18 - Crisântemo

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Sheng HuiYing

 . Me afasto um passo dele, estava assustada, ele fez tudo aquilo? Por que? Qual o sentido? Sua expressão parece cair quando me afasto de seu toque, sua mão cai aos poucos até estar ao lado de seu corpo.

- Não tenha medo, eu disse que não a machucaria - ele diz parecendo magoado.

- V-Você....por que? - balbucio atônita.

- Eles não merecem viver - sua expressão se endurece - aqueles que me fizeram sofrer, sofrerão dez vezes mais - ele dita, mas logo sua expressão suaviza - mas não você, a luz da minha escuridão, a pessoa que me salvou - ele volta a sorrir e da um passo em minha direção, estremeço, ele olha para A-Loong seu sorriso vacila - mesmo em meio ao caos você ajuda os outros - seus olhos calmos encontram os meus - vim leva-la comigo, meu crisântemo - ele diz.

- Fique longe! - mando quando ele tenta me tocar - e-eu não o conheço - gaguejo, seu sorriso morre.

- Não...lembra de mim? - ele pergunta perdido, nego com a cabeça - sou eu...Huang! Você...me salvou! No beco, era inverno - ele diz parecendo quase...desesperado.

- E-Eu...não lembro - digo, ele parece perdido, sem saber o que fazer.

- JIE! - ouço a voz de Jin Ling me chamar, olho para trás e consigo vê-lo por uma brecha entre os cadáveres, ele lutava freneticamente contra os cadáveres.

- A-LING! - o chamo, ele olha para mim, sinto uma mão me puxar e em um instante estou quase colada em Tai Huang.

- Ele não vai se aproximar, eu não irei permitir - ele diz com a face séria, ainda trêmula eu tento negociar.

- A-A-Loong! Permita que A-Loong vá, por favor - peço engolindo em seco, ele olha para o menino como se fosse uma escória, logo depois olhando em meus olhos, um sorriso aparece em seus lábios.

- Eu permito a criança ir - ele deixa e eu suspiro aliviada - mas você fica e fará o que eu mandar - ele adiciona em seguida, prendo minha respiração por um segundo, olho para a criança em meus braços, ele tremia e ainda chorava, mordo meu lábio inferior.

- Esta bem - concordo, seu sorriso aumenta - mas prometa que nem você e nem esses...cadáveres tocarão nele - digo a ele.

- Eu prometo que a criança ficará a salvo - ele promete.

 . Respiro mais aliviada, coloco A-Loong no chão e me ajoelho ficando da sua altura, ele se agarra firmemente em minhas vestes, limpo algumas lágrimas que escorrem por seu rosto, tento tranquiliza-lo com um sorriso.

- A-Loong, vá e volte para a cidade, vá até o "Salão da Madame Rou" e diga que eu mandei você ir até lá, ok? - instruo a criança.

- M-Mas você prometeu que... - ele funga interrompendo sua fala.

- Eu sei querido, eu sei, eles não vão machuca-lo, estará mais seguro lá do que comigo - digo a ele - promete que será um garotinho corajoso? - pergunto, ele funga mais uma vez e assente - ótimo, agora vá - mando.

 . Alguns cadáveres se afastam dando uma brecha para ele ir, ele olha para mim novamente, receoso, antes de sair correndo em direção a vila, suspiro mais aliviada, me levanto e os cadáveres nos cercam novamente, sinto um par de braços fortes circundarem minha cintura e me puxarem para perto, estremeço quando bato minhas costas contra um peitoral firme, sinto uma respiração calma em meu pescoço, volto a tremer temerosa.

- Agora somos só nós dois....finalmente, meu crisântemo - sinto Tai Huang deixar um beijo casto e gentil em meu pescoço, me encolho com o toque, eu não quero, é ruim, seus toques, embora gentis, me repudiam.

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