◩ 𝐓𝐡𝐞 𝐄𝐱𝐜𝐡𝐚𝐧𝐠𝐞 ◪
𓏲໋ׅ ᴠɪɴɴɪᴇ ʜᴀᴄᴋᴇʀ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴ.
A tímida e insegura Allice Smith, passou a infância e adolescência como filha única, se mudando de cidade em cidade com uma avoada mãe. Adulta, se mudou para Los Angeles para fazer faculdade...
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Notas Iniciais:
➺ Esse Capítulo vai mais em agradecimento para Silva, a história não vai ser publicado por influência dos comentários, mas eles ajudam a dá vontade de publicar a fic.♡
➺ Boa leitura!
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Allice Point Of View
“Atenção senhores passageiros, iniciaremos os procedimentos para aterrissagem”.
Respiro fundo tentando dominar o pânico quando o piloto avisa que estamos pousando em Olympia.
Agora não tinha mais volta. Eu estava oficialmente a minutos de me tornar Alinna Hacker, esposa de Vinnie Hacker. O cara que estaria me esperando no aeroporto dois meses depois da fuga de sua esposa.
Pergunto-me de novo que diabos estava pensando ao concordar com aquela ideia insana de Alinna.
Naquele momento eu acreditava realmente que era uma saída. Estava apavorada por ter que fazer a turnê promocional do livro e Alinna provou ser perfeita para a missão. Porém, ela tinha um marido e filhos esperando-a em Seattle. Então, eu iria ficar em seu lugar. Assim, me livraria da turnê infernal e poderia conhecer Seattle e meu pai.
Além disso, havia aquela vozinha aterradora no fundo da minha mente cochichando em meu ouvido que eu também estava curiosa para conhecer Vinnie Hacker.
O que era no mínimo uma insanidade. No momento em que concordei com sua ideia absurda, joguei essa sensação para longe, enquanto Alinna começou a rir e me abraçou, balbuciando palavras de incentivo e confiança, como lhe era típico.
Completamente convencida de que estávamos fazendo a coisa certa. E eu me deixei contaminar por sua certeza.
Isto aconteceu há uma semana.
E agora, vendo o avião aterrissar, tentava achar dentro de mim aquela convicção. No entanto, enquanto caminhava com minha mala pelo portão de desembarque só sentia mais pavor.
Detenho-me, tomando uma respiração profunda. Quando chego ao saguão do aeroporto, apinhado de gente, meus olhos percorrem o ambiente e então eu o vejo.
Vinnie Hacker está a alguns passos de mim.
Eu o observo de longe. Sua figura alta e forte. Parecendo um animal enjaulado, andando de um lado para outro. Seu olhar é feroz. Os dedos, vez ou outra, passam pelos cabelos enquanto solta pequenas imprecações baixinho.
Ele está bravo. Furioso.
Comigo.
Ou melhor, com Alinna. A esposa ausente. Que fugiu dele sem dar satisfações. Deixando-o sozinho com três crianças.
Deus, onde eu tinha me metido? Este homem provavelmente estaria odiando a esposa neste momento.
E eu iria representá-la dali em diante. Por dois meses inteiros.
De repente, ele levanta a cabeça, seu olhar varrendo a multidão, e sei que está procurando Alinna.
Procurando por mim.
Sinto uma necessidade urgente de fugir. Dar meia volta e fingir que nunca tinha feito aquela insólita viagem. Como pude concordar com aquela loucura de Alinna? Era errado em tantos níveis que não conseguia nem começar a classificar. Como pude acreditar que seria capaz de mentir e enganar daquele jeito um homem que já tinha motivos de sobra para odiar a esposa?
Então seu olhar finalmente pousa em mim.
E sinto-me incapaz de me mover.
Vejo várias emoções passarem por sua expressão. Surpresa. Incredulidade. Alívio. Percebo que ele achava que Alinna não apareceria. Que ela não voltaria para casa afinal, como prometido.
E ele estava certo.
Ela não voltou.
Eu estava ali.
