Capítulo 15 - Uma Boa Notícia Em Meio a Todo Caos

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Estávamos em minha casa, todos abalados. A imagem da Bailee morta não saia da minha cabeça. Nicolá dá um copo d'água para Jess, que estava muito nervosa.

- Por que estão fazendo isso comigo? - Perguntou a minha amiga aos prantos. - Primeiro meus pais, agora a minha irmã, não é justo.

- Desculpa, mas acho que isso é culpa minha. - Falei cabisbaixa.

Jessie me olhou com os olhos cheios d'água, acho que não entendeu nada do que eu quis dizer.

- Como assim? - Ela perguntou.

- Acho que a pessoa que matou a sua família é a mesma que me persegue e acho que essa pessoa está fazendo isso pra me machucar, porque com certeza ela sabe que eu tinha um carinho muito grande pelos seus pais e que a Bailee era uma das minhas melhores amigas.

- Ai, meu Deus! - Ela diz. - Será que eu sou a próxima?

- Hey, escuta. - Fala Nicolá pra Jessie. - Você não vai morrer, vai ficar tudo bem.

Eu estava arrasada, com o coração partido, pela morte da Bailee e por ver minha amiga daquele jeito, fiquei pensando o que ela faria a partir daquele momento, não sabia se ela ia querer morar sozinha, mas meus pais se colocaram à disposição para o que ela precisasse. Ah, eu nem consigo imaginar a dor que ela estava sentindo.

Jessie e Max dormiram na minha casa, porque mesmo a nossa casa tendo bastante gente, sempre tinha lugar pros amigos quando precisavam da gente.

- Obrigada pela força que vocês estão nos dando. - Falou Jessie.

- Você é minha amiga e sabe que pode contar comigo sempre que precisar. - Falei.

Jess acenou a cabeça positivamente e logo desabou em lágrimas novamente, sem dizer nada, eu a abracei, acho que ela estava precisando disso.

No dia seguinte, uma equipe foi em minha casa pra colocar alarme e câmeras de segurança, tinha esperança de que pegariam a pessoa, caso tentasse entrar em minha casa.

Naquela manhã foi o enterro da Bailee, quem diria que ela partiria tão jovem. Assim que acabou, papai, Bryan e eu fomos à delegacia falar que o seu Antenor era inocente, estava me sentindo tão culpada por ele ter sido preso injustamente. Ele foi liberado imediatamente.

- Desculpa seu Antenor, cometemos um erro, mas ontem tivemos certeza de que o senhor é inocente. - Falei.

- É, nós três lhe devemos um pedido de desculpas. - Disse meu pai.

- Tá tudo bem. - Ele disse seriamente. - Estou feliz que tenham vindo aqui se desculpar e tirar a acusação. Porque eu posso ser o que for, mas não sou assassino e estou longe de ser.

- Agora sabemos disso. - Falou Bryan.

À tarde, eu fui para meu trabalho e era tão bom ver aquelas carinhas tão alegres ao me ver chegar, fazia eu esquecer o filme de terror que minha vida havia se tornado.

- Senti saudade. - Falou Madison.

- Eu também senti, minha pequena. - Digo.

De repente Ketlyn, que era uma das meninas do abrigo vêm até mim parecendo meio envergonhada.

Ketlyn tinha quinze anos e estava no abrigo desde o começo, entrou um pouco depois da Mad. Ela vinha de uma família muito humilde, o pai abandonou a mãe dela quando a mulher estava grávida e sem condições de criá-la decidiu por a menina para adoção com apenas um dia de vida. A garota vivia em outro abrigo antes de ir parar no meu.

- Luna, será que podemos conversar? - Me perguntou.

- Claro, meu bem.

- É que é particular. - Falou olhando para Mad.

Fui com Ketlyn até o quarto das meninas, onde não tinha ninguém e me sentei com ela em sua cama.

- Está tudo bem? - Lhe perguntei.

Ela baixou a cabeça e ficou um pouco em silêncio, parecia meio envergonhada, talvez estivesse.

- Bom, você sabe que eu estou namorando o Giuliano. - Falou Ketlyn se referindo a um menino do abrigo. - E acontece que ele... Que ele... Bom, ele quer avançar o sinal, entende?

- Ah, entendi... Mas, e você? Você também quer?

- Eu não sei. - Falou cabisbaixa. - Eu gosto muito dele, e nós já estamos namorando há três meses, mas... Sei lá, não sei se estou pronta, me acho meio nova e estou insegura, mas ele está esperando por uma resposta e eu realmente não sei o que fazer, só que eu também tenho medo dele não querer ficar mais comigo por causa disso.

- Olha... - Falei ao pegar em suas mãos. - Eu também acho vocês muito novos pra dar um passo tão grande assim, mas também entendo que vocês estão numa fase meio delicada, os hormônios estão à flor da pele e é normal pensar nessas coisas. Bom, não vou te dizer pra fazer ou não isso, porque eu não posso decidir nada por vocês, mas o que eu te digo é: se você não quer, se está com medo ou o que for, não faça e ponto, eu acho que o Giuliano é um cara muito legal e entenderá, mas se ele não entender, significa que não é a pessoa certa pra você, porque ninguém pode te obrigar a fazer algo que você não quer, agora caso você pense bem e decida que quer fazer, pelo amor de Deus, faça ele usar preservativo.

- Pode deixar, Luna. Vou pensar muito bem nessa nossa conversa. Obrigada.

- Hey, eu estou aqui pra isso, pra ajudar com o que for preciso.

Ketlyn me abraçou fortemente, um abraço muito gostoso, de agradecimento e então saiu. Fiquei um pouco meio pensativa, mas logo voltei ao trabalho. O meu serviço ultimamente era o lugar que eu mais me sentia segura, as vezes tinha medo de voltar pra casa e o mascarado aparecer ou então, eu ter uma notícia ruim.

Eu estava no meu horário de intervalo quando recebi uma mensagem da assistente social, que dizia:

Boa tarde, Luna. Eu tentei entrar em contato com você e com o Bryan, mas não obtive resposta.

Eu gostaria de saber se vocês querem pegar as crianças hoje no abrigo pra passar a noite em sua casa.

Os dois já aceitaram.

Aguardo uma resposta. Obrigada.

Meu coração acelerou ao ler aquela mensagem. Sem pensar que ela poderia me ligar, acabei deixando meu celular desligado, acho que com Bryan tinha acontecido a mesma coisa. No mesmo instante, eu liguei pra ela pra confirmar.

- No começo eles estavam meio assim, principalmente Elliott, mas ambos acabaram concordando. Então a ideia é eles passar essa noite com vocês pra se acostumarem e numa outra ocasião eles passariam o final de semana todo com vocês. - Falou dona Paloma.

- Perfeito! Assim que sairmos do trabalho, vamos direto ao abrigo.

- Ok. Aguardamos vocês.

Mandei mensagem para Bryan avisando - o e ficamos de nos encontrar na frente do abrigo. Ah, decidimos que passaríamos aquela noite na nossa nova casa pra eles ver onde moraríamos.

As crianças nos aguardavam na sala, ambos estavam apenas com uma mochila, senti um certo frio na barriga ao vê-los e um pouco de medo das coisas darem errado. Ai, tomara que saia tudo bem.

O Drama de Luna (2° temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora