- Mason? Cadê você? - Perguntei aflita.
- Eu não sei direito, é tipo um ferro velho, tem uns carros aqui, uns carros velhos, faltando peças.
- Tá, eu sei onde fica, não é muito longe daqui. Eu tô indo praí.
- Por favor, não demora, eu tô amarrado, ele vai me matar. - Eu podia sentir o pavor em sua voz.
- Aguenta firme, eu tô indo praí.
Desliguei a ligação, coloquei o celular no bolso da minha bermuda e sai às pressas. Peguei meu carro e estava tão nervosa que só acertei a chave após a terceira tentativa, e assim que o carro ligou eu voei até o local que Mason havia me informado que estava. Logo que cheguei próximo, deixei meu carro na esquina e ao chegar no tal ferro velho, comecei a buscar por Mason, pior que eu não podia nem gritar pelo seu nome para que o mascarado não me escutasse, tentei caminhar sem fazer barulho enquanto olhava atenta para todos os lados com medo de ser pega.
O local era escuro e parecia abandonado, tinha cerca de uns vinte carros, todos faltando peças, tipo rodas, portas, janelas...
De repente eu o avistei, estava deitado no meio do triturador de carros e estava com as mãos e os pés amarrados. Assim que eu o vi corri para desamarrá-lo.
- Cadê ele? - Perguntei enquanto tirava os nós das cordas dos pulsos dele.
- Eu não sei. - Fez uma rápida pausa. - Luna, desculpa.
Olhei para ele sem entender o porquê dele estar se desculpando comigo.
- É uma armadilha, ele me obrigou a ligar pra você para te atrair pra cá, eu não queria, mas ele me ameaçou de me furar com uma furadeira, me desculpa. Eu não quero que ele te machuque, por favor, vá embora, pode me deixar aqui.
- O quê? Eu não vou te deixar, nós vamos sair daqui juntos. - Falei.
- Então depressa, ele pode aparecer a qualquer momento.
Tentei desamarrar o mais rápido que eu pude e após desamarrar os pulsos dele, Mason me ajudou a desamarrar os pés também, e foi só o tempo dele sair do meio daquele treco pra parte de cima cair com tudo, dois segundos a mais e ele teria sido esmagado.
- Obrigado. - Me abraçou como forma de gratidão.
- Anda. Vamos. Não podemos perder tempo.
Saímos correndo em disparada quando escutamos passos atrás da gente, olhei para trás e o mascarado estava nos seguindo. Porra, por que ele tinha que ser tão rápido? Mas fomos mais rápidos ainda e conseguimos entrar no carro a tempo. Liguei o carro e o vi vindo atrás da gente, dei ré com tudo para tentar atropelá-lo, mas ele conseguiu correr para a calçada, então deixei ele comendo poeira e fomos embora, porque para mim, mais importante do que atropelar ele era a gente se salvar.
- Obrigado. Você se arriscou por mim. - Falou ao me dar um leve sorriso.
- É para isso que servem os amigos. - Sorri de volta. - Me desculpa por ter te deixado lá sozinho, eu fiquei com medo, mas depois eu me arrependi, ele podia ter te matado, e quase matou.
- Eu te entendo, e me desculpa também por ter te ligado sabendo que era uma armadilha, juro que ele me obrigou.
- Tá tudo bem, e que bom que você me ligou porque pelo menos ele não te matou.
Mason estava muito machucado, tinha hematomas por diversas partes do corpo, e ele me contou que durante o tempo em que esteve com o mascarado, ele o atormentou, o machucou de diversas formas possíveis e ainda tinha raspado o cabelo dele, coitado, nem consigo imaginar tudo o que ele sofreu nas mãos daquele psicopata.
- Ele podia ter te matado, e por minha culpa. Nossa, eu nunca me perdoaria, e se ele fizesse isso eu preferiria morrer do que carregar essa culpa pro resto da minha vida. - Falou.
- Hey, não diga isso. Está tudo bem.
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Ao chegarmos em casa, tomamos um copo d'água para nos acalmarmos, e pouco depois Bryan chegou com as crianças, que ele havia buscado na casa da minha mãe.
- O que ele está fazendo aqui? - Perguntou Bryan rispidamente ao ver Mason sentado no sofá da nossa casa.
- Eu posso explicar. Mas antes... May vai brincar com eles no quarto, por favor?
- Ah, droga. Sempre me mandam sair na parte boa da história. - Ela disse se pondo a ir com Brittany e Elliott para o quarto dos pequenos.
- O Mason quase foi morto pelo mascarado, mas ele me ligou avisando o acontecido e eu fui lá para ajudá-lo.
- Puxa, por que não deixou ele morrer?
- Bryan! - O repreendi.
- Tô brincando. Eu não desejo o mal de ninguém, quer dizer... Só do mascarado.
- Luna, muito obrigado por tudo, mas agora eu preciso ir, minha mãe deve estar super preocupada.
- E está mesmo. - Falei. - Você precisa mesmo tranquilizá-la e avisar as autoridades que está tudo bem. Mas como você vai embora?
- Sei lá, eu chamo um táxi.
- Quer que eu te leve? - Olhei para Bryan, que estava sério. - Posso, amor?
Ele pensou por alguns segundos, mas logo se aproximou de mim, olhou em meus olhos, e então falou:
- Pode. Eu confio em você.
Ele me deu um selinho e sorriu, fazendo eu sorrir também.
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- Mais uma vez, obrigado por tudo. - Ele disse assim que eu estacionei o carro na frente de sua casa.
- Não foi nada, você também já me ajudou bastante.
Ele baixou a cabeça e ficou em silêncio por algum tempo.
- O que houve?
- É uma pena. - Se pôs a olhar para mim. - Que eu não tenha te conhecido quando você era solteira. Eu não quero mais ficar insistindo porque eu percebi que infelizmente você não me ama, mas saiba que eu estarei sempre aqui na fila, te esperando, e não esqueça que eu te amo muito, mais do que você possa imaginar.
Ele falou isso sem tirar os olhos dos meus, confesso que me senti meio mal por saber que tinha alguém gostando de mim e que eu não poderia retribuir.
Mason me deu um meio sorriso e saiu do meu carro. Fiquei vendo-o entrar em casa enquanto não tirava suas palavras da cabeça. Tomara que ele encontre alguém bem legal, ele merece.
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O Drama de Luna (2° temporada)
Misterio / SuspensoE aí, quem já estava com saudade da Luna, do Bryan e de toda a turma? Pois é, eles estão de volta. Cinco anos se passaram desde que Luan morreu. Agora Luna tem 21 anos, é formada em Serviço Social e tem seu próprio abrigo, ela cresceu e amadureceu b...