Eu estava muito assustada, não estava mais gostando de dormir sozinha, pois já era a segunda vez que isso acontecia. Pensei por um instante no que fazer, eu não queria ir pro quarto do Bryan, pois Max também estava lá e eu achei que não seria legal, então decidi recorrer a outra pessoa.
- Posso dormir aqui com você? - Perguntei.
- Claro.
Me deitei do seu lado e lhe abracei.
- Também teve pesadelo? - Me perguntou May.
- Mais ou menos. - Respondi.
- E como é isso?
- Digamos que eu tive um sonho ruim. - Falei.
May me deu um beijo no rosto, se virou para meu lado contrário, eu a abracei e dormimos. Mas tive um pesadelo terrível com o mascarado, sonhei que ele me matava com diversas facadas, foi horrível.
No dia seguinte, eu estava tomando café da manhã com Bryan, Nick e Max e contei que novamente aquele louco estava rondando a nossa casa.
- Mas o que será que ele quer? - Perguntou Max.
- Me atormentar, só pode. - Falei.
- E ele só aparece pra você? - Perguntou Nick. - Que estranho!
- Talvez ele queira me enlouquecer.
- E se de repente for alguém querendo te pregar uma brincadeira de mau gosto? - Perguntou Max. - O halloween está chegando.
- Querido, estamos no Brasil, essas coisas acontecem nos Estados Unidos. - Falei.
- Talvez ele tenha se inspirado em filmes americanos. - Disse Bryan.
Será? Ai, tomara que não! Sabem, eu sempre fiquei pensando como nos filmes conseguem mostrar assassinatos macabros, por que pra mim isso é uma escola pros bandidos e pra quem tem a cabeça fraca, sempre me perguntei: e se algum louco é fã de filme de terror, e começa a fazer aquilo que ele vê nos filmes? Já pensaram alguém por aí matando geral com uma serra elétrica? Ou já pensaram em um ser psicopata que sequestra centena de pessoas para fazer uma centopéia humana? Ai, eu não gosto nem de imaginar essas coisas, me dá calafrios só de pensar, e de terror já basta o que eu vivi com meu ex ''papai''.
Assim que May escuta nossa conversa, ela vem a mil até a gente.
- Vocês falaram em psicopata? - Nos pergunta May com um leve sorriso. - Sabiam que a psicopatia é um distúrbio mental grave em que a pessoa apresenta comportamentos antissociais e amorais sem demonstração de arrependimento ou remorso, e são incapazes de amar e se relacionar com outras pessoas com laços afetivos. E podem matar sem sentir qualquer mísera culpa e sem medo de serem punidos, tampouco se importam com o sofrimento das outras pessoas.
- Por que você não pode ser uma criança normal? - Perguntou Max.
- E por que você não pode ser um pouquinho mais inteligente? - Rebateu May.
Max mostrou a língua para May, que mostrou para ele e logo já sentou no colo do Max, esses dois viviam se implicando, mas no fundo se amavam e eu achava muito fofa a relação dos dois.
- Mas me digam. - Falou May ao entrelaçar os dedos e nos olhando muito séria. - Vocês viram algum psicopata?
Eu não queria contar pra ela, pois não queria preocupá-la, no entanto, May era a pessoa mais inteligente que eu conhecia, vai que ela pudesse nos ajudar... Meu Deus! O que eu estou pensando? Onde já se viu depender de uma criança de 10 anos pra combater um louco que parece ter saído de algum filme de terror.
- Sério que tem um doido mascarado te perseguindo? - Me perguntou Maytê.
- Infelizmente, sim. - Falei.
- Que demais! - Ela diz mega empolgada. - E como ele é?
- Maytê, minha doce e querida Maytê. - Falou Max. - NÃO TEM NADA DE LEGAL EM TER UM PSICOPATA NA SUA COLA.
- Eu sei. - Respondeu. - Mas é que eu sempre sonhei em fazer um filme de terror, e agora é como se eu tivesse em um... Porém da vida real.
Tá, as vezes ela conseguia me dar um pouco de medo, eu falei um pouco? Eu quis dizer muito.
- May, você saberia nos dizer como se acaba com um psicopata? - Perguntou Bryan.
- Hey, pega leve, eu só tenho 10 anos e se eu não consigo acabar nem com uma barata como vou acabar com um doido que tem o dobro do meu tamanho e que ainda possui uma arma?
Bryan, Nick, Max e eu nos olhamos em silêncio. Acho que estávamos pensando a mesma coisa, óbvio que não poderíamos depender de uma criança e nem eu queria envolvê-la nisso.
À tarde eu resolvi ir com os garotos ao cinema, estávamos na fila quando escutei uma voz familiar.
- Luna? - Me chamou.
Me virei e as vi.
- Hey girls. - Falei ao abraçá-las.
Eram Jessie e Bailee. As duas eram irmãs, Jess tinha 20 anos, conheci primeiro ela, estudamos juntas na faculdade, porém ela largou na metade por questões financeiras, no entanto, acabamos ficando amigas e logo depois conheci a irmã dela. Bailee tinha 22 anos e era estudante de Letras, logo que eu a conheci também fiquei muito amiga dela.
- Sério que até aqui você me persegue? - Perguntou Nicolá para Jessie.
- Ah, claro, porque eu prevejo o futuro e soube que você estaria aqui. Como se eu quisesse te ver. - Rebateu Jess.
Ela e meu irmão viviam se implicando, os dois se detestavam, só não entendi o porquê, isso me lembrava um casal que eu conheci uma vez, ah, como era o nome deles mesmo? Ah, claro, Nicolá e Natalie, mas meu irmão só faltava me bater quando eu falava nessa hipótese.
- Que filme vocês vão ver? - Perguntou Bryan para as meninas.
- O de comédia. - Respondeu Bailee. - E vocês?
- Comédia também. Com certeza. - Falei. - Estamos precisando.
- Deus, o que eu te fiz? - Dramatizou Nicolá.
Nós todos vimos o filme, que era bem legal, deu pra esquecer um pouco do filme de terror horrível que minha vida havia se transformado, e depois saimos para comer algo. Se Nick e Jess conseguiram ficar mais de 10 minutos sem implicar um com o outro foi muito.
Fazia algum tempo que eu não via as duas, pois elas moram meio longe da minha casa, Max que via mais as duas porque eles moram um pouco perto.
Bryan e eu contamos sobre o mascarado (esse se tornou o apelido dele já que não sabíamos quem era). Acho que estávamos comentando com todo mundo na esperança de alguém ter uma solução para isso, mas ninguém sabia o que fazer.
- Vou rezar por vocês. - Falou Bailee. - Vão precisar.
Três dias depois... O mascarado não havia mais dado as caras, ou as máscaras, que seja... Graças a Deus, ele havia me dado um pouco de sossego.
Era uma terça - feira de manhã quando meu telefone tocou. Era a assistente social, ela queria que Bryan e eu fossemos visitar novamente as crianças, eu amei a ideia e assim que falei com Bryan, ele também topou e se mostrou muito empolgado. Ai, mal podia esperar para ver novamente os meus futuros filhos...
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O Drama de Luna (2° temporada)
Misteri / ThrillerE aí, quem já estava com saudade da Luna, do Bryan e de toda a turma? Pois é, eles estão de volta. Cinco anos se passaram desde que Luan morreu. Agora Luna tem 21 anos, é formada em Serviço Social e tem seu próprio abrigo, ela cresceu e amadureceu b...