◩ 𝐓𝐡𝐞 𝐄𝐱𝐜𝐡𝐚𝐧𝐠𝐞 ◪
𓏲໋ׅ ᴠɪɴɴɪᴇ ʜᴀᴄᴋᴇʀ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴ.
A tímida e insegura Allice Smith, passou a infância e adolescência como filha única, se mudando de cidade em cidade com uma avoada mãe. Adulta, se mudou para Los Angeles para fazer faculdade...
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Allice Point Of View
- Hoje nós vamos almoçar na casa do Hub - Vinnie comunica assim que falo para Elisa e Stella que devem sair de frente da TV, onde se instalaram depois do café da manhã, para se arrumarem para irmos à casa de Maria.
Eu o encaro, aturdida.
Era a primeira vez que ele falava comigo nessa manhã. Quando acordei, ele não estava em casa e me perguntei se tinha ido correr ou ao mercado, como fez no domingo anterior. Assim, tomei café com as crianças ficamos assistindo desenho. Também queria me redimir com Elisa que ficou visivelmente chateada por eu ter ido dormir ontem, cancelando nossa sessão de filme.
Elisa não estava facilitando. Ela me deu um apagado bom dia quando acordou e estava calada desde então. Tive vontade de insistir, mas sabia que precisava lhe dar espaço. Afinal, desta vez ela tinha razão de ter se chateado comigo.
- Por quê? - questiono.
- Meus pais têm um almoço do hospital. E Hub nos convidou.
Tenho vontade de dizer que podemos muito bem almoçar em casa, será que Vinnie irá concordar? Só de pensar em ir à casa de Nailea já me dava embrulho no estômago.
- Algum problema? -- ele insiste, estudando-me e sacudo a cabeça negativamente.
- Não, tudo bem. Vou ver se Stella já se arrumou.
Quando entramos no carro para seguir para a casa de Hub e Nailea estou ligeiramente apreensiva.
Vinnie parece ter adotado uma distância segura de mim e me pergunto o que se passa em sua mente.
Depois do que aconteceu ontem, não sei o que pensar. Devia me sentir feliz por ele se manter afastado, porém me pego a toda hora querendo que me dê atenção. Agora mesmo, enquanto dirige, o olho de esguelha, observando seu perfil bonito, suas mãos firmes no volante e tenho que fechar minha mão em punho para não a erguer e tocar em seus cabelos, arrumando as mechas rebeldes. De repente ele se vira e me pega em flagrante, coro instantaneamente, virando o rosto para a rua.
Quando chegamos, as meninas saltam na frente, correndo, e eu me apresso em pegar Henry para manter minhas mãos ocupadas. Quem sabe assim evito fazer bobagem. No entanto, entrando com Vinnie porta adentro, me questiono se ele teria segurado minha mão como fez na casa dos Hacker.
- E aí, família - Hub aparece nos cumprimentando.
- Oi. - Vinnie passa por ele e vejo que Charli e Chase também estão por ali. Charli acena e sorrio aliviada por ver um rosto amigo.
- E aí, Alinna?. - Hub pisca para mim. - Deixe-me segurar este rapaz. - Deixo que ele leve Henry quando estende os braços e, ao vê-lo brincar com o bebê, sinto certa pena ao imaginar que Hub nunca terá seus próprios filhos. Como será que ele se sente sobre isto?
De repente me sinto observada e, ao me virar, Nailea está nos encarando com o semblante fechado.
- Oi, Nailea - a cumprimento, fazendo um esforço para soar agradável.
- Oi, já conhece a Faith, não é? - Só então eu reparo na moça loira atrás de Nailea que está segurando uma bebida.
Ah, que ótimo. Era o que faltava.
- Oi, Faith. - Apresso-me a sentar ao lado de Charli, para evitar que Faith comece algum ataque. Aposto que Nailea ia adorar.
- O que aconteceu ontem? - ela cochicha para mim.
Chase e Vinnie estão conversando na varanda.
- Nada, apenas me perdi de vocês - desconverso e sei, pelo olhar de Charli, que ela não está acreditando nem um pouco.
- O almoço está servido - Nailea nos chama e me encaminho para a mesa. Obviamente, Nailea já está com Henry no colo e, desta vez, não me oponho porque não quero começar uma discussão. Vamos tentar manter a paz, penso. Eu me ocupo em ajudar Stella, quando me viro para Elisa e pergunto se está tudo bem, ela apenas resmunga, sem me olhar. Fico abalada e quando levanto o olhar vejo Nailea me observando com cara feia.
Que droga! Agora ela vai pensar que eu estava maltratando Elisa outra vez.
- Quando vai voltar a Vancouver, Faith? - Charli pergunta e eu volto a atenção à conversa.
- Não tenho previsão.
- Não tem um trabalho para voltar? - ouso perguntar, e ela me encara com desdém.
- Saí do meu emprego quando me separei.
- Acha que foi uma boa ideia? Talvez devesse ter continuado no seu trabalho, seria uma distração e até mesmo um meio de se manter independente.
- Sério que está tentando me dar conselhos? Você?
Nailea dá uma risadinha ante o sarcasmo de Faith e respiro fundo para não as mandar à merda.
- Bem, então talvez aceite o meu - Charli diz. - Eu aconselharia a mesma coisa.
Nailea se intromete.
- Hub disse que gostam muito da presença da Faith na oficina. Talvez ela deva ficar e ser assistente deles para sempre.
Ah, fala sério.
- Uma profissional como a Faith estaria sendo desperdiçada aqui - desta vez é Chase quem fala.
Bem, pelo menos ele é sensato.
- E você, Vinnie, acha que a Faith deve ficar ou ir embora? - Nailea pergunta.
Eu fico atenta a sua resposta.
- Faith deve fazer o que achar melhor, não cabe a mim dizer o que deve fazer ou não.
- Você gosta da presença dela na oficina, não gosta?
- Nailea... - Hub lança um olhar de censura à esposa. - Como o Vinnie falou, Faith deve fazer o que achar melhor. Sim, ela nos ajuda bastante na oficina, mas todos sabemos que sua presença aqui é temporária.
- Se a Faith for embora, vão sentir falta de alguém ajudando vocês nas questões burocráticas, acho que ela agregou muito e...
- Eu posso ajudar - falo sem pensar, e todos se voltam para mim, deixando-me vermelha. - Quer dizer, por que não?
- Por que você tem filhos para cuidar? - Nailea ironiza.
- Talvez eu queira fazer algo mais da minha vida além de ficar em casa cuidando dos filhos - rebato.
- Foi por isso que foi embora largando-os para trás?
- Basta, Nailea! - Vinnie pede, irritado. E Hub cutuca Nailea, apontando para a presença de Elisa e Stella na mesa.
E só então eu olho para as crianças. Stella brinca com seu macarrão sem dar atenção à conversa dos adultos, enquanto Elisa está amuada.
Tenho vontade de pular no pescoço de Nailea naquele momento.
- E aí, quem quer sobremesa? - Hub corta o silêncio tenso.
- Não quer me ajudar, Elisa? - Nailea pergunta, passando Henry para o colo de Hub. - Fiz seu bolo preferido. De chocolate.
Elisa acompanha a tia à cozinha e me ocupo em fazer Stella comer o resto da comida com a qual ela ainda brinca no prato.
- Nailea precisa parar de falar merda na frente das crianças - Vinnie diz irritado para Hub, que dá de ombros.
- Foi mal. Sabe como ela é. Me desculpe, Ali.
- Por que a chama de Ali? - Vinnie pergunta.
- Ela me deu permissão, mano. - Hub ri, e Vinnie me fita intrigado.
- Sim, eu dei. E dei inclusive a você também.
- Sempre odiou esse apelido.
- Não me importo mais.
- Não quero mais, mamãe - Stella reclama.
- Tudo bem, querida, não precisa comer.
