32-Bernardo Morelli

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-Seu grande idiota-corri atrás de Santi que fugiu de mim.

-Desculpa Bernardo-ele correu à volta da mesa da sala de jantar da casa dos meus pais.

Esta noite os meus pais convidaram-me a mim, à Camila e ao meu melhor amigo para irmos jantar a sua casa, mas assim que eu e Mimi chegamos a casa dos meus pais encontramos Santi beijar a minha irmã e eu não gostei de ver aquela cena.

Onde já se viu o meu melhor amiga e a minha irmã juntos?

-Já chega Ben-ouvi Mimi rir-acho que o Santi já percebeu.

-Deixa de ser idiota Ben-a minha irmã revirou os olhos-até onde sei tu também tens um relacionamento com a minha melhor amiga, aliás vocês são casados e tudo.

-Vá lá Bernardo-Santi aproximou-se de mim-sabes perfeitamente que aquilo que eu sinto pela tua irmã é verdadeiro-ele olhou apaixonado para Bianca.

-Tudo bem-concordei-mas se algum dia a fizeres sofrer te garanto que te mato.

-Como preferires-Santi riu fazendo-me rir logo a seguir.

-Santi?-a minha adorada mulher chamou o meu melhor amigo-és um homem bonito e inteligente e eu adoro-te muito e...

-Muito obrigado Camila.

-Mas se magoares a Bianca eu mesma trato de ti-sorri com a atitude da minha Mimi.

-E o que vais fazer?-Santi cruzou os braços-lançar-me um feitiço?

-Melhor do que isso-Mimi olhou para o meio das pernas do meu melhor amigo-eu irei certificar-me de que nunca mais possas usar aquilo que te torna um homem.

Eu e Bianca gargalhamos com a cara que Santi fez assim que ouviu as palavras de Camila.

-Mas o que é que tu andas a ensinar à tua mulher?-Santi olhou para mim.

-Muitas coisas-olhei para uma Camila completamente corada.

-Muito boa noite meus queridos-a voz da minha mãe soou pela sala de jantar e quando olhei para trás ela estava acompanhada pelo meu pai.

Todos nos cumprimentamos e nos sentamos à mesa para jantar.

-Como correu a vossa viagem meus queridos?-a minha mãe perguntou enquanto nos serviam o jantar.

Camila olhou para mim tímida e envergonhada.

-Correu muito bem mãe-assenti.

A minha mãe olhou de mim para Camila e depois voltou a olhar para mim outra vez e sorriu.

-Depois eu e o pai gostaríamos de falar com os dois.

Eu revirei os olhos.

Vindo da minha mãe até já sei o que ela vai conversar.

Curiosa.

O jantar seguiu muito tranquilo entre conversas e risos por parte de todos nós. Adorava ver uma casa cheia, principalmente cheia da nossa família e eu não poderia estar mais  feliz por Camila fazer parte dela e principalmente estando ela ao meu lado como minha mulher. Minha e somente minha.

Depois de jantar eu e Camila seguimos os meus pais até ao escritório e uma vez lá dentro os meus pais começaram por falar.

-Esperamos que a vossa lua de mel tenha corrido bem e que se tenham divertido e relaxado-o meu pai começou por falar-mas agora temos de tratar de assuntos mais sérios.

Os meus pais entreolharam-se um tanto preocupados.

-O que se passa pai?-olhei para o meu pai-mãe?-olhei para ela que suspirou.

-Precisamos de garantir que consumaram o vosso casamento e que muito em breve tenham um herdeiro e...

-Mas porquê ter filhos agora quando ainda podemos usufruir um pouco mais da vida de recém casados?-Camila olhou para a minha mãe assustada-temos tanto tempo ainda...certo?

Os meus pais entreolharam-se mais uma vez.

-Infelizmente não-o meu pai aproximou-se de mim com uma carta nas suas mãos-recebemos uma carta do conselho onde eles dizem que tinham de cumprir a segunda parte do contrato...terem um herdeiro.

