47-Bernardo Morelli

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Aqueles imbecis arrastaram-me a mim e ao meu filho até às traseiras daquela casa e logo partiram para cima de nós. Consegui desviar de alguns golpes, mas de outros não. Todo o meu corpo já doía de toda aquela luta corpo a corpo com aqueles quatro matulões. Olhei para Noah que não se saía nada mal, fiquei orgulhoso.

Desde muito novo comecei a treinar o meu filho para lutas corpo a corpo, para que ele estivesse o mais preparado possível caso algo do género acontecesse. Camila nunca gostou muito dessa ideia, dizia sempre que lhe doía o coração só de nos imaginar magoados.

-Camila...-pensei na minha mulher e nas minhas filhas.

Como elas estariam?

Se aquele covarde lhes tocar com um dedo que seja, ele vai ter de se haver comigo.

Caí para trás quando senti um forte golpe me acertar no estômago. Tentei me levantar, mas aquele matulão veio para cima de mim e desferiu mais golpes até eu não poder mais. Para terminar o seu trabalho sujo, ele acertou-me em cheio com um murro na cara acertando o meu lábio, cortando-o.

Estava zonzo de tantos golpes.

Senti agarrarem no meu corpo e, então, me arrastarem para algum lugar. Assim que chegamos a algum lugar dentro daquela casa, notei que abriram uma grande porta e pelo cheiro era uma porta revestida de prata.

Filhas da mãe.

Senti o meu corpo ser atirado para longe e logo caí de costas para dentro daquele sitio.
Olhei para o meu lado esquerdo e estava lá o meu filho também cheio de nódoas negras e arranhões na cara.

-Noah?-ouvi a voz da minha doce mulher enquanto ela se ajoelhava ao lado do filho-oh meu deus, o que eles fizeram contigo?

-Eu estou bem-Noah respondeu com alguma dificuldade enquanto se sentava encostado a uma parede.

Camila aproximou-se do filho e abraçou-o chorando silenciosamente, já Noah retribuiu ao abraço da mãe e pousou a cabeça no seu ombro.

-Desculpa mãe-Noah falou.

Camila olhou para o filho e sorriu entre o choro.

-Shhhh está tudo bem-Camila acariciou a cara do filho sorrindo.

Camila olhou para trás na minha direção e eu com alguma dificuldade levantei-me e abracei-a bem apertado. Não queria ter de largar a minha mulher em nenhum segundo sequer.

-Como estás?-perguntei colocando a mão na sua barriga.

-Eu estou bem, mas vocês não me parecem nada bem-Camila apertou-me num dos seus maravilhosos abraços-o que eles fizeram com vocês?

-Eles partiram para cima de nós-vi Camila suspirar-eles eram o dobro de nós e não conseguimos defender-nos.

-Pai...-Camila ía falar, mas senti o meu corpo ser abraçado por duas adolescentes chorosas-pai tira-nos daqui-Luna falou a chorar-o que eles querem de nós?-foi a vez de Eva.

Eu ía responder, mas olhei para trás de Camila quando vi a minha mãe junto do seu neto.

-Mãe?-aproximei-me dela-como vieste aqui parar?

-Estava com as miúdas quando eles nos surpreenderam-ela suspirou-temos de fazer alguma coisa...e rápido Bernardo-a minha mãe olhou para trás de mim-a tua família precisa de ti.

Eu olhei na mesma direção que a minha mãe e vi as minhas filhas abraçadas à mãe a chorar.

-Eu sei-concordei com ela.

-Sei que este não é o melhor momento mas fico muito feliz em saber que vou ser avó outra vez-a minha mãe sorriu fazendo-me sorrir enquanto olhava para a minha mulher.

Camila e o MonstroOnde histórias criam vida. Descubra agora