De repente sinto que estou dando um passo atrás do outro. Não fugindo, mas em sua direção. E quanto mais me aproximo, percebo que a foto do celular não faz jus a toda perfeição de Vinnie Hacker. Sinto-me impactada com seu rosto de beleza angulosa, queixo forte coberto por uma fina camada de barba por fazer, no mesmo tom claro dos cabelos bagunçados que necessitam de um corte.
Seus olhos que acompanham meu movimento são de um castanho perturbador. Quando me aproximo o suficiente, deixo meus próprios olhos percorrerem sua figura alta. Ele veste uma jaqueta de couro por cima da camisa xadrez e calça jeans que se colam às suas pernas.
Nossa, ele é alto. Tenho que levantar a cabeça para encará-lo.
E a raiva que vejo em sua expressão me faz recuar um passo, assustada com a força se sua fúria.
— Você está aqui! — São suas palavras sibiladas, numa voz rouca e bonita, cheia de acusações.
Engulo em seco.
Trêmula de medo não só da sua raiva, sobretudo ciente da farsa que estou representando. E se ele descobrir, aqui e agora que não sou Alinna?
Pelo amor de Deus, eles estavam casados há dez anos, mesmo com todos os problemas, certamente ele conhecia a esposa como a palma da sua mão e, embora eu e Alinna fôssemos idênticas, nossas personalidades eram tão diferentes como a noite e o dia.
— Eu prometi que voltaria — consigo responder num fio de voz.
Ele solta um palavrão baixinho, que mal consigo ouvir, enquanto desvia o rosto do meu, olhando em volta e respirando fundo várias vezes, como se estivesse acalmando o animal feroz dentro de si. Aquele animal que estava pronto para me atacar.
— Desculpe-me se acho difícil acreditar nas suas promessas.
Dou mais um passo para trás, como se suas palavras cheias de cólera tivessem me atingido fisicamente.
Deus, eu não estava preparada para todo aquele rancor.
Claro que sabia que ele e Alinna estavam com sérios problemas. O fato de ela estar em Los Angeles há dois meses e dizer que não estava pronta para voltar e encarar aqueles problemas de frente era um aviso bem claro.
No entanto, sinceramente, acho que subestimei a situação real.
Aquele homem diante de mim era uma tempestade prestes a desabar, com toda violência e fúria de um furacão capaz de devastar uma cidade inteira.
— Estou aqui, não estou? — opto por sair pela tangente. Certamente não era seguro começar uma discussão agora.
Não era o lugar nem o momento. Inferno, eu não era a pessoa com quem ele queria e precisava brigar.
De novo me bate a vontade de fugir. Ou quem sabe abrir a boca e revelar toda a verdade. Dizer que não sou Alinna. Que ele não precisa ter raiva de mim.
De repente quero tirar aquela raiva de seus olhos e descobrir como seria o sorriso de Vinnie Hacker, se a circunstância fosse outra e ele estivesse feliz em me ver.
De ver Alinna, me corrijo.
Bem, provavelmente eu não precisaria estar aqui. Talvez, se eles estivessem bem, Alinna nunca se veria compelida a fugir, para começo de conversa.
— Sim, você está — ele diz por fim com uma voz lacônica, enquanto se agacha e pega minha mala. — Vamos para casa!
Ainda permaneço parada, vendo-o se afastar de mim pelo saguão, enquanto me pergunto se é tarde demais para dar meia volta e desaparecer.
Infelizmente sei que não posso fazer isto. Tinha prometido a Alinna.
— Não fique tão encanada — ela havia dito com seu jeito despreocupado, como se estivéssemos prestes a encenar uma peça de teatro na escola e não uma farsa sem tamanho para enganar seu próprio marido e filhos. — Nós somos iguais, ninguém vai desconfiar de nada.
— Fisicamente. Nossas personalidades são tão diferentes...
— Eu sei! Talvez eles estranhem, quer saber? Acho que até vão preferir você. — Não acredito! Você é tão exuberante, tão... — Problemática — ela completa. — Ali, você é a pessoa mais doce que conheço. Sei que vai Conseguir conquistar todo mundo em Seattle.
Tive vontade de perguntar se iria conquistar até Vinnie, mas isto era descabido.