Para sempre minha menina

capítulo 20

Betty

Eu nunca pensei que iria sentir nada por Jughead novamente. Esses sentimentos estavam mortos há muito tempo e, em seguida, começaram a surgir novamente. Primeiro foi o jantar que ele trouxe para Noah e para mim. Ele já estava em casa e cozinhando quando cheguei do trabalho. Na noite seguinte, eu cozinhei novamente. Ele ficou até tarde e quando trouxe o meu filme favorito e uma garrafa de vinho, eu sabia que eu estava começando a perder o controle. Eu queria mais do que qualquer coisa me aconchegar junto dele no sofá, mas ele não quis sentar ao meu lado. Ele se sentou na cadeira, parecendo desconfortável enquanto eu me sentei no sofá tão perto dele quanto eu poderia.

À noite que Nick voltou eu meio que esperava que Jughead estivesse na minha cozinha, mas ele não estava. Tentei não ver ou ouvir que ele parava na minha garagem, e no fundo sabia que ele não viria. Não importava que eu quisesse vê-lo. Ele não viria me ver de qualquer jeito, apenas Noah, e eu precisava aceitar isso. Além disso, tinha Nick.

E Nick é o que eu quero.
Nick é com quem eu vou casar.
Nick é quem esteve aqui nos últimos seis anos. Nós compartilhamos uma casa e meu filho.   

Então por que estou sentado na sala com as luzes apagadas, enquanto ele dorme lá em cima, mexendo em minha caixa cheia de Jughead? Eu deveria estar lá em cima na cama com ele, mas desde que ele voltou para casa eu dormi no sofá fingindo estar com dor de estômago. Quando Nick perguntou se eu achava que estava grávida eu quis chorar. Não porque eu não queria outro bebê, mas porque se eu tivesse um, não se pareceria com Noah. Não se pareceria comigo e Jughead.

Meu dedo arrasta sobre a foto dele no futebol, o capacete enfiado debaixo do braço. O adesivo esportivo em seu rosto não mostrando o seu número, mas meu nome, B. Seus amigos falavam merdas por isso, mas ele não se importava.

Flash back

  ―Ei, linda. ― Jughead me pega. Eu não posso deixar de gritar. Fui oficialmente transformada em uma das meninas que eu disse que nunca seria. Oh meu deus, eu sou um clichê.
Jughead desce meu corpo, girando-me para encará-lo. O adesivo é diferente. Seu número está faltando.
―Você sabe que está escrito o nome B em seu rosto?
―Claro que sei. Está escrito B.
―Sim ― eu rio pelo quanto ele é bobo.
Ele me puxa para mais perto, beijando-me profundamente. Ele não tem medo se ser pego por um professor. Eu tenho, mas ele promete que nada de ruim vai acontecer e eu confio nele.
―Eu te amo mais do que qualquer coisa B.
―Você ama? Eu deveria estar preocupada?
Jughead balança a cabeça, um sorriso rompendo sua atitude de cara durão. ―Você é minha B. Só minha ― diz ele. Ele me beija mais uma vez antes de correr. Ele está a meio caminho para o campo e eu ainda estou observando sua bunda. Ele tem uma bela bunda.
―Hei B ― ele grita.
―Sim― eu grito de volta.
―Eu vou me casar com você algum dia.

Eu tinha certeza de que iríamos passar a eternidade juntos. Eu pensei que nosso amor era único. Eu tentaria ficar quase bem se ele conhecesse outra pessoa e se apaixonasse, mas ele não fez isso. Ele simplesmente foi embora. Disse que estava sufocado.

Eu tinha um sonho, o sonho americano, e nós o estávamos vivendo, a chefe de torcida namorando o zagueiro e capitão do time de futebol. Nós éramos o casal do cartaz de romance em toda a cidade. Todo mundo sabia que estávamos juntos e nada iria nos separar. Outras meninas tentaram, mas Jughead as descartou tão rápido que eu senti pena delas... Às vezes.

Costumávamos jantar com seus pais todas as noites de domingo no Country Club de Beaumont. A Sra. Jones era fria como gelo e o Sr. Jones apenas olhava para mim. Eu os procurei quando não consegui obter notícias de Jughead, perguntando se eles sabiam onde ele estava, mas seu pai disse que estava feliz que Jughead finalmente tinha terminado com esse lixo, que no caso era eu. Eu estava tão mal que deixei escapar que esse lixo estaca carregando o neto dele. ―Bem, a prostituta finalmente conseguiu engravidar― ele disse antes de bater à porta na minha cara.