-O quê?-a minha pequena Mimi aproximou-se de nós e tirou a carta das mãos do meu pai onde começou a ler enquanto andava de um lado para o outro-isto não pode ser verdade, não é?-ela olhou para os três-quer dizer, assinamos um contrato onde realmente está escrito que temos de ter um filho, mas não agora, certo?

-Deixem-nos a sós por favor-olhei para os meus pais que concordaram e logo saíram do escritório.

Olhei para uma Camila destroçada sentada no sofá no canto.

-Mimi?-sentei-me ao seu lado e peguei na sua mão-eu sei que toda esta vida não tem sido fácil para ti, mas nós vamos conseguir, sim?

-Mas um filho Ben?-ela olhou para mim com os olhos marejados.

-Olha se te fizer sentir melhor...-pensei nas palavras certas-tu sabes que eu não posso ter filhos, por isso não há risco de tu engravidares e...

-E tu já voltaste a poder ter filhos a partir do momento em que nos envolvemos naquela noite-ela olhou para mim-só conseguirias desfazer o feitiço caso te envolvesses com uma bruxa e, bem, eu sou uma bruxa e já nos envolvemos Bernardo.

Olhei para ela e pensei.

Como é que eu me tinha esquecido de uma coisa dessas?

Fiquei tão envolvido com todo aquele prazer e no corpo de Camila que me esqueci desse pequeno grande pormenor.

-Nunca mais me lembrei disso-passei as mãos pelos cabelos.

-Bernardo, eu só tenho 18 anos ainda-ela deixou cair uma lágrima pelo seu rosto-tu és o Alfa porque não quebras essas estúpidas regras sem sentido? Tudo o que tem acontecido neste últimos tempos tem me sufocado e quase me levado ao limite-ela levantou-se e andou de um lado para o outro-tudo tem sido tão planeado ao pormenor, tudo tem datas e horas marcadas para que isto ou aquilo seja feito e não porque nós queremos realmente. Tudo isto tem sido forçado, porque não podemos descansar e relaxar e fazer as coisas consoante a vida nos levar? Deixar o tempo decidir quando deve ou não acontecer?

-Desculpa...-olhei nos seus olhos-não queria que fosses obrigada a viver esta vida forçosamente e...

-Eu amo-te Bernardo-ela aproximou-se de mim-gosto do que temos, mas quando poderemos ter as nossas próprias decisões?

Olhei no fundo dos seus olhos e eu sabia que ela estava completamente certa. Nós éramos os donos das nossas próprias vidas e não podíamos deixar que outros tomassem conta dela por nós.

-Prometo que darei tudo para que possamos ter uma vida em que possamos ser nós os donos das nossas próprias decisões. És a minha Luna agora, por isso as tuas opiniões contam também.

-Obrigada-ela sorriu e abraçou-me pousando a cabeça no meu ombro-amo-te-ela sussurrou.

-Não mais do que eu-peguei no seu rosto e beijei os seus doces lábios.

Afastamo-nos quando ouvimos alguém bater à porta. Assim que dei permissão, a minha mãe entrou com uma cara triste.

-Posso interromper?-ela aproximou-se.

Nós levantamos do sofá e ficamos à sua frente.

-Posso conversar contigo Camila?-ambas se encararam e Camila assentiu sorrindo.

-Vou deixar-vos a sós-beijei os lábios da minha Mimi e a testa da minha mãe e saí deixando-as sozinhas.

-Tudo bem?-a minha irmã estava visivelmente preocupada-como está a Mimi?

-Ela vai ficar bem-olhei para a porta do escritório.

-A mãe tem o dom de acalmar as pessoas-Bianca outra vez-até parece magia-ambos rimos das palavras da minha irmã.

-Louca-abracei-a e beijei os seus cabelos castanhos iguais ao da nossa mãe.

Camila e o MonstroOnde histórias criam vida. Descubra agora