Fui até a casa da minha mãe, onde estavam as crianças, e quem abriu a porta para mim foi Bryan, baixei a cabeça timidamente ao vê-lo.
- Oi. - Me disse meio sem graça.
- Oi.
Entrei na casa e vi todos em silêncio, senti um clima de enterro no ar, e comecei a rezar para mais ninguém ter morrido, acho que eu não aguentaria mais uma morte de alguém que eu amo, porém de repente eu vi uma mala grande no centro da sala.
- O que está havendo aqui? - Perguntei.
- Eu encontrei uma casa pra eu morar. - Bryan falou meio cabisbaixo. - Estou me mudando.
O olhei incrédula e tentei não chorar, pois eu ainda tinha esperança de que ele voltasse a morar comigo e com as crianças, mas pelo jeito eu estava bem enganada, eu não queria que ele fosse embora, mas também não poderia fazer nada para impedi-lo, afinal, a vida era dele e Bryan era livre para fazer o que quisesse.
Por alguns segundos eu me pus a pensar se devia contar ou não o que havia acontecido entre mim e Mason, eu não sabia se era o certo a se fazer, e nem qual seria a reação dele, mas pensando em tudo o que já vivemos juntos eu imaginei que eu deveria contá-lo, e então, criei coragem e o chamei para ir comigo até o meu antigo quarto, e nos sentamos na cama que era minha.
- Aconteceu algo? - Me perguntou seriamente.
- Infelizmente, sim. - Baixei a cabeça e fiquei um pouco em silêncio, enquanto sentia ele me olhando, esperando que eu falasse algo. - O Mason e a Rose estiveram lá em casa, eles jantaram comigo, com o Nick e com as crianças. No começo estava tudo legal, mas... Bom, desde que você saiu de lá, meu irmão têm dormido lá comigo para me dar segurança, mas nessa noite do jantar ele não pôde, então... Bom, então o Mason acabou ficando para dormir, e... E a gente bebeu bastante, custei para lembrar o que havia acontecido...
- Luna, onde você está querendo chegar? - Sua voz era de preocupação e até uma certa aflição.
- Eu juro que eu te vi o tempo todo na minha frente, mas... Mas eu não sei como, só sei que Mason e eu transamos. Eu juro que eu não queria, mas eu estava tão bêbada que eu só conseguia ver você.
- O quê? Você não pode estar falando sério. - As primeiras lágrimas rolaram por seu rosto. - Me diga que aquele ser imundo não fez isso com você. - Se levantou bruscamente e começou a andar de um lado para o outro. - Eu não posso crer. Não. Não, caralho. Porra, eu não acredito que eu não estive lá com você para te proteger.
- Hey, do que você está falando? - Comecei a chorar também e me pus de frente para ele.
- Esse cara... - Tentou conter o choro. - Ele te estuprou, Luna. Ah, porra. - Voltou a sentar em minha antiga cama.
- Foi a mesma coisa que o Max me disse.
- Você contou pra ele primeiro? - Me olhou meio decepcionado.
Balancei a cabeça meio cabisbaixa, enquanto eu sentia seu olhar pairando sobre mim.
- Você confia mais nele?
- Óbvio que não, mas eu tinha medo da sua reação, só que depois de pensar bem eu achei que seria certo te contar... Por tudo o que já vivemos.
Ele ficou em silêncio e baixou a cabeça, acho que não sabia o que dizer ou o que fazer, notei algumas lágrimas caírem e me aproximei vagarosamente dele.
- Me perdoa, Luna, me perdoa. - Me abraçou fortemente. - Desculpa por não te proteger.
- Hey, a culpa não é sua.
- Vamos. Vamos pra casa. Prometo que vou te cuidar pra todo o sempre. Eu prometo. - Me deu um beijo na cabeça.
- Não. - Me afastei dele e notei seu olhar surpreso. - Não quero que volte comigo por pena.
- Por pena? Claro que não. Eu jamais faria isso. Eu quero sim te proteger, mas quero fazer isso porque eu te amo e porque não quero que nunca mais ninguém machuque o amor da minha vida.
Abri um imenso sorriso e nos beijamos como há algum tempo não fazíamos, sentir os lábios dele junto aos meus novamente era uma sensação incrível. Eu tinha tanto medo dele me julgar, achar que eu quis ficar com Mason, mas ainda bem que eu estava bem enganada.
Ele entrelaçou seus dedos nos meus, sorrimos e então voltamos pra sala, pude notar os olhares surpresos de todos ao nos verem.
- Mas o que é isso? - Mamãe perguntou. - Por acaso, vocês voltaram?
- Sim, voltamos, e dessa vez para nunca mais nos separarmos. - Falei com um imenso sorriso.
Bryan voltou para nossa casa, de onde ele nunca tinha que ter saído, o que foi motivo de alegria para mim e as crianças.
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À noite, eu menti que iria até a casa de Max rapidamente, quando na verdade resolvi ir falar com Mason. Eu não gostava de mentir para Bryan, mas eu precisava porque senão ele jamais me deixaria ir, e eu sentia que precisava disso.
- Luna? - Mason parecia bem surpreso em me ver.
- Precisamos conversar. Posso entrar?
- Claro.
Entrei em sua casa e notei o silêncio no ar, como se não tivesse mais ninguém.
- Cadê a sua mãe?
- Saiu, foi a uma festa com umas amigas. - Se sentou no sofá e ficou me olhando como se esperasse eu fazer o mesmo. - Queria falar comigo?
- Queria. Você tem noção do que me fez quando dormiu lá em casa?
- Como assim?
- Você me estuprou, porra.
- Quê? Eu nunca faria isso. Luna, eu te juro que você falou que queria, foi só por isso que aconteceu.
- Mas quando uma garota está bêbada não se pode levar um ''sim'' a sério. Eu não queria, Mason. Eu não queria.
- Me desculpa. Do fundo do meu coração, me desculpa. Eu jamais faria isso se eu soubesse que você não queria. Me perdoa... Oh merda, eu nunca mais vou beber em toda a porra da minha vida.
Ele parecia bem arrependido e como se não soubesse mesmo a gravidade do que havia feito e nesse instante eu percebi que muitos homens estupram sem saber que estão estuprando, como foi o caso dele.
Eu estava quase indo embora quando o avistei lá do outro lado da rua.
- Ai, meu Deus! - Gritei.
- Porra. - Falou Mason assustado. - Me ajuda a trancar tudo.
Nós dois corremos para trancar as portas e janelas e ele vagarosamente começou a se aproximar da casa com um machado em um das mãos.
- Vem.... Por aqui... - Mason pegou em minha mão e corremos.
A gente subiu as escadas na velocidade da luz e trancamos as janelas do andar de cima também por precaução.
- Ele vai nos matar. - Falei tremendo muito.
- Não, ele não vai encostar um dedo em você, porque se precisar eu morro no teu lugar.
- Não fala isso. - Pedi. - Onde a gente pode se esconder?
Ouvimos um barulho forte de vidro quebrando e eu me contive para não gritar.
- Vem comigo.
Ele pegou novamente em minha mão e me levou até o sótão. Eu estava muito nervosa e com muito medo que ele nos encontrasse.
- Vai ficar tudo bem. - Me abraçou tentando me passar segurança. - Ele não vai nos achar. Eu prometo.
Mason não tinha como ter certeza disso. O mascarado já estava dentro da casa, conseguíamos ouvir os passos e o barulho do machado arranhando as paredes, o que fazia eu tremer mais ainda. Ai, meu Jesus Cristinho, me ajude, por favor.
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O Drama de Luna (2° temporada)
Misterio / SuspensoE aí, quem já estava com saudade da Luna, do Bryan e de toda a turma? Pois é, eles estão de volta. Cinco anos se passaram desde que Luan morreu. Agora Luna tem 21 anos, é formada em Serviço Social e tem seu próprio abrigo, ela cresceu e amadureceu b...