9 - Como eles eram?

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Sheng HuiYing

 . Algumas horas se passaram, agora estou no mercado comprando alguns ingredientes para o bordel, na maioria das vezes sou eu que faço as compras, estou em frente a barraca do Sr. Chi escolhendo algumas cenouras.

- Jovem Ying, que tal estas? - ele me mostra algumas cenouras.

- Estão ótimas, obrigada Sr. Chi - agradeço pegando as cenouras e as colocando em minha cesta - quanto lhe devo? - ele me diz o valor e eu lhe dou.

- Jovem Ying esta belíssima hoje, esta chamando atenção - ele diz risonho, o olho confusa.

- Estou chamando atenção? - ele aponta discretamente para um grupo de rapazes um tanto distantes, eles olham para nós e conversam entre si, quando percebem que eu os observava eles disfarçam, rio - besteira Sr. Chi, bem, tenha um bom dia - desejo e saio para continuar as compras.

 . Ando pela rua e compro tudo que preciso, passo por um restaurante e vejo pelo canto dos olhos Jin Ling, Lan Shizui e Lan Jingyi conversando com um homem, sorrio ao vê-los, mas não entro para os cumprimentar, devem estar recolhendo informações sobre os ataques. Vejo que o sol não esta tão alto, então resolvo ir ao campo florido, depois daquela noite acho que nunca mais terei coragem de ir até lá de noite.

 . Saio da cidade pela velha estrada de sempre, só de me afastar de todo aquele movimento já me sinto melhor, aos poucos o barulho vai diminuindo até que já não o escuto mais, logo vejo as flores, o vento trás seu perfume até meu nariz, inspiro aquele aroma fechando os olhos, e suspiro satisfeita, ando pelo campo tomando cuidado para não amassar as flores, vejo mais a frente algumas flores quebradas e amassadas, franzo a testa, me aproximo e vejo o que suponho ser sangue seco, acho que foi aqui que eu cai, olho ao redor e vejo algumas flores queimadas, fico triste que tantas flores tenham sido destruídas, mas estou feliz por estar viva, ando um pouco mais até que paro para simplesmente observar as flores e a forma como se moviam ao vento.

- HUIYING! - me assusto e me viro para ver quem é, vejo mestre Wei correndo em minha direção, o vejo pisando em algumas flores.

- Mestre Wei! Pare! - Peço, ele para e olha ao redor, procurando algo - o senhor esta amassando as flores, venha devagar sim? - peço gentilmente, ele abre um sorriso.

- É claro! - ele vem até mim caminhando calmamente, suspiro satisfeita, olho para trás de si e não vejo HuanGuang-Jun.

- Mestre Wei, onde esta HuanGuang-Jun? - questiono.

- Oh! Bem, eu acho que ele não me viu saindo - ele diz coçando a nuca, rio.

- Ele pode ficar preocupado - digo - mas porque esta aqui mestre Wei?

- Não pense que não a vi passando pelo restaurante - ele diz apontando para mim, e depois faz uma expressão sofrida - e você nem ao menos foi cumprimentar seus tios - ele dramatiza.

- Achei que não era um momento apropriado para interrompe-los, afinal estavam cuidando do caso - expliquei - e nós nos vimos hoje cedo, mestre Wei - eu pontuo.

- Nunca iria nos atrapalhar! E um tio não pode sentir falta de sua sobrinha? - ele questiona com um bico.

- Esta bem mestre Wei - digo risonha - mas já que esta aqui, por que não me acompanha? Vim para observar as flores - convido e ele prontamente aceita.

 . Nós caminhamos em um silêncio confortável, mas percebo que ele estava se controlando para não falar, mesmo com o pouco tempo que convivi com ele percebi que ele não gosta de ficar calado durante muito tempo, então resolvo quebrar o silêncio.

- Estão avançando nas investigações? - pergunto.

