Camila e o Monstro

36-Camila Stevens

Assim que Bernardo e Santi entraram na biblioteca eu, Bianca e os seus pais fomos até à sala de estar onde nos sentamos nos sofás e começamos a conversar enquanto esperávamos pelo almoço.

-Estás tão linda Camila-Alicia falou sorrindo.

-Obrigada-agradeci.

-Como foram estes primeiros dias de casada?-Ally perguntou.

-Não vou mentir...-pensei-no começo era estranho dividir a casa e a cama com alguém que mal conhecíamos, mas com o passar dos dias eu e Bernardo temo-nos conhecido melhor e conversamos muito sobre muitas coisas.

-No início é sempre tudo muito novo, não é?-Ally piscou o olho e eu apenas sorri em resposta à sua pergunta.

-De que tanto falam?-saímos da nossa conversa quando Bernardo e Santi se juntaram a nós.

-Estava a perguntar à Camila como têm sido os vossos dias de casados e...

-Maravilhosos-Bernardo beijou os meus cabelos interrompendo a mãe que sorriu com as palavras do filho.

Após falarmos mais um pouco, Anita anunciou que o jantar ía ser servido dentro de cinco minutos, então fomos até à sala de jantar onde nos sentamos e conversamos pela noite fora.

Depois de todos irem embora, eu e Bernardo subimos até ao nosso quarto onde vestimos os nossos pijamas e nos deitamos aconchegados um no outro.

Acordei durante a noite a suar e com dores abdominais insuportáveis.

-Aiiiiiiii....-sentei-me na cama a chorar com tantas dores que eu quase não conseguia falar.

-Camila?-Bernardo sentou-se ao meu lado na cama assustado quando viu o meu estado.

-Dói...-tentei respirar fundo para amenizar as dores, mas parecia que nada do que eu fizesse amenizava as dores.

-É melhor irmos para o hospital-Bernardo entrou no closet vestindo-se desajeitado e trouxe um casaco meu onde o colocou pelas minhas costas.

Ele ajudou-me a vestir o casaco e assim que ele afastou o lençol para eu sair da cama, ambos paralizamos assim que vimos todo aquele sangue.

-Ben...?-olhei para ele assustada e comecei a chorar ainda mais.

Vi o desespero de Bernardo nos seus olhos, eu sabia que ele estava tão ou mais assustado que eu, o que me fez pensar mil e uma coisa.

De onde vinha todo aquele sangue?

O que aconteceu?

Estaria eu a morrer?

-Anda...-Bernardo acordou do seu transe e pegou em mim ao colo desesperado.

Ele desceu comigo em direção ao carro, mas antes chamou por Anita, que mal nos viu ficou assustada.

-Por favor, ligue para a minha mãe ir até ao hospital ter connosco, diga que é urgente.

Anita não teve tempo de responder, pois Bernardo tratou de me colocar dentro do carro e dar partida pela estrada fora. Eu não tinha noção da velocidade a que ele ía porque eu estava com tantas dores abdominais que já não tinha a noção do que se passava à minha volta, mas sei que se tratando de Bernardo ele ía muito rápido.

Não demorou muito para chegarmos ao hospital e logo Bernardo adentrar o mesmo surpreendendo todos com a sua entrada repentina.

Enfermeiros vieram ao nosso encontro e logo me deitaram numa maca onde me empurraram pelos grandes corredores do hospital e barraram a entrada de Bernardo na última porta.