Nailea volta da cozinha com o bolo e nada mais é dito sobre mim, felizmente. Mas o estrago estava feito. Elisa está mais chateada comigo do que antes.
- Podemos ir embora? - pergunto a Vinnie quando o almoço termina e todos vão para sala.
- Acho que também já vamos - Charli diz, e tenho certeza de que é em meu apoio. Se eu continuar naquela casa mais discussão poderá surgir. Vinnie parece ponderar, então acho que entende o pedido mudo em meu olhar preocupado.
- Tudo bem, vamos para casa.
Respiro aliviada, pegando Henry do colo de Hub.
- Quero ficar com a tia Nailea - Elisa comunica.
Nailea sorri triunfante, beijando os cabelos da menina.
- Pode ficar meu amor.
Sinto vontade de dizer "não vai não", mas do que iria adiantar. Era a vontade de Elisa.
- E você Stella, quer ficar com a titia? - Nailea pergunta, Stella se enrosca nas minhas pernas.
- Eu quero ir com a minha mãe.
Bem, pelo menos Stella era do meu time ainda.
Vinnie a pega no colo e nos despedimos com Hub, garantindo que levará Elisa mais tarde.
Nós entramos no carro e Stella adormece quase imediatamente, eu encaro Vinnie.
- Nailea não perde oportunidade de me provocar.
- Você gostava de provocá-la também.
- Eu não faço mais, só que ela não facilita! E convidar a Faith? Foi para me irritar.
- Faith é praticamente da família, nem tudo gira em torno de você, Alinna.
- Acredita mesmo que foi um convite inocente? Você não percebeu os ataques no almoço? Não se faça de bobo, Vinnie, você sabe muito bem o que estava rolando.
Ele para o carro em frente a casa e me encara.
- E o que estava rolando, Alinna?
- Elas queriam me deixar com ciúme!
- E conseguiram?
Ele me encara intensamente, esperando minha resposta. Sinto a temperatura no carro aumentar.
- Você sabe a resposta. - Saio do carro e pego Henry na cadeirinha, sem olhar para Vinnie, que se ocupa em pegar Stella.
Nós colocamos as crianças adormecidas no quarto e me pergunto o que vai acontecer agora.
O que eu e Vinnie poderíamos fazer sozinhos em casa.
- Eu vou trabalhar - ele comunica.
- O quê? Hoje é domingo!
- Tenho muito trabalho e não posso atrasar encomendas, o dinheiro nos faria falta.
- Você... Nunca pensou em fazer outra coisa? - pergunto com cuidado, recordando de Alinna ter dito que ele havia desistido da faculdade para ficar em Seattle depois que ela engravidou.
- O que quer dizer?
- Você sonhava em ir para a faculdade.
Ele sorri amargamente.
- Você sabe muito bem porque tive que desistir.
- Você me culpa. - Não é uma pergunta.
- Você não engravidou sozinha - ele rebate. - E desistiu dos seus sonhos também, não é?
- Você sabia deles?
- Como não saber se você joga na minha cara a cada briga que temos? Acha que não sei o quanto odeia Seattle? O quanto odeia nossa vida?
- Eu não odeio, eu... - paro, sem saber o que dizer. Vinnie não está dizendo mentiras. Alinna realmente odeia sua vida.
- Nós dois não temos a vida que almejamos um dia, Alinna. Mas precisamos tentar fazer o melhor com o que temos, não só por nós, pelos nossos filhos também.
- É o que o motiva, não é? Sua responsabilidade com as crianças, por isto se esforça para ficar comigo, para que eu fique aqui.
- Aparentemente não faço o bastante, não é?
- Você acha que faz o bastante? - pergunto, lembrando de Alinna dizendo que Vinnie não a notava, que não se importava com ela.
- Nunca quis que você fosse infeliz - ele diz por fim. - Só que nunca soube o que fazer para te deixar feliz.
- Talvez você não tenha nem tentado.
- E você? Em algum momento realmente tentou, Alinna?
