Capítulo 38 - Procurando Josh

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Era minha primeira noite sem Bryan. Olhei para o lado que Bryan costumava dormir e agora estava vazio. Aquela cama era tão grande para apenas uma pessoa. Não estava conseguindo dormir, acho que era a falta dele. Peguei um livro para ler, mas nem havia terminado a primeira página quando o meu celular tocou. Sei lá o porquê, mas pensei ser Bryan, então sem pensar muito, atendi.

- Alô.

- Oi Luna. - Falou aquela voz que eu tanto odiava. - Sentiu minha falta?

Congelei ao escutá-lo. Cada vez que eu o escutava eu tremia, tinha tanto ódio dele, por culpa desse mascarado filho da puta, o meu Bryan quase havia morrido. Quando será que ele ia acabar com isso? Será que ele iria matar todas as pessoas que eu amo e me deixaria por último, para depois que eu sofresse bastante, ele poder me matar? Só podia ser isso. Ai, como eu odeio esse filhote de Satanás.

- Eu sei que eu estive meio sumido... - Ironizou.

- Me deixa em paz. - Comecei a chorar.

- Claro, com certeza um dia eu vou te deixar em paz. No dia que você for fazer companhia para os seus amiguinhos. No inferno.

Ele lançou uma risada diabólica, me assustando e rapidamente eu desliguei o telefonema. Comecei a chorar e senti uma falta imensa de Bryan, como queria que ele estivesse comigo para me consolar, me dizer palavras de conforto e me abraçar de um jeito que só ele sabia. Apenas algumas horas sem ele e eu já estava morrendo de saudade, queria tanto saber como o meu amor estava.

Na terça- feira, levei as crianças para a escola. Eles foram o caminho todo em silêncio, ultimamente os três estavam tão quietinhos, cabisbaixos, mal brincavam, eles não falavam nada, mas eu percebia que eles estavam morrendo de saudade do Bryan.

- Se comportem. - Pedi.

Eles se despediram de mim e entraram na escola. Após isso, fui para o meu serviço, mas assim que desci do carro, caminhei um pouco e dei de cara com ele.

- Oi. - Me falou.

- Oi. O que você está fazendo aqui?

- Precisava te ver. E conversar com você. Queria saber se ainda está brava comigo.

- Mais ou menos. - Fiz uma breve pausa. - Você mandou mal. Eu tenho... - Pausa. - Tinha namorado.

- Brigaram por minha culpa? - Baixou a cabeça.

Por um momento pensei que ele estivesse sendo cínico, mas no segundo seguinte eu pude perceber que de fato, ele parecia meio constrangido com o que havia me causado.

- Eu queria te pedir desculpas. De coração. Será que consegue me perdoar?

Pensei por um instante, eu estava bem chateada, tinha dado um tempo no meu relacionamento por conta dele, mas eu não era de guardar mágoa, nem rancor. Ele errou? Sim. Muito. Errou feio. Mas quem nunca errou na vida? Errar é humano, mas reconhecer o erro e saber se desculpar é mais humano ainda. Eu não poderia condená-lo para o resto da vida, no fundo, eu sabia o que era certo a se fazer.

- Ok. Eu te desculpo.

Ele abriu um imenso sorriso amarelo, e eu dei um meio sorriso. Mason queria voltar a trabalhar no abrigo, mas eu achei melhor ele ficar mais uns dias afastado. O jovem não gostou muito, mas aceitou minha decisão.

Assim que entrei no abrigo, logo avistei Cauã sentado no sofá, ele estava tocando um pouco de violão, e ao me ver abriu um pequeno e singelo sorriso.

- Oi. Como você está? - Dei um beijo em sua cabeça.

- Oi. - Sorriu timidamente. - Luna, e o Mason? Quando ele volta? Estou com saudade.

- Oh, meu querido. Eu não sei, ele está resolvendo uns assuntos pessoais, se der, ele volta.

- Tomara que volte, ele é legal.

Me deu um meio sorriso, pegou o violão e saiu. Fiquei sentada no sofá pensando no que Cauã havia me dito, eu não sabia se devia chamar Mason para trabalhar comigo novamente, a atitude dele de me beijar não foi nada legal, mas eu também não podia misturar profissional com pessoal, eu tinha que saber separar as duas coisas. Ai, por que tudo tinha que ser tão difícil assim?

O dia no trabalho foi bem tranquilo. Cauã estava voltando a ser introspectivo, ele havia progredido, mas no momento, eu sentia como se ele estivesse regredindo, acho que era a falta que sentia do Mason, ah, como me partia o coração vê-lo desse jeito.

Durante o meu intervalo, tentei ligar para Josh, mas só dava desligado, tentei mandar mensagem, mas ele nem visualizada, estranhei um pouco essas atitudes, já que geralmente, Josh costumava responder rapidamente.

Eu estava quase voltando ao trabalho quando meu celular tocou, era o número do Josh. Sem pensar, atendi a ligação.

- Alô.

- Oi Luna. - Me falou aquela voz que me causava arrepios.

Fiquei completamente em choque, pois no momento senti que algo ruim havia acontecido com o meu amigo.

- Cadê o Josh? O que você fez com ele?

- Se quer mesmo saber, descubra. Encontre-o. Vou te dar apenas uma dica: O que é, O que é? Não tem pé e corre, tem leito e não dorme, quando para, morre. Você tem uma hora para adivinhar e encontrá-lo, do caso contrário, eu o matarei. Boa sorte!

Ele desligou a ligação e eu fiquei pensando naquela charada, eu não sabia a resposta, mas precisava descobrir.

- Está tudo bem, Luna? - Me perguntou Alfred.

- Vou precisar sair, é urgente. Segura as pontas aqui, por favor.

- Claro. - Ele falou. - Qualquer coisa, me liga.

- Tá bem. - Peguei minha bolsa de dentro do meu armário e sai às pressas.

Entrei em meu carro, coloquei a chave e liguei o carro. Em seguida, mandei uma mensagem de áudio para Max.

''Me encontra em dez minutos na frente da sua casa, vou passar aí, é urgente.''

Ao parar em um semáforo, vi a mensagem de Max confirmando que me esperaria. Assim que cheguei em sua rua, já pude vê-lo, sentado em sua calçada me esperando. Parei o carro onde ele estava e rapidamente Max entrou e sentou no banco do carona.

- O que houve? - Me perguntou.

Contei para ele o ocorrido e falei a adivinha que o mascarado havia me falado, ficamos pensando por um tempo, até que ele disse:

- Já sei. É evidente. O que é, O que é? Não tem pé e corre, tem leito e não dorme, quando para, morre. O rio.

- O quê?

- A resposta, Luna. A resposta é o rio.

Claro. Como eu não tinha pensado nisso antes? Era tão óbvio. Estava na minha cara o tempo todo, e eu não vi.

Fomos ''voando'' para o local que tinha um rio, que ficava embaixo de uma ponte, mas não tinha ninguém ali. Olhei as horas no relógio e ainda faltavam cinco minutos para dar a uma hora que ele havia falado.

- Eu estou aqui. - Gritei. - Cadê você?

Mas nem sinal, era como se não tivesse ninguém ali. E de fato não tinha. Comecei a olhar para todos os lados, na certeza de que o mascarado apareceria a qualquer instante, mas ele não apareceu.

Max e eu começamos a procurar algo, ou alguém por todas as partes. Até que avistamos uma mala perto desse rio, onde haviam algumas moitas. Na mala tinha um papel grudado, onde estava escrito ''Para Luna''. Olhei assustada para o meu amigo, que estava tão apavorado quanto eu.

- Quer que eu abra? - Perguntou quase se borrando todo.

Apenas acenei a cabeça positivamente e ele se aproximou vagarosamente da mala. Se abaixou, fez menção em abrir, mas antes me olhou, consenti com a cabeça. Ele abriu a mala e nós dois demos um grito estridente.

O Drama de Luna (2° temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora