37-Bernardo Morelli

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Não deixei a minha mãe terminar a sua frase, pois eu logo corri em direção ao quarto da minha pequena e entrei cuidadosamente.

Eu estava nervoso e não sabia o porquê. Estava tudo tão estranho desde esta madrugada quando Camila acordou desesperada.

Entrei no quarto e o meu coração apertou-se quando a vi naquela cama de hospital tão delicada e frágil. Vê-la assim destrói todo o meu ser.
Em pequenos passos aproximei-me daquela cama e quando lá cheguei peguei na sua pequena mão.

Vi o seu delicado rosto virar na minha direção e então os seus olhos se fundirem nos meus. Sentia que já não a via há uma eternidade e só tinham passado algumas horas, mas foi o bastante para eu quase morrer de preocupação com a minha menina.

Sentei-me ao seu lado na cama e acariciei a sua bochecha fazendo-nos sorrir aos dois.

-Olá meu amor-beijei delicadamente os seus lábios e depois a sua testa-como estás? Como te sentes?

-Olá meu amor-os seus olhos ficaram marejados-estou cheia de dores pelo corpo todo.

Apertei a sua mão e encarei aqueles seus lindos olhos verdes.

-Se eu pudesse transferia toda a tua dor para mim para que não tivesses que sofrer e...

-Eu estou bem-ela acariciou o meu rosto-tenho algo para te contar-olhei para ela preocupado.

-Eu estou preparado-falei fazendo-a rir baixinho.

-Então...-ela ajeitou-se nas almofadas para ficar sentada mais confortavelmente-eu não sei como te dizer, eu não estava preparada para uma coisa destas, para um momento delicado como este e...

-Diz logo mulher antes que eu tenha um ataque de coração-ambos sorrimos outra vez.

-Bem...-ela respirou fundo e olhou nos meus olhos-eu estou...grávida.

Eu apenas fiquei ali a olhar para ela. Não conseguia assimilar toda aquela informação de uma só vez. Aquilo era demais para mim.

Talvez o meu coração tenho sofrido mesmo um ataque e eu ainda não tenha acordado e recuperado do mesmo.

-Tu o quê?-foram as únicas palavras que eu conseguira pronunciar.

Como assim ela está grávida?

Quando foi que isso aconteceu?

Como isso aconteceu?

Oh meu Deus.

Levantei da sua cama e passei as mãos no cabelo num ato de nervosismo. Eu realmente não estava preparado para ouvir aquilo.

Andei de um lado para o outro no quarto e repetia para mim vezes sem conta como um mantra: eu vou ser pai.

-Ben...?-parei naquele instante assim que ouvi a sua voz-está tudo bem?

Virei na sua direção para ver uma Camila totalmente preocupada e nervosa, exatamente aquilo que eu estava a sentir naquele momento também, preocupação e nervosismo.

-Isso quer dizer que eu vou ser pai?-olhei nos seus olhos.

-Isso quer dizer que vais ser pai Bernardo-ela sorriu um pouco.

-Mas agora?

-Daqui a alguns meses-ela riu fazendo-me rir também.

Eu aproximei-me dela pegando no seu rosto e beijei os seus lábios como se a minha vida dependesse daquele doce beijo. As nossas línguas dançavam uma com a outra numa dança sensual e proibida para os mais novos.

Camila e o MonstroOnde histórias criam vida. Descubra agora