28 | Capítulo Vinte e Oito

1.5K 94 10
                                        

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

              Allice Point Of View

Como sabemos se estamos dentro de um pesadelo ou acordados? 
    
Eu simplesmente não tenho noção das horas e da realidade a minha volta, perdida em minha dor.
     
A primeira vez que acordo ainda estou na casa de Alinna e Arthur está me levando no colo para o carro. Não vejo Vinnie ou Avani.
     
— Vinnie — digo, chorando alto e gritando. Arthur diz baixinho para eu me acalmar. Sinto que ele está chorando também.
    
Não sei para onde está me levando, minha cabeça repassa as palavras de Avani e não consigo parar de gritar. 
    
Não pode ser verdade. Simplesmente tem algo errado. É um engano...
    
Talvez eu ainda esteja sonhando.
    
Arthur me arrasta para dentro de sua casa e me coloca no sofá. Obrigando-me a tomar um comprimido.  E deslizo para a inconsciência outra vez.
    
Não sei quantas horas se passam até que acordo novamente. A sala está escura. É noite.
    
Por um momento acho que foi tudo um sonho. Porém, quando me levanto, percebo que não estou na casa de Vinnie. Estou na casa de Arthur  e, se estou aqui...
    
— Oh, Deus! — Perco o ar de novo e grito, a dor voltando. Arthur aparece.
    
— Ali...
    
— Diga que é mentira! Que ela não está morta! Não pode ser...
    
— Sinto muito, mas ela se foi.
    
— Não! — Soluços doloridos tomam meu corpo.
    
Então é realmente verdade. Alinna se foi.
    
Sinto que estou estilhaçando por dentro.
    
Recordo-me de Alinna se aproximando de mim no aeroporto, aquela criatura igual a mim. Minha irmã.
    
E ela se foi.
    
— Não.
    
— Eu sei, querida. Eu sei. — Arthur  me abraça.
    
— Não posso acreditar.
    
— Está sendo duro para todos nós...
   
Nós…
   
Vinnie?
    
Encaro Arthur , de repente me dando conta de que, da última vez que vi Vinnie ele estava entrando na casa. Ele ouviu o que Avani disse.
    
— Oh, meu Deus, Vinnie... ele sabe.
    
— Sim.
    
— Não. Não era para ser assim.
    
— Se acalme Ali, agora é tarde.
    
Eu me desvencilho. Tenho que ir até Vinnie. Tenho que fazê-lo entender, tenho que...
    
— Não! — Arthur me alcança na porta de casa e me arrasta esperneando para dentro.
    
— Preciso ver Vinnie!
    
— Não pode! Vinnie está em Tacoma.
    
— Ele não vai entender.
    
— Você tem que se acalmar! Vinnie foi com Avani até Tacoma para reconhecer o corpo de Alinna.
    
— Não. — Por que isto está acontecendo? O que será que Vinnie está pensando? E as crianças?
    
Oh, Jesus, as crianças.
    
— Elas estão com Nailea e Charli — Arthur esclarece, e percebo que falei em voz alta.
    
— Elas vão sofrer. Preciso vê-las, elas precisam de mim.
    
Arthur  me sacode, obrigando-me a olhar para ele.
    
— A última pessoa que eles querem ver agora é você, Ali, entenda. Todos estão tendo que lidar com a morte de Alinna e com a descoberta de que a mulher que esteve na vida deles por mais de um mês não era ela!
    
Eu gelo por dentro.
    
Oh, Deus.
    
O que foi que eu fiz?
    
Arthur consegue me dar outro comprimido e perco a consciência. Desta vez, o sono é bem-vindo.
   
Acordo nas primeiras horas da manhã. Minha cabeça dói.
    
A realidade é terrível e faz meu peito doer de uma forma que acredito que nunca mais serei a mesma.
    
Minha irmã morreu. Aquela mulher igual a mim, que tinha tantos sonhos. Que ficou no meu lugar.
    
Não existe mais.
    
Levanto-me do sofá, a casa está silenciosa. Arthur dorme numa poltrona.

𝐓𝐡𝐞 𝐄𝐱𝐜𝐡𝐚𝐧𝐠𝐞 | 𝐕𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐇𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora