderia ajudá-la. ― Seus olhos são tortuosos quando olham para mim. Ele engole em seco e eu assisto o movimento de seu pomo de adão, lembrando os inúmeros beijos que eu já coloquei lá.

―Eu ouvi falar sobre esse olhar que você dá as mulheres.
―Eu não acredito que você compra essas revistas inúteis.
―Jenna compra e ela me conta. Ela quer ir a um dos seus shows, ela não sabia quem você era até que você veio para a cidade. Quero dizer, ela sabia, mas não a conexão.

―Lembre-me de enviar ingressos e um passe para os bastidores para ela.
―Eu acho que não vou lembrá-lo― eu respondo. Eu não acho que eu quero uma mulher experimentando aquele olhar de Jughead novamente.
―Elisabeth Cooper, você está com ciúmes?

Eu pego o meu copo e busco um pouco de coragem no líquido. ―Ela acha que você é quente. Eu sei que ela é minha amiga, mas também sei que ela não tem namorado há três anos e se você lhe der esse olhar ela vai se transformar em uma pilha gosmenta e cairá a seus pés. Eu odiaria pensar...

―Eu só tenho olhos para uma mulher e ponto final! ― Jughead baixa a faca e o garfo, apoiando os cotovelos na mesa e cruzando as mãos. ―Quando eu te vi, eu soube que eu tinha cometido um erro. Eu nunca deveria ter ido embora, ou pelo menos deveria ter voltado para você. Minha vida é melhor com você nela, Betty. Eu não vou fazer nada que comprometa isso.

―Eu vou me casar― eu falo sufocada. Nick e eu conversamos sobre a definição de uma data quando eu voltar e eu já deixei Jughead me tocar e me beijar. Meu Deus, o que isso faz de mim?
―Onde está seu anel?

Eu olho para o meu dedo esquerdo nu. De todas as vezes que Nick pediu, ele nunca me mostrou um anel. Talvez ele pense que eu não quero um, embora eu não tenha certeza de onde ele tirou essa ideia, porque eu certamente quero. Quero usar o que ele escolheu para simbolizar seu amor por mim.

―Ele é um idiota! ― Jughead joga o guardanapo em cima da mesa. ―Se você fosse minha, seu dedo não estaria seu o meu anel, especialmente se você estivesse visitando o seu ex-namorado.

―Ele não sabe que estou aqui. Quero dizer, ele sabe que eu estou em Los Angeles, mas não sabe que estou aqui com você.
Jughead empurra sua cadeira e fica de pé. Ele pega um controle remoto e a música começa. Ele caminha os três passos para mim e estende a mão. ―Dance comigo.
―Eu não deveria, ― eu sussurro, incapaz de olhar para ele.

Seus dedos trilham meu queixo. Ele levanta suavemente meu rosto, meus olhos encontram os dele. ―Você quer B, não negue. Eu não contarei a ninguém.

Empurro a cadeira para trás e fico de pé, pegando a mão oferecida por ele. Ele nos leva para o meio da sala, batendo em um interruptor na parede para apagar as luzes. Estamos no brilho das luzes da cidade.

Suas mãos pressionam suavemente na minha cintura, os dedos espalham-se para sentir mais de mim. Eu mantenho minhas mãos em seus ombros, uma distância segura do seu cabelo, enquanto nossos corpos balançam na melodia sentimental vinda do aparelho de som. Ele me puxa para mais perto, as mãos se movendo para cima em minhas costas. Uma mão vem para frente, movendo-se nos fios de cabelo do meu rosto.

Cada centímetro do meu corpo está em chamas. O olhar em seus olhos me diz que ele me quer, eu só tenho que fazer o primeiro movimento. Sua mão perambula pelas minhas costas, envolvendo minha bunda, empurrando-me para mais perto dele. Eu não esqueci como é estar com ele, acho que nunca vou esquecer como é. Ensinamos tudo um ao outro. Exploramos os corpos um do outro, aprendendo enquanto nos tornávamos amantes. Eu sabia como satisfazê-lo, conhecia cada ponto para fazê-lo tremer e se contorcer.

Sua outra mão trilha pelo meu braço, pegando a minha mão e colocando-a em sua nuca. Meus dedos se empurram em seu cabelo e ele geme. Seus olhos se fecham. Seus cabelos cresceram desde que o vi em Riverdale. Eu gosto desse jeito.

