11-Camila Stevens

183 13 28
                                    

Eu segurava aquele lençol com toda a força que eu tinha naquele momento. Olhei para o meu pulso que continha um curativo e consequentemente toquei no meu pescoço que também continha um curativo.

-Como te sentes?-ele perguntou levemente preocupado.

Certamente uma falsa preocupação.

-Estaria melhor se não estivesses aqui-falei rude sem olhar na sua cara.

-Eu queria...

-Quero ir para casa-olhei para ele totalmente furiosa.

-Mas...

-Agora-olhei nos seus olhos já com a minha respiração acelerada.

Eu comecei a sentir todo o meu corpo ficar mais quente que o normal e aquilo não era febre com certeza.

-Não te posso deixar ir nesse estado-ele olhou para mim fazendo-me sentir demasiado exposta, o que não era mentira-não nesse estado.

Eu vi-o se aproximar de mim enquanto retirava a sua camisa ficando com os seus abdominais expostos. Sustive a respiração por uns segundos e analisei todo o seu abdómen, os ombros largos... Meu Deus. Ele era de facto muito lindo.

Ele esticou a sua mão com a camisa na minha direção e eu peguei na mesma virando costas e vestindo-a. Depois de vestir a camisa voltei a virar-me de frente para ele e os nossos olhos cruzaram-se.

-Agora quero ir embora-passei por ele até à porta daquele quarto e desci umas escadas que certamente iriam dar até ao andar debaixo e que me levariam até à entrada da casa.

-Camila...-ouvi-o a chamar por mim, mas ignorei-o.

Estava quase a chegar à saída quando a sua mão agarra a minha e me vira de frente para ele.

-Não te posso deixar ir assim-ele mais uma vez olhou para mim-o que os meus pais irão pensar?

-Irão pensar no monstro que o filho se tornou-falei sentindo todo o meu sangue ferver e o meu corpo ficar cada vez mais quente a cada segundo que passava.

-Eu não sou um monstro-falou furioso.

-Não?-ri da sua cara-és patético.

Senti a sua mão apertar mais a minha e aquilo explodir com o resto que sobrava da minha paciência e tolerância com aquele homem à minha frente.

Senti uma sensação estranha me atravessar de uma ponta à outra e, então senti os meus olhos mudarem para o seu tom lilás e toda uma explosão de uma luz branca aparecer à minha volta. Senti um peso sair do meu pulso e eu atirei-me para cima de Bernardo fazendo-nos cair ao chão.

-Não te atrevas a tocar-me nunca mais-olhei nos seus olhos já pretos também-ou eu não responsabilizar-me-ei se algo te acontecer-fiz aparecer uma bola de luz na minha mão e ambos olhámos para a mesma.

Voltei a olhar nos seus olhos e sorri maliciosa.

-E agora?-aproxei aquela bola de luz dele-já me queres enfrentar?-perguntei irónica-patético.

Saí de cima dele apagando a bola de luz e virei costas sentindo as minhas lágrimas descendo pelo meu rosto quando olhei para o pulso e aquela maldita pulseira não se encontrava mais ali.

-Como é que é possível?-sussurrei para mim mesma.

Olhei para o chão e aos meus pés estava aquela maldita, baixei-me e apanhei-a. Olhei dela para o meu pulso e do meu pulso outra vez para a pulseira. Como é que ela se soltou de mim? Era preciso que o meu pai me tirasse, pois somente a pessoa que a colocara é que a pode tirar ou, então, só um grande e poderoso bruxo a poderia tirar e...

Camila e o MonstroOnde histórias criam vida. Descubra agora