- Acho que não - afirmo por fim.
- E agora? O que está acontecendo agora?
- O que você acha? - pergunto num fio de voz.
- Eu não sei. - Ele respira fundo, desviando o olhar atormentado, passando os dedos pelos cabelos, frustrado.
Tenho a impressão de que gostaria de dizer tanta coisa, mas tem medo.
Medo de acreditar.
- Você falou sério lá na casa da Nailea, que não gostaria de fazer algo além de ficar em casa e cuidar das crianças?
- Por que não? - arrisco.
Se Alinna não era feliz, podia chegar a um acordo com Vinnie. Talvez se arranjasse um trabalho fosse melhor para ela.
- Você nunca manifestou nenhuma vontade de trabalhar antes, Alinna.
- Eu tinha crianças para cuidar. - Não sei se foi este o motivo de Alinna, mas era bem plausível.
- Acho que a gente nunca conversou de verdade, não é? Sobre estes assuntos?
- A gente nunca conversou sobre um monte de coisa. Talvez devêssemos conversar mais. - Arrisco um sorriso.
E ganho meu dia quando Vinnie sorri de volta.
- Talvez.
E ele se afasta fechando a porta atrás de si.
Enquanto continuo sorrindo.
Minha felicidade se desfaz totalmente à noite quando Elisa chega.
Escuto o barulho de um carro estacionando, saio na varanda e Elisa pula do carro de Hub, despedindo-se animada.
Quando me vê, sua expressão muda completamente.
Tento manter meu sorriso, quando ela se aproxima.
- Oi, querida como foi sua tarde?
- Por que quer saber? Você não se importa.
Eu me encolho com o ataque.
- Elisa, não é verdade.
- Você não mudou nada. E eu acreditei em você! Mas continua a mesma. Preferia que a tia Nailea fosse minha mãe, ela não promete coisas e depois não cumpre. - Ela começa a chorar. - Queria que nem tivesse voltado. - Sai correndo, batendo a porta de casa atrás de si.
Um soluço corta meu peito e não aguento a dor de saber o quanto aquela menina está magoada. E nem é mais com Alinna, é comigo. É demais para mim, começo a chorar, sentindo-me horrível.
- Alinna? - Abro os olhos e Vinnie está se aproximando com um semblante preocupado. - O que foi? Por que está chorando?
- A Elisa me odeia.
- Ela não te odeia.
- Odeia, sim. Eu achei que a tivesse reconquistado que ela iria esquecer tudo de antes, ela me disse tantas coisas horríveis, não sei como consertar. - Soluço, chorando ainda mais.
Então Vinnie me puxa para si.
Deixo que ele me abrace e choro em seu ombro, minhas lágrimas molhando sua camisa enquanto suas mãos acariciam meus cabelos, minhas costas. Então, a dor vai passando, assim como minhas lágrimas e vou me dando conta de onde estou.
Estou nos braços de Vinnie. Encostada em seu corpo firme, minhas mãos apoiadas em seu peito, enquanto seus braços me rodeiam, acariciando meus cabelos, meus ombros...
Eu ofego, meu corpo estremecendo não mais de dor e sim de algo diferente, mais profundo. Afasto minha cabeça de seu peito para encará-lo e, quando nossos olhares se cruzam, sei que está se passando a mesma coisa em sua cabeça.
E sei que devia me afastar, porém, o único movimento que consigo fazer é o de me aconchegar ainda mais para senti-lo melhor. E Vinnie faz o mesmo, suas mãos deslizando por minhas costas, trazendo-me para mais perto. Sua respiração esquenta meu rosto e meus lábios se entreabrem e, como num sonho, vejo sua boca se apoximando da minha.
E então, estamos nos beijando.
Continua...
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Notas Finais:
➺ Esse Capítulo era pra ter sido postado ontem, já tinha passado pra cá é tudo, acabei esquecendo é fui dormir K
➺ Desculpa qualquer erro e até o próximo Capítulo!