Sua mão aperta meu quadril, me puxando ainda mais perto, ele se esfrega em mim. Eu mordo meu lábio para evitar ficar de boca aberta. Antecipação se constrói. O desejo está lá e ele sabe disso. Ele está me estudando, marcando-me como sua presa. Seus olhos estão praticamente fechados, desfocados. Ele lambe os lábios, me observando à procura de algum indício de que pode dar o próximo passo.

Eu não posso dar isso a ele.
Eu não vou dar.

―Quem estamos ouvindo? ― Pergunto na esperança de acabar com a tensão no ar. A voz do cantor é rouca e sexy. Eu poderia ouvi-lo durante horas. Jughead curva-me um pouco para trás, o inchaço dos meus seios aumentando com o toque de sua boca. Ele beija cada seio antes de beijar o vale do meu decote.

―Eu ― diz ele contra a minha pele.
―Sobre quem você está cantando?

Ele cuidadosamente me puxa para frente. Minhas mãos instantaneamente deslizam novamente por seu cabelo. Ele olha para a minha boca, então para meus olhos.

―Você.
―Eu?
―Só você, B. ― Ele diz antes que seus lábios encontrem os meus. Ele está com uma mão no meu cabelo, a outra espalmada em minhas costas. Ele é suave, puxando levemente meu lábio inferior entre os dentes. Quando ele o libera, volta para minha boca, traçando meu lábio inferior com a língua. Eu deveria afastá-lo, mas não consigo.

Eu quero isso.
Quero senti-lo.
Encontro a sua língua com a minha. Ele geme, estabelecendo um ritmo lento e constante. Nossos corpos trabalham em um frenesi aquecido. Sua boca deixa a minha, trilhando beijos da minha mandíbula até a orelha e pescoço. Ele me mantém firmemente em suas mãos enquanto canta para mim com palavras e beijos.

Minhas mãos deslizam sob a camisa dele, a sensação de sua pele sob meus dedos é inebriante.
Eu preciso parar com isso. Eu tenho que pensar em Nick, mas isso é Jughead e eu...

Ele me deixou.
Minhas mãos encontram seus ombros e o empurram. Seus braços relaxam enquanto ele olha para mim. Ele balança a cabeça e afasta-se de mim. Suas mãos puxando o próprio cabelo.

―Sinto muito...
―Você não precisa se desculpar. Eu não deveria ter feito isso ― digo. Minhas mãos sentem-se vazias sem ele. Quero alcançá-lo, segurar sua mão, mas isso enviaria a mensagem errada. É ruim o suficiente que tenhamos ido tão longe. Estou noiva e isso é errado. ―Eu deveria ir.

Ele não diz nada, apenas balança a cabeça. Ele está olhando para as luzes da cidade, provavelmente lembrando-se por que ele me deixou. Eu olho para ele uma última vez antes de abrir a porta.

―Betty, espere. ― Faço uma pausa e me viro, fechando a porta atrás de mim. Ele está lá, ao meu lado, antes que eu possa recuperar o fôlego. ―Sinto muito. Eu nunca deveria tê-la colocado nessa posição. Estou sendo egoísta e só pensando em mim e o quanto eu sinto sua falta. Você estava aqui, na minha casa, e eu não pude resistir. Você é uma tentação para mim e agora eu só queria pegá-la e carregá-la para a minha cama e não deixá-la sair nunca mais.

―Eu não posso. Eu…
Jughead coloca o dedo em meus lábios. ―Estou apenas dizendo o que eu quero para que você não tenha dúvidas. Eu quero que você saiba exatamente como me sinto, porque a última vez que eu mantive segredos, isso nos arruinou.

―Nós não podemos fazer isso, Jughead. Eu vou me casar.
―Então eu vou esperar. Para sempre, se for necessário. ―Ele coloca um beijo demorado na minha bochecha, me segurando perto dele. ―Eu quero vê-la amanhã.
―Eu não sei.
―Eu vou ser um perfeito cavalheiro. Eu prometo.

Concordo com a cabeça quando ele abre a porta para mim. Com um último olhar vou embora da casa dele. Olho para trás enquanto espero o elevador e ele está de pé contra a porta, com as mãos nos bolsos, olhando para mim. O ding do elevador chegando quebra meu coração.