- Sim, descobrimos onde acontecem a maioria dos ataques, é do outro lado da cidade, na rota comercial, atacarem você aqui foi realmente estranho, e dizem que nunca é apenas um cadáver, são três ou quatro, aquele que te atacou deve ter se perdido do resto e veio parar aqui - ele explica, ele se lembra de algo - Ah, diga a todas para não saírem essa noite, Jiang Cheng foi conversar com o clã responsável pela vila para avisar a todos para não saírem essa noite - ele avisa.

- Mestre Wei, como vocês lidam com os cadáveres? - questiono, seus olhos brilham.

- Ora ora, quer se tornar uma cultivadora? - pergunta.

- Não, não, só tenho curiosidade mestre Wei - nego com a cabeça.

- Bem, se é assim - ele passa algum tempo me explicando e tirando algumas duvidas minhas, foi divertido passar algum tempo com ele.

 . Estamos rindo de algo que ele contou quando decidimos nos sentarmos, olho para as flores imersa em meus pensamentos.

- Você se parece tanto com Shijie - ele fala me olhando nostálgico e com um sorriso melancólico, prendo a respiração por alguns segundos logo a soltando, resolvo perguntar.

- Como ela era? - pergunto olhando as flores.

- Ah, ela era doce e gentil, carinhosa e protetora, ela também era linda, a mulher mais bonita do mundo do cultivo! - ele afirma, me sinto feliz, um sorriso brota em meu rosto - você não faz ideia do quanto se parece com ela - ele coloca uma mão em minha cabeça, o olho sorrindo.

- E quanto a ele? Como ele era? - pergunto genuinamente curiosa, eles só falaram dela até agora, uma leve cara de desgosto se apodera dele por alguns segundos, mas ele logo suspira.

- Seu pai era um pavão! - ele declara - um riquinho mimado! Sempre comprando tudo para se mostrar, não sei como Shijie se apaixonou por ele - ele declara com um bico - mas depois que casaram, ele era muito carinhoso com ela - ele fala suspirando por fim - vai descobrir que Jin Ling é muito parecido com ele - ele diz abanando a mão, eu rio.

- Um pavão? Como alguém consegue se parecer com um pavão? - questiono.

- Vestindo roupas caríssimas, comprando tudo em excesso - ele diz - ele até alugou uma pousada inteira só para ele e seus discípulos, que não ocupavam nem metade da pousada! - ele conta indignado, eu rio.

- Eles pareciam legais - eu digo - queria ter conhecido eles - vejo uma ponta de culpa atravessar seus olhos, ele sorri triste.

- Jin Ling também não os conheceu, eles morreram um mês depois que nasceram - ele conta - eles iam amar conhecer vocês dois.

- E eu iam amar conhecer eles - nós ficamos olhando as flores, ambos em silêncio.

- DAJIU! - ouvimos a voz de Jin Ling, nos viramos e vemos HuanGuang-Jun sendo seguido por Jin Ling, Lan Shizui e Lan Jingyi.

- Wei Ying, não saia sozinho - adverte HuanGuang-Jun me cumprimentando logo em seguida.

- Mestre Wei, o senhor nos abandonou! - Reclama Jingyi.

- Ora, eu só vim cumprimentar a HuiYing - ele fala com um bico - Lan Zhan! Me defenda!

- Hm, Wei Ying deveria ter avisado - ele diz, mestre Wei fica espantado.

- Você é meu marido Lan Zhan! Deveria me defender! - briga cruzando os braços e fazendo um bico - como punição não vamos ter o nosso 'todo dia significa todo dia'! - sentencia.

- Hm, Wei Ying não consegue - afirma.

- Vamos ver se eu não consigo! 

- Peço perdão por interromper, mas o que é 'todo dia significa todo dia'? - pergunto confusa.

- Não queira saber - fala Jin Ling revirando os olhos.

- Sim, você é muito inocente pra saber! - afirma Jingyi.

- Talvez no futuro você descubra - mestre Wei pisca para mim.

- Não! - nega Jin Ling cruzando os braços e olhando bravo para mestre Wei.

- Ai Jin Ling, você e Jiang Cheng não vão poder protege-la para sempre, e tome cuidado que o ataque mais eficaz vem pelas costas - ele diz encenando alguém sendo esfaqueado pelas costas